Capítulo 8 (Elizabeth)

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Elizabeth

Quinta-feira

Acordo assustada com o barulho do despertador, merda já são 08:00 da manhã, estou super atrasada meu pai.
Levanto com uma dor de cabeça terrível e sem um pingo de disposição.
Vou para o banheiro enquanto ligo para a. minha sócia na clínica.
Sento no vaso e aguardo ela atender enquanto faço xixi.
Coloco no viva-voz porque o barulho parece dez vezes maior no meu ouvido.
Nunca mais eu bebo.

- Alô? - ela finalmente atende depois de uma infinidade de toques
- Porquê demorou tanto? - digo baixo com a voz arrastada, até falar dói a cabeça
- Estava com paciente, que voz de zumbi é essa?
- Não grita Luiza!!
- Credo nem gritei mulher, o que você tem?
- Estou com uma dor de cabeça horrível, parece que vou morrer e preciso de um favor
- Fala Elizabeth!
- Tenho apenas uma paciente hoje, atende ela pra mim por favor
- Só se você atender a noiva grávida do meu ex amanhã
- Quê? O Brad está noivo? Que babado
- Pois é, e ainda me ligou pedindo para atender a novinha dele, pois só confiava em mim como ginecologista. Pode isso?
-Tadinha de ti, tudo bem eu atendo ela, então estamos combinadas não é?
- Sim. Te vejo amanhã, descansa e depois quero saber o motivo dessa dor viu
- Huum run. Fui!

Desligo e sigo para o chuveiro. Só um banho frio para me ajudar.
Depois da tortura do banho gelado, vou escovar os dentes e percebo uma marquinha no meu pescoço. Olho mais de perto e então a noite anterior cai como uma bomba em mim.
Sento na tampa do vaso sanitário e cubro o rosto com as mãos, sempre que estou nervosa faço isso na tentativa de apagar tudo. Lógico que não funciona.
Tudo que fizemos na noite anterior passa nitidamente na minha frente como um telão de cinema.
A voz sensual falando no meu ouvido
Os lábios beijando meu pescoço
O cheiro delicioso do corpo dele; e que corpo
Seus braços fortes agarrando minha cintura enquanto me colocava na cama
O desejo transmitido em seus olhos
O tesão se espalhando em meu corpo
...
Genteeeeeee!!!

Eu DANCEI PRA ELE!!!!
Lembro da sua voz me pedindo pra rebolar bem gostoso só pra ele ver.
Eu beijava aquele corpo e me arrependia, mais ele me puxava e me beijava então eu sentia que era o certo.
Aquele V perfeito no final do abdômen...
Aiiii eu vou morrer!!!

Eu beijei o irmão da minha amiga...
Merda!!
Largamos ela lá sozinha...
Merda!!
Pior, transamos quase a noite inteira...
Mil vezes merdaaaaaa!!!

Tento me concentrar em como tudo aconteceu e então tudo volta como se eu ainda estivesse lá...
Tirei ele da boate às pressas porque ele queria bater em um engraçadinho que pegou na minha bunda. Nesse momento o álcool já tinha saído do meu corpo. Mas ele ainda estava um pouco bêbado, então chamei um táxi e decidi trazê-lo aqui pra casa. A Lidy ia me matar se eu largasse o irmão dela na rua.
Pensei: ele fica um pouco até melhorar e depois coloco ele em um táxi e fica tudo okay...
Acabou não sendo bem assim. Meu plano foi por água abaixo dentro do elevador. Aquele homão sem camisa na minha frente, não resisti e agarrei o bêbado gostoso ali mesmo.
Me lembro direitinho do quão quente foi aquele beijo. Jesus!!! Chega tô sentindo calor.
Estava prestes a fazer uma besteira maior quando cai na real.
Empurrei ele pra longe
- Olha aqui, para de tentar me seduzir seu, seu, seu...
- Mas você quem me agarrou sua doida - ele sorri atrevido e isso me estressou.
- Não interessa!! - rosnei pra ele
A porta do elevador se abriu e eu sai antes dele. Caminhei pelo corredor sem olhar para trás na tentativa dele entender e ir embora, mas também louca pra ele insistir.
- Ei morena, volta aqui!!
- Tchau!
Sinto sua mão no meu braço e me livro dela, mas ele agarra minha cintura e me puxa pra perto.
- Me solta! - eu disse. Me beija! Eu pensei.
- É isso que você quer? - lembro dele falando tão perto que dava pra sentir seu hálito quente no meu rosto.
- Sim! - eu disse. Não! Eu pensei.
Ele me soltou meio decepcionado. Eu voltei a caminhar com uma vontade imensa de voltar e beijar ele para sempre. Mas eu não podia me envolver assim.
Senti quando meu salto quebrou e eu quase caia no chão, mas ele me segurou.
Senti meu coração palpitar.
- Desculpa morena, mas não posso te deixar caminhar assim...
Ignorando meu escândalo, ele me jogou no ombro e caminhou comigo assim.
Enquanto eu tinha uma visão perfeita do traseiro dele, ele acariciava o meu por sobre a roupa e isso estava me deixando ainda mais quente e com raiva por estar sentindo coisas estranhas com ele...

Paris, onde tudo começou...Onde histórias criam vida. Descubra agora