Capítulo 15

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Continuação…

Emília.

_ Oi, será que podemos conversar?...

Pergunta Esdras com as mãos no bolso da calça. Dou passagem para ele entrar.

_ Claro! Já tomou café?

Pergunto e ele nega.

_ Quis vir cedo conversar com você.

Ele diz e eu sorrio.

_ Então, venha tomar café.

Falo indo para cozinha e ele me segue. Assim que entramos na cozinha ele olha espantado para o irmão.

_ O que você está fazendo aqui?

Pergunta para Victor e ele apenas dá de ombros e volta a comer o seu de bolo.
Esdras se senta meio desconfortável. Talvez seja por causa de Vicenzzo ou pela surpresa de ver o irmão.
Meu deus do ébano percebe e dá um tapa em Victor o chamando para irem. Meu ou filho apenas assente e se levanta, mas antes de ir ele vem até mim e dá um beijo na minha testa.

_ Tenho que ir, mama. Mais tarde tento dar uma passada aqui.

Diz ele, e se despede do irmão e vai pra sala. Vicenzzo me dá um beijo rápido e sai também.

_ Bom, acho que agora podemos conversar.

Diz Esdras meio nervoso e eu apenas nego.

_ Não! Vamos tomar café primeiro. Se Elena descobre que você saiu sem comer, ela arranca os meus olhos.

Digo num tom de brincadeira e ele gargalha assentindo. Ponho um pedaço de bolo de chocolate no prato e entrego para ele, coloco também um pouco de capuccino na xícara, pois sei que ele gosta.
Ele me agradece e começa a comer. E eu também. Quando já estamos satisfeitos eu o chamo para a sala.

_ Bom, Emília eu não sei por onde começar essa conversa e nem sei onde vai nos levar. Mas conversei com meu pai e com Elena ontem e ambos me abriram os olhos e pediram para que eu viesse até aqui e tentasse falar com você. Mas saiba que não estou aqui por eles, e sim por mim. Acho que precisamos dessa conversa. Não acha?!

Ele diz tudo de uma vez sem respirar e eu apenas assinto. Passo as minhas mãos pelo tecido do robe tentando de algum modo conter a ansiedade e então eu começo.

_ Acho que pra ser mais precisa eu tenho que começar tudo do começo, não é?! - Digo e ele apenas assente.

_ … Bom a minha vida nunca foi muito fácil, mas eu era feliz com o que eu tinha. Quando eu era pequena, eu, meu pai e minha mãe morávamos em uma casa simples e modéstia. Mas era uma boa casa para época. Eu estudava em um colégio bom e minha mãe era dona de casa, mas costurava pra fora. Já meu pai trabalha com alguma coisa da qual eu não me recordo no momento. Mas o seu salário era boa parte para o nosso sustento. Não sei quando isso deixou de ser. Talvez tenha sido as constantes brigras entre ele e minha mãe ou as suas saídas repentinas sem hora pra voltar. Não sei ao certo. Mas me recordo como se fosse hoje o dia em que, quatro homens invadiram a nossa casa e nos tiraram a força de lá. Minha mãe chorava muito e eu também. Na época eu acho que eu tinha, novo pra dez anos. Talvez não me recordo. - Falo divagando, meus olhos marejam ao recordar aquele fatídico dia. Então continuo.

_ … Minha mãe perguntava o porquê de aquilo está contecendo com ele e eles não falavam nada, apenas nos arrastavam como se fossemos animais. Assim que chegamos em um casarão eles nos levaram para uma sala eu onde estava um homem com cara de mal e meu pai todo machucado. Ele estava de cabeça baixa e assim que minha mãe o viu foi correndo direto pra ele. Mas lembro até hoje às palavras que o homem mal ou melhor seu bisavô usou.

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