Capítulo 18

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— Porra. — Ele sibilou com raiva, fazendo a poção extra desaparecer. A primária estava boa – até agora – mas ele tinha bagunçado a segunda. Ele sempre preparava duas, só por precaução. Ele não costumava cometer erros, mas o som da porta abrindo e fechando suavemente o confundiu, o fez contar errado.

— Severus? — Uma voz familiar chamou.

— Laboratório. — Ele sibilou de volta, sabendo que Potter podia ouvi-lo. — Não me distraia.

Nenhum outro som veio, e ele se concentrou o melhor que pôde, tomando cuidado para não estragar tudo, para adicionar a gota de sangue da ponta do dedo no momento exato. A poção ficou de um verde esmeralda escuro e profundo – perfeito.

Ele suspirou, relaxando um pouco e lançando um feitiço de estase sobre o caldeirão. Ele curou seu dedo precisamente enquanto se virava – apenas para congelar. Potter estava encostado na parede a apenas dois passos dele – e ele não o havia sentido.

— Oi. Como você está? — O Grifinório perguntou.

Ele cerrou o maxilar e assentiu.

— Ótimo. Um lote falhou, mas este está ótimo. — Ele admitiu.

— Fico feliz em ouvir isso. — Harry disse com um sorriso. — Você parecia infeliz.

— Eu não... cometo erros com frequência. — Severus sibilou, como se não fosse óbvio.

Potter sorriu.

— Nem mesmo os gênios sempre acertam. Não fique tão chateado.

Ele zombou, odiando que o elogio o fizesse se sentir melhor.

— Engarrafe isso. Encontre-me na minha sala de estar. — Ele ordenou, saindo rapidamente. Atrás dele, ele sabia que Potter o obedecia - e então, só para irritá-lo mais, ao que parecia, ele saiu para a sala de estar um momento depois, apenas para Potter já estar sentado lá, frasco na mão. — Se eu pudesse tirar pontos, eu tiraria. — Ele retrucou, seu mau humor piorando.

O homem mais jovem riu, mas soou incerto.

— Eu, erm, fiz alguma coisa?

Ele tinha?

Ele tinha?

Severus estava chateado por não poder mais sentir a criatura das trevas que ele havia convidado voluntariamente para sua casa só porque ele o excitou? Essa criatura das trevas também era seu ex-aluno mais odiado – e agora confiável –, um homem repugnantemente bonito que, por algum motivo, agora escolheu exibir seu poder?

Ele se perguntou, amargamente, se Harry tinha alguma ideia de quão eficaz isso era, quão pateticamente fácil era impressioná-lo com demonstrações de inteligência, de magia — até mesmo desse tipo.

Provavelmente não, ele decidiu enquanto olhava para os olhos verdes honestos e preocupados.

— Por que você está usando seus poderes de forma descuidada? — Ele retrucou.

— Porque eu posso, aqui. — Potter disse, apenas para fazer uma pausa e rir. — E talvez porque, erm, parte de mim pensou que você poderia ficar impressionado? Só... um pouco. Você não cheira mais assustado quando eu fico. — Ele disse.

Severus estremeceu, quase tropeçou nos próprios pés diante do reconhecimento aberto de seu medo – não que fosse mentira. Ele estava com medo – não na última semana, talvez mais. As férias de verão estavam quase acabando, e eles estavam nisso há quase dois meses – em todos os sentidos.

Ele zombou e se endireitou.

— Tenho poções para você experimentar. Uma para... depois que você se alimentar. Uma que preciso testar no seu sangue. — Ele estalou, acenando para Potter segui-lo. Ele o fez, arrastando os passos agora, deliberadamente agindo como humano, e droga, isso o irritou ainda mais.

The Will To Fight | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora