𝗚𝗟𝗢𝗢𝗠𝗬 𝗪𝗜𝗡𝗧𝗘𝗥 || 𝗝𝗼𝗵𝗻 𝗦𝗵𝗲𝗹𝗯𝘆

ᴀᴄᴀʙᴇ ᴄᴏᴍ ᴇʟᴇ

C A P Í T U L O   U M
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Darby levou consigo alguns de seus homens e Scarlet — sua melhor arma — até Birmingham, a cidade dos Shelby. Seria rápido, pegariam Thomas de surpresa, meteriam a surra nele e depois o matariam com um tiro no meio da testa.

E pela primeira vez em uma missão, Scarlet sentiu suas mãos suarem e um arrepio percorrer pela sua espinha, sentia que alguma coisa não estava certa e aquilo a incomodava.

Os carros foram estacionados à alguns metros de distância, para que ninguém escutasse a presença dos intrusos. Caminharam sobe a chuva até o local onde Thomas costumava estacionar seu carro, se esconderam na sombra escura e aguardaram pelo Shelby.

A ruiva estava vestida com roupas feitas sob medida, perfeitas para fazer movimentos bruscos sem interferência. Além de ter seu rosto escondido pela sombra negra do local, ela também usava um capuz escuro, escondendo completamente seus cabelos ruivos e seu rosto pálido.

Ela estava ao lado de Darby, o protegendo. Sempre foi assim, treinada desde criança para ser assim.

Quando a mesma começou a ter entendimento das coisas ao seu redor, Sabini lhe deu duas opções: que a mesma jurasse lealdade à ele ou a cova. A mulher recorda até os dias atuais daquilo, era uma criança na época, a marcou de forma intensa.

Sabini era assim, um monstro que fazia tudo na base da violência, da forma que lhe tinha sido ensinado, e da mesma forma que ele ensinava Scarlet a ser.

Todavia, a mulher não concordava com a forma que abordariam Thomas, nem com o que fariam com a irmã do gangster. Mesmo sendo ensinada a ser um monstro desde criança, ela tinha um pouco de humanidade em seu coração.

Depois uma espera considerável, Thomas apareceu, andou tranquilamente até seu carro, sendo surpreendido por um londrino. De início, o Shelby conseguiu esquivar-se bem, mas a covardia era tanta que mais de 5 homens o atacaram de uma vez só, sem dó.

Thomas agora era segurado pelos homens de Sabini, seu rosto estava completamente ensanguentado e mal conseguia respirar.

— Thomas Shelby. — Sabini começou a falar. — Senti sua falta, sabia?

O Shelby tentava enxergar o homem a sua frente, e mesmo com a sua vista turva, conseguiu saber exatamente quem era aquele homem à sua frente.

— Eu estava assistindo a corrida.

— Sabini. — sussurrou Thomas, mal conseguia formular uma frase.

— Não diga meu nome, que horror. — falou enojado. — Franco! — chamou um de seus homens. — Tira o meu nome da boca dele.

E então o homem se aproximou de Thomas com um canivete e invadiu a boca do mafioso, cortando o interior de sua boca.

— Procura um dente de ouro para pagar a gasolina.

Como pedido, Franco arrancou um dente de ouro da boca do Shelby e entregou para o chefe, Scarlet não sentia nenhum remorso no momento.

Shelby havia atacado os Sabini, feito um estrago danado no Eden Club, mesmo aquilo estar sendo uma grande covardia com Thomas, era a consequência de seus atos.

— Viu como sei tudo sobre você? — Darby voltou a falar. — Eu até sei o que tem dentro da porra da sua boca!

Cuspiu as palavras em cima de Thomas, que tentava a todo momento se manter consciente da situação.

— Olha para mim — puxou os cabelos do Shelby, fazendo com que ele olhe em seus olhos. — Olha para mim! Você se uniu aos judeus. É, você acha que Londres é assim? Que você pode chegar lá e escolher um lado? Você é um palhaço de merda! — falava com desprezo. — Agora a sua vida acabou, e o meu rosto vai ser a última coisa que você viu na terra. Você errou feio, lembre-se disso quando chegar no inferno.

Soltou Thomas e se afastou dele, acendendo um cigarro.

— Acabe com ele. — Darby falou para a de capuz.

Com o revolver já na mão, Scarlet mirou na cabeça do homem quase desacordado à sua frente, ela nunca fazia as coisas daquela maneira, mas não podia desrespeitar as ordens de Sabini.

Um disparo foi ouvido, mas não foi feito pela ruiva.

Aquilo foi a deixa para que Sabini e seus homens saíssem as pressas do local, homens armados vinham em sua direção atirando sem dó.

Correram, temendo perderem suas vidas, entraram em seus carros e dirigiam as pressas para fora da cidade, voltando para Londres.

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No meio do caminho, Scarlet sentiu seu ombro arder, tocou no local e depois olhou para sua mão, sua luva negra agora tinha um brilho vermelho, era sangue.

— Senhor. — ela chamou Sabini, que a olhou atento.

— Que merda! — disse assim que viu o sangue. — Acelera a merda desse carro! Vai, vai!

Darby ajudou a mulher, fazendo compressão no ombro ensanguentado e a mantendo consciente. Sabendo que não daria tempo até chegarem em Londres, pararam em uma cidadezinha. Sabini tinha alguns contatos no local que poderiam lhe ajudar no momento.

Foram acolhidos em um quarto de bordel, não era o luxo no qual Sabini estava acostumado, mas era o suficiente para tratar o ombro da mulher e seguir viagem.

Um homem com alguns conhecimentos em medicina, apareceu para ajudar com a retirada da bala.

Sem anestesia, Scarlet mordeu um lenço com força, sentindo o homem esterilizar seu ombro e começar a procurar pela a bala.

A mulher tentava ao máximo controlar a dor que sentia, mas estava quase impossível, e o homem ali estava mais atrapalhando que ajudando.

— Mas que porra, assim vai matá-la! — bufou Darby, tomando o lugar do homem.

Com agilidade, o mafioso retirou o projétil de dentro da mulher, a mesma estava perdendo muito sangue.

— Não durma Scarlet, não seja fraca! — falou, tentando manter a mulher consciente.

Limpou todo aquele sangue e começou a dar os pontos, a ruiva quase não tinha mais forças para continuar acordada mas mesmo assim tentou ao máximo não deixar o cansaço vencê-la.

Com os pontos já feitos, Sabini tentou limpar o sangue no corpo da mulher mas sem muito sucesso, estava completamente encharcada.

A mesma precisava de um banho, mas a prioridade no momento era o descanso dela. Sabini lhe deu chá, receita feita pelo o mesmo para dar força à mulher.

Scarlet cochilou, tentando de alguma forma, recuperar um pouco de força. Quando acordou vestiu seu capuz e saiu do local juntamente com Darby e seus homens. Agora sim voltariam à Londres sem complicações.

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