Capítulo 12

2.9K 287 36
                                    

Continuação...

Esdras

Traído!

Talvez essa seja uma palavra muito forte. Mas é assim que eu me sinto. Se tivessem me roubado ou até mesmo me espancado não doeria tanto como está doendo.

(...)

Olho para meus irmãos que ainda não sabem o que falar. Desde da hora em que Emília e Lorenzo saíram o silêncio se instalou aqui no quintal. Nem pássaros fazem barulhos, o céu que estava bonito, agora está como a minha mente. Anuviado!

Me levanto da mesa olho para os meus sogros e cunhadas e digo:

_ Me desculpem, mas não tem mais clima para comemoração. Mas a festa no final de semana que vem ainda está de pé. Afinal, MEUS FILHOS, merecem tal comemoração!

Digo e entro pra dentro da minha casa.
Preciso ficar sozinho, preciso pensar em tudo o que aconteceu.
Me tranco dentro do meu escritório pego a primeira garrafa de whisky que vejo pela frente e começo a beber.

(...)

Minha garganta dói! Meu corpo todo dói!

Abro os olhos devagar e me deparo com a estante de livros do meu escritório. Não sei que horas são, não sei como fui parar no sofá. Só sei que depois de um ataque de fúria e um escritório todo quebrado. Eu desatei a beber mais ainda.

Olho para o chão e vejo vários cacos de vidros quebrados.
Tento levantar e minha cabeça dói. Solto um gemido de reprovação.

_ Você não tem mais idade pra isso, Esdras!

Digo pra mim mesmo e vou em direção a porta. Abro a mesma e me deparo com um silêncio ensurdecedor. Olho para o relógio na parede e marca quatro da manhã. Ando tateando as paredes, subo os degraus bem devagar. Respiro fundo antes de abrir a porta do quarto. Ao entrar no mesmo vejo Elena com os meus filhos. Ela está dormindo agarrada aos três.
Elena diz que não gosta de dormir sozinha.

Vou para o banheiro, tomo um banho e coloco apenas uma cueca e me deito no espaço vazio. Eros se mexe e vem deitar em cima de mim. Beijo a cabeça do meu filho e passo o braço puxando as minhas mulheres pra perto. Fecho os olhos e caio no sono.

(...)

Acordo sozinho me espreguiço e pego o meu celular para ver que horas são. Levanto e me troco, e desço para achar a minha família.
Assim que chego na sala ouço a governanta dizer que o almoço será servido. Vejo Matteo se levantar com Laura no colo e Victor com Ravenna. Eles seguem para a sala de jantar. Ouço passos atrás de mim e vejo Elena com o Eros no colo. Ela sorri pra mim, mas não retribuo. Ainda não esqueci que ela escondeu de mim toda a verdade. Pego Eros do seu colo e sigo para a sala de jantar.

Não digo nada, apenas sento na minha cadeira na cabeceira da mesa. A governanta coloca a comida do meu filho e eu pego a mesma e dou pra ele.

Almoçamos todos em silêncio.

_ CHEGA!

Elena fala batendo a mão na mesa.

_ Entendo que estejam com raiva de mim, ok! Do que eu não pude fazer nada, o segredo não era meu. Sei que estão com raiva, magoados e se sentindo enganados. Mas uma coisa eu vou dizer: se for pra vocês ficarem assim aqui. Peço que saiam e me deixem sozinha!

Elena fala e meus irmãos a olham espantados e até eu mesmo a olho espantado.

Ela está querendo que eu saia de casa?

_ Você está querendo que eu saia de casa, é isso mesmo?

Pergunto incrédulo.

_ Se for pra você ficar assim comigo e não discutir e colocar pra fora o que te incomoda? Sim!

O Don! Onde histórias criam vida. Descubra agora