Capítulo 12 (Regiane)

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Regiane.

Com meu passaporte em mãos, reviro os olhos ao ler meu nome nesse papel tão importante para me tirar desse lugar...
"Regiane", mainha que me desculpe mais isso lá é nome?
Prefiro "Ane", mil vezes melhor.

Sentada nessa poltrona confortável esperando o horário do meu vôo, percebo que minhas mãos estão suando muito...normal, conviver com ansiedade me fez até acostumar com esses detalhes.

Ainda falta meia hora para o embarque, cheguei adiantada...normal também. Não aguentaria ficar em casa então vim logo.

Mexo nos cabelos várias vezes, ajeito o óculos de sol...verifico o celular e tem muitas mensagens que ignoro totalmente. Preciso lembrar de trocar de número quando chegar em Nova York.

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Já no avião, olho pela janela e vejo a cidade em que nasci pequenina lá embaixo, uma cidade linda a sua maneira, que me faz muito bem, onde já fui muito feliz...mas que hoje eu preciso me despedir, não para sempre pois ainda tenho pessoas que amo aqui, mas por um tempo até eu me reerguer.

- Deixo um breve "até logo" minha Salvador...

Digo e fecho os olhos, imaginando como será tudo de agora em diante.

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Chego no aeroporto, exausta da viagem longa e ansiosa para ver a minha irmã caçula. Ela conheceu um gringo e veio para cá faz um tempo, quando contei minha situação e como estou meio perdida na vida, ela me incentivou a vim passar um tempo com ela, aceitei de bom grado... E como tinha um resto de dinheiro guardado decidi usar para tentar mudar minha vida.

A Júlia não pôde vim me buscar, pois está sei lá onde, mas deixou tudo explicado inclusive como chegar no apartamento dela.

O dia está nublado, um final de tarde cinzento.
Chamo um táxi e levo o maior susto quando um homem entra pelo outro lado na mesma hora que eu

- Eii? Não está vendo que está ocupado?

- Desculpa senhorita, mas estou com um pouco de pressa, poderia por gentileza dividir esse comigo?

Senhorita eu? No auge dos quarenta ser chamada de senhorita até amoleceu meu coração.

Dou uma olhada no tal homem e fico boquiaberta com a beleza dele.
Os cabelos em um tom branco muito sexy, os olhos azuis, deve estar na casa dos quarenta também, porém com um físico de vinte e nove anos.
Nem consigo responder e apenas balanço a cabeça em forma positiva.

Seguimos calados, na verdade eu segui calada, ele falava muito ao telefone, parecia bravo.
Decidi prestar atenção em outras coisas, quando meus olhos encontraram os do taxista pelo retrovisor, quase infarto com a beleza do sorriso dele, e as covinhas lindas...

Eitaaa desgrameira no caminho da feira... Eu tô no céu só pode.

Ahhh Júlia, agora entendo porque não quer voltar... Haja homem lindo nesse lugar meu Deus!

Chego no meu destino primeiro e quando vou pagar a corrida, o tal homem sexy não permite, eu insisto afinal nem o conheço
Ele ia falar algo mais o telefone toca novamente impedindo.
Dou um tchauzinho ao motorista fofo e sigo para a portaria do prédio da minha irmã.

Ao abrir a porta tomo o maior susto com a bagunça, parece que passou um daqueles furacões que só tem aqui e eu sempre via pela tv... Saio catando roupas, sapatos, inclusive masculino, até que encontro um chicote... Jesus amado!
A festa deve ter sido boa em maninha.
Sorrio para uma foto dela na estante.

Paris, onde tudo começou...Onde histórias criam vida. Descubra agora