ᴏ ᴀᴍᴏʀ ɴãᴏ é ᴘᴀʀᴀ ᴘᴇssᴏᴀs ᴄᴏᴍᴏ ɴós

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C A P Í T U L O   T R E Z E

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Scarlet arrumava sua mala com apenas com coisas básicas, passaria apenas um dia em Londres, dois no máximo. John deitado na cama da ruiva se perguntava o porquê da viagem repentina.

— Por que tem que ser logo hoje? — reclamou. — Vem deitar comigo.

— Eu amaria, John — lamentou, indo até onde ele estava. — Mas tenho que resolver algumas coisas, coisas pessoais, entende?

— Entendo, minha ruiva — beijou os lábios da mulher e a puxou para si. — Mas fica comigo só mais um pouquinho.

— John, não me olha assim — ela riu, se afastando. — Volto pela manhã, tudo bem?

— Claro minha ruiva, vou me vestir e te deixar na estação.

— Você realmente não consegue viver sem mim, não é? — riu. — Se apresse, vou te esperar lá embaixo.

Quando John desceu as escadas, Scarlet estava o aguardando na varanda da casa. A mulher estava pensativa, olhando para o longe, então o Shelby a abraçou por trás e colocou o queixo na curva do pescoço da ruiva.

— Você está tão pensativa hoje, tem haver com alguma coisa em Londres? — perguntou, demonstrando um pouco de preocupação.

— Não John, apenas estou um pouco enjoada — mentiu.

— Tudo bem — ele beijou o pescoço dela. — Vamos ou você vai perder o trem.

[...]


Na estação de Londres, Giuseppe aguardava a chegada de Scarlet ansioso. Assim que a mulher desceu do trem e avistou o homem, andou até ele e o comprimentou com um sorriso nos lábios.

— Senti saudades, Giuseppe. — falou enquanto o homem a puxava para um abraço.

— Também senti, garota. — confessou.

— Como andam as coisas? — perguntou preocupada.

— Nada bem, Scarlet — desviou o olhar, as coisas estavam cada vez piores. — Vamos, eu te explico no caminho.

Scarlet segurou sua mala até entrarem no carro, no caminho Giuseppe explicou que Sabini quase não tinha mais pistas de corrida e nem aliados, que Thomas estava tomando tudo o que era dele.

A mulher se sentiu culpada por estar se divertindo com o irmão de Thomas ao invés de arrancar informações úteis. Giuseppe não se importava com essas informações úteis, se importava apenas com o bem estar de Scarlet.

Quando chegaram na mansão de Sabini, foram recebidos pela empregada que lhes falou que Sabini havia saído e que os queriam no pub ao anoitecer.

Scarlet e Giuseppe conversaram enquanto esperavam o anoitecer para que pudessem ir ao pub.

— O que anda fazendo de tão bom lá? — Giuseppe perguntou.

— Como assim?

— Você não tem mais olheiras nos olhos e aparentemente engordou mais um pouco — analisou. — O que há lá de tão bom?

— Eu… — ela olhou para Giuseppe, não conseguia mentir para ele. — Conheci alguém.

— Hum — ele sorriu, interessado no assunto. — E como essa pessoa é?

— Repugnante, sem modos nenhum, fala demais, palavrões principalmente, bebe muito e cheira também — falou, sem pensar duas vezes. — Mas também é bonito, inteligente, me trata bem e me faz sorrir e rir muito. — sorriu ao falar dele.

— Uau — respondeu ele, sorrindo e surpreso. — Seja lá quem for, te fez sorrir e rir, você nunca faz isso. Espero que sejam felizes, de verdade.

— Isso não é possível, Giuseppe. — fechou a expressão.

— E por que não? — perguntou confuso. — É claro que podem. 

— O amor não é para pessoas como nós, Giuseppe. — respondeu. — Nossa vida é turbulenta, temos muitos inimigos, quem amamos sempre morre.

— Eu sei bem disso, você sabe — colocou a mão no ombro da mulher, fazendo-a olhar para ele. — Mas não dá para viver assim para sempre, não pode se privar de amar alguém.

— Ele nunca me perdoaria se descobrisse que trabalho para o Sabini, que fui criada e treinada por ele. — sua voz saiu quase como um sussurro.

— Por que não? Por acaso ele é algum inimigo? — brincou.

Ao ver a expressão séria de Scarlet, Giuseppe perdeu o sorriso que tinha nos lábios e arregalou os olhos.

— Scarlet, ele é inimigo?

— Não se intrometa nisso, Giuseppe.

— Que merda, Scarlet! — exclamou. — Qual deles? Não me diga que é um Shelby.

— Puta que pariu Giuseppe — ela se levantou e deu de costas. — Ele não tem nada a ver com essa merda, é só… complicado.

— Ele é um tira então? Piorou!

— Giuseppe, por favor, sem palpites! — pediu, olhando em seus olhos.

— Tudo bem, desculpa — pediu com sinceridade. — Quando quiser me contar a história toda, sabe que estarei te esperando e que irei te apoiar. Estou com você. — falou, segurando os ombros de Scarlet.

— Eu sei, obrigada por tudo.

— Chega de melosidade, se vista, precisamos da Mamba Negra.

Scarlet assentiu e foi até o cômodo onde estava hospedada, abriu o guarda roupa e de lá tirou o traje que não vestia há algumas semanas. Quando terminou de amarrar o cabelo, vestiu a capa, cobrindo os fios ruivos.

Antes de sair, colocou a máscara e se encarou no espelho, sentia-se de volta, mas não era algo totalmente bom. A pessoa por trás da Mamba Negra estava incerta sobre suas ações.

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𝗚𝗟𝗢𝗢𝗠𝗬 𝗪𝗜𝗡𝗧𝗘𝗥 || 𝗝𝗼𝗵𝗻 𝗦𝗵𝗲𝗹𝗯𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora