ᴇᴜ sᴏᴜ ʙᴇᴍ ᴘɪᴏʀ ǫᴜᴇ ᴇʟᴇ

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C A P Í T U L O
V I N T E   E   U M

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— Onde você estava? — Giuseppe perguntou assim que Scarlet fechou a porta da casa.

A ruiva revirou os olhos e começou a retirar a máscara e o capuz pesado que lhe cobria. Ela não estava com um humor muito bom naquele momento.

Após a despedida de Alfie, a assassina sumiu da vista de Giuseppe, ela foi se encontrar com Thomas para relatar logo que o seu aliado agora era inimigo.

— Bebendo. — respondeu, indo até a cozinha.

— Você não cheira a álcool. — rebateu Giuseppe, a seguindo até o cômodo.

— Brigando. — deu de ombros, servindo um copo de uísque para si mesma.

— Não tem nenhum hematoma no seu rosto.

— Estava de máscara.

De costas, Scarlet bebericava a bebida que descia amarga em sua garganta, tão amarga quanto sua vida miserável.

— Não esconda nada de mim, Scarlet. — falou, com tom ameaçador.

Ela riu baixinho e sem humor algum, a palavra "esconder" rodeava a sua mente agora. Era exatamente o que Giuseppe estava fazendo, escondendo.

Esconder. — falou, em tom de deboche. — Engraçado isso vindo logo de você. — virou, o encarando nos olhos.

— Scarlet…

— Eu sei que não vai me falar, você é fiel à Sabini como uma prostituta quando vê dinheiro. Até a morte, não é?

— Puta merda, tem noção da merda que está falando?

— Sabini nunca mentiria por você como eu, Sabini nunca vai morrer por você como eu, Sabini nunca amou você como eu.

A voz de Scarlet transbordava raiva, assim como seus olhos que transbordavam de lágrimas.

— Você não entende, Scarlet…

— Claro que não, nunca entenderia — uma lágrima solitária e furiosa escorreu bela bochecha da mulher. — Você sempre escolherá Sabini, nunca me escolherá.

— Isso é mentira! — rebateu com raiva.

— É claro que é!

— Claro que não! — se aproximou de Scarlet, colocando as duas mãos em seu rosto. — Eu amo você como uma filha, uma filha que Sabini jamais mereceu.

Scarlet congelou, deixando o copo cair fazendo um belo estrago no chão de madeira.

"Uma filha que Sabini jamais mereceu".
O eco existente na cabeça da ruiva era ensurdecedor.

— O que… — as palavras se perderam em sua língua, fazendo Giuseppe soltar seu rosto e se afastar um pouco.

— Sabini é seu pai, esse é o segredo.

As lágrimas que Scarlet prendia, sumiram. Aquilo não podia ser verdade. Como ela poderia ter o sangue de um homem que tinha tanta repulsa? Ou melhor, de uma família.

Ela odiava os Sabini, mas ela sempre foi uma. Ela sempre sentiu ódio de si mesma.

— Como? — perguntou, sua voz saiu quase como um sussurro.

— Sabini teve um caso com sua mãe, ela nunca foi uma prostituta, ela era uma mulher respeitável.

— Quem ela era?

𝗚𝗟𝗢𝗢𝗠𝗬 𝗪𝗜𝗡𝗧𝗘𝗥 || 𝗝𝗼𝗵𝗻 𝗦𝗵𝗲𝗹𝗯𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora