ᴇᴜ ᴄᴏɴғɪᴇɪ

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C A P Í T U L O
V I N T E   E   T R Ê S

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O pub Garrison estava fechado para os clientes, mas o barulho que a família Shelby fazia dentro do local era semelhante a de um estabelecimento lotado.

A família comemorava a liberdade dos dois homens que haviam sido soltos graças a única ligação de Scarlet.

Arthur já havia bebido mais de um litro de uísque e cantava alegremente com Finn, Polly estava abraçada com Michael, e Scarlet estava sentada no balcão com John ao seu lado.

O momento de felicidade no meio do caos se foi assim que Thomas atravessou a porta. O ar ficou pesado e Scarlet teve um péssimo pressentimento.

— Thommy! — Arthur pronunciou alegremente, indo ao encontro do irmão. — Venha beber comigo, venha!

— Arthur, é bom vê-lo livre. — Thomas disse, abraçando o irmão.

— Graças a Scarlet — Arthur se voltou para o casal no balcão. — Você ganhou na loteria, John!

— Eu sei, Arthur, agora pare de falar dela. — John respondeu, enciumado.

Scarlet riu e lhe deu um selinho rápido, sussurrando um "eu te amo". John sorriu e deu um beijo na testa da mulher.

— Sabe, queria compartilhar um pensamento que eu tive... — Thomas começou a falar.

Ele acendeu um cigarro e deu um trago demorado antes de prosseguir.

— Meses atrás eu achei curioso John ter conhecido Scarlet no leilão em Doncaster Bloodstock e logo depois ela ter sido contratada por mim para treinar a égua, mas coincidências acontecem, certo?

— Thommy, o que você... — John tentou perguntar, mas foi enterrompido pelo irmão.

— As coisas começaram a desandar quando Scarlet entrou em nossas vidas, problemas pequenos tomavam grandes proporções, um tal de Mamba Negra começou a atormentar os meus negócios... — Thomas foi falando, fazendo um mapa mental dos acontecimentos. — Coloquei homens atrás desse Mamba Negra, acabei descobrindo que era uma mulher. O que me surpreendeu foi que essa mulher era a Scarlet.

— Está louco, Tommy? — John falou, com uma expressão dura.

Scarlet segurou a mão do parceiro e olhou em seus olhos, John entendeu que nada do que o irmão falava era mentira.

— Ai meu Deus, puta merda. — John se afastou da mulher, com as duas mãos na cabeça.

Scarlet olhava para John com uma expressão triste e dolorosa, ela não aguentava vê-lo tão magoado, então fechou os olhos.

— Calma, que ainda tem a parte em que realmente é uma surpresa. — Thomas falou.

— Thomas, pare, você não vê que... — Polly tentou parar o sobrinho, mas sem êxito.

— Não poderia ser coincidência, tínhamos um inimigo nos destruindo por dentro. Acabei descobrindo que Darby teve uma filha, e que a maldita filha dele é a Scarlet. — Thomas riu sem humor, concluindo o seu pensamento.

John olhou para Thomas, que encarava os olhos de Scarlet, John encarou os dois. Ele não conseguia acreditar, mas era verdade, estava bem ali na sua cara, era tudo verdade.

O silêncio foi encurrecedor, John nunca se sentiu tão traído em toda a sua vida. Ele se sentia um idiota. Um idiota por ter confiado, por ter amado...

Ele estava desesperado, sentia que seu coração sairia pela boca. Ele não se sentia assim desde a guerra.

— John... — Scarlet tentou falar, mas foi interrompida pelo homem.

— Cala a porra da boca! Cala! — gritou. — Eu confiei em você, porra, eu confiei! Eu dormia do seu lado! Eu apresentei você aos meus filhos! Eu deixei você chegar perto da minha família!

— John, por favor, você tem que me escutar... — Scarlet se levantou, indo até ele, mas John apenas se afastava.

— Você teve meses, meses, para falar comigo. — rebateu ríspido, olhando nos olhos verde esmeralda que tanto amava ver ao acordar pela manhã.

— John... — Scarlet suplicou, sua voz era chorosa e sua postura era frágil.

A confiança que a mulher sempre carregava consigo, havia sumido ao ver o homem da sua vida se despedaçar a sua frente.

— O quê? — perguntou, com o maxilar trincado.

— Eu... — sua voz falhou, não adiantaria se explicar agora. — Eu te amo.

Aquelas três palavras fizeram o coração de John se despedaçar por completo.

As lágrimas ameaçaram cair. Sua garganta estava fechada e ardendo, como se arames de cerca estivesse lhe apertando com força.

— Vai se fuder. — respondeu, se aproximando dela. — Eu quero que você vá embora e nunca mais volte, nunca mais apareça, você morreu para mim, morreu, então suma de uma vez.

John disse todas aquelas palavras encarando os olhos de Scarlet sem hesitar, ele nem sequer tremeu ou falhou a voz.

Era sério.

Ele falava sério.

Ele nunca falou tão sério em toda a sua vida.

A ruiva desabou, lágrimas escorregaram por suas bochechas vermelhas. Ela nunca esteve tão frágil.

— Você está mentindo. — ela sussurrou.

— Não. Você morreu para mim, trate de morrer de vez e suma. Some. Saí daqui porra! — falou ríspido, sem falhar uma vez.

Scarlet fechou os olhos e abaixou a cabeça, isso era pior do que tudo que havia imaginado. Nem em seus piores pesadelos, isso teria acontecido.

Ela levantou a cabeça, olhou nos olhos do homem que tanto amava e saiu do lugar sem hesitar. Faria o que John pediu, sumiria da vida dele.

Mas isso não ficaria assim. Sabini não se daria bem. Unida com os Shelby's ou não, Scarlet se vingaria.

Mesmo se fosse a última coisa que faria na vida, ela se vingaria, ela mataria Sabini com as próprias mãos.

Mas a vingança poderia esperar uns dois dias, porque naquela momento a mulher não conseguiria nem levantar da cama.

Scarlet só queria chorar no colo de Giuseppe e ouvir seus conselhos, queria ouvir que ficaria tudo bem, ela precisava de um pai naquele momento.

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Obrigada a todos os leitores, amo vocês pessoas desconhecidas 🤝🫶

Gostaria de avisar que fiz um tiktok somente para o wattpad, tenho vários rascunhos com vídeos sobre a fanfic.

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Valeuzão, até o próximo capítulo 🤝

𝗚𝗟𝗢𝗢𝗠𝗬 𝗪𝗜𝗡𝗧𝗘𝗥 || 𝗝𝗼𝗵𝗻 𝗦𝗵𝗲𝗹𝗯𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora