Paris, onde tudo começou...

2013

São Luís, Maranhão, Brasil
19:00 Hrs

Lidhia.

- Como assim eu não vou Daniel? - esbravejo com lágrimas nos olhos
- VOCÊ NÃO VAI E ACABOU! Não discuta. Tire essa roupa, e vá colocar minha janta. Por favor amor, não me faça perder a paciência contigo.
- Mas eu ...
- Lidhia por-favor!!! - ele só falta rosnar, e me dá as costas para ver o jogo na televisão.

Vou para cozinha antes que eu faça uma besteira.
Poxa, o aniversário da minha cunhada e eu não vou, tudo porque o Daniel meu...bom, meu quase marido pois moramos juntos mas falta casar no papel...enfim, ele cismou que não quer ir para a festa, e como ele não vai eu também não posso ir.
Encosto no balcão e penso em tudo que estou perdendo ultimamente por causa dele. De reuniões de família até oportunidades de trabalho. Será que estou agindo certo? Abrindo mão da minha vida por amor?

Deixo uma lágrima cair, no mesmo momento que sinto seus braços envolverem minha cintura.
- Eii me desculpa...não queria gritar com você
Fico calada e me mantenho quieta
- Lidi, eu não quero brigar, por favor me desculpa. Hoje é o jogo do Fluminense sabe que isso é sagrado para mim, estou errado em querer que minha mulher fique em casa e veja o jogo comigo? Só quero ficar agarradinho com você, te encher de beijos, fazer um amorzinho gostoso, o que você acha?
Continuo calada.
- Vai ficar mudinha é? Acho que sei como fazer você falar
Ele começa a me fazer cócegas e o desgraçado sabe exatamente tocar. Mermã sabe uma coisa que odeio é cócegas, faz você rir mesmo sem querer.
- Para para para... - peço, tentando fugir do seu ataque e tentando controlar o riso que sai sem permissão
- Quer que eu pare? Então diz que vai ficar comigo e desistir dessa festinha fora de hora vai...
- Tá tá tá tá ...tá booomm - concordo a contra gosto, e então ele me larga
- Sabia que não ia me decepcionar minha bonequinha linda, agora não demora,o jogo já vai começar, estou te esperando na sala - ele me dá um beijo no pescoço e me deixa sozinha.

Mermã pensa no ódio que eu tô de ter aceitado ficar...
Mando uma mensagem para minha cunhada explicando que estou com muita dor de cabeça e não vou poder ir, mas que depois a gente comemora nós duas. E peço para que não fale pro meu irmão, pois ela sabe como ele é super protetor.
Desligo a internet sem esperar a resposta, pois sei que ela vai surtar.

O Maicon não gosta do Daniel, desde o começo se mostrou contra o nosso relacionamento, e quando eu decidi vim morar com ele, aí que o meu irmão surtou de verdade. Mas como eu escolhi isso, ele teve que aceitar.
As vezes o Dani dar uns xiliques assim, sobre minhas roupas, ou meus amigos, ou quando decido sair sozinha, essas coisas. Mas eu entendo que é porque ele é muito apegado a mim, é um grude só. E não posso negar que as vezes ficar em casa grudadinha nele é maravilhoso, só que também preciso ver pessoas, me divertir...
Eu preciso colocar isso na cabeça dele, mas não sei como.

- Amoorr?? Vem logo

Escuto seu grito e me preparo mentalmente. Pego o prato de comida que preparei pra ele e sigo para sala.
Mais uma sessão tortura, eu torço para o Flamengo e assistir esse jogo é como uma traição ao meu time.
O que não fazemos por amor não é...

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Uma semana depois.

- Dani, vem ver o que comprei para você - digo sentada na cama com uma sacolinha em mãos
- Para mim? - ele pergunta meio confuso ao ver a embalagem rosa
- Na verdade para nós dois - sorrio enquanto ele abre e tira de dentro uma lingerie preta de renda
- Gostou? - pergunto já imaginando a noite que teremos
- Pra que isso amor? - ele pergunta sério enquanto analisa a roupa em suas mãos
- Como pra que isso? Eu vou usar pra você meu lindo - tento ser o mais sexy possível e vou engatinhando até ele
- Não vai vestir esse pedaço de pano!
- Ah não começa Daniel, de novo esse assunto? Só estamos nós dois aqui
- Onde você comprou isso? Vou não foi até aquelas lojas de...
- Não! Eu comprei pela internet, entregaram aqui em casa.
- Menos mal. E além do mais, isso ia ficar ridículo em você.
Me sento desanimada na cama e faço questão de mostrar a minha cara feia
- Amor, sabe que prefiro você assim, sendo você mesma. Não precisa dessas coisas para me agradar - ele fala chegando perto de mim
- Mas eu quero usar - faço um bico do tamanho do mundo.
- Mas não precisa, e de qualquer forma eu iria tirar então pra que né...você sem nada é bem melhor.
Ele me beija e depois de algumas palavras caio novamente no seu papinho...
E enquanto fazemos amor eu vejo a lingerie que eu tanto queria vestir pra ele no chão como um pano qualquer.
Me sinto mas uma vez passando por cima das minhas vontades, por ele.