Capítulo 29

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Ele acordou com um gemido e uma dor de cabeça – e a percepção de que Potter tinha fodido ele. Isso, de todas as coisas, foi a primeira coisa que veio à mente – seguido por uma risada rouca, mas tão satisfeita, que ele não fez nenhuma tentativa de suprimir.

Por que ele deveria – ele teve o melhor sexo da sua vida com o maldito Harry Potter – e se ele tivesse alguma palavra a dizer, ele teria mais disso a cada dois dias a partir de agora. Desde que, é claro, o outro homem tivesse gostado – mas ele tinha quase certeza de que Harry tinha gostado. O homem mais novo não o tinha fodido como alguém que não estava se divertindo.

Ele rolou – como sempre depois que Harry se alimentou dele, ele estava em sua própria cama. Sem dúvida, dessa vez tinha sido mais doloroso para Potter levá-lo até lá, mas ele não esperava nada diferente, realmente. Deixe para o sentimentalismo da Grifinória ser tão... atencioso. Ele se espreguiçou, satisfeito quando a dor e a leve sensibilidade que faziam parte do processo de ser fodido durante o que ele supunha ser a melhor parte de uma hora, diminuíram.

— O que há de tão engraçado? — Uma voz familiar perguntou em um tom caloroso e amigável.

Severus congelou – Potter. Ele virou a cabeça para onde tinha ouvido a voz – o outro lado da cama. Potter também estava piscando acordado, uma mão despenteando seu cabelo já irremediavelmente bagunçado.

— Você ficou? — Ele perguntou, completamente pasmo. Potter não ficou. Nunca – nem uma vez. Ele colocava Severus na cama, cuidava para que ele tivesse as poções de que precisava e então ia embora. Isso o poupava de qualquer constrangimento que, dada sua personalidade, seria garantido – mas, dessa vez, Potter ficou.

— Sim. Erm... eu... então me chame de idiota se quiser, mas ontem foi... minha primeira vez? E nós nunca – eu não poderia simplesmente ir. — Ele disse em uma voz baixa e vulnerável. Severus entendeu, curiosamente – este era Potter. Ele era mole, provavelmente sempre seria mole. — Eu deveria ter ido?

Sim, ele decidiu, incapaz de articular algo estranho e enjoativo em seu estômago.

— Não. — Ele admitiu um momento depois.

Potter sorriu para ele.

— Como você está se sentindo? Eu sempre me preocupo um pouco desde que não te vejo, sabe, acordar? Estou feliz que posso, dessa vez.

Ele bufou e rolou de novo, então ele estava de costas para Potter. Isso era mais fácil – ele não precisava ver, não precisava olhar para ele, para o homem atraente e brilhante deitado em sua cama.

Uma mão pressionou entre suas omoplatas e ele estremeceu desajeitadamente.

— Como você está se sentindo? — Ele perguntou novamente.

Severus suspirou suavemente. Como ele estava se sentindo?

— Bem.

A mão roçou suas costas e ele se virou, pegando Potter pelo pulso e o puxando para longe. Quando ele o soltou, Potter se afastou com um sorriso suave. Severus se virou mais, para realmente olhar para o outro homem. Havia coisas a dizer — coisas a reconhecer.

Ele não tinha intenção de fazer isso.

— Há... há poções para testar. Preciso do seu sangue. — Ele disse em vez de qualquer uma das milhares de coisas que um homem mais corajoso poderia ter dito.

.

— Obrigado. Vejo você na sexta! — Harry disse para alguém enquanto passava pela porta dos aposentos de Severus. Ele levantou uma sobrancelha para o intruso muito convidado.

Harry sorriu enquanto se jogava na poltrona livre em sua sala de estar.

— Minerva! Vou jantar com ela na sexta-feira. — Ele explicou.

— Entendo. Espero que nossa agenda de alimentação não esteja interferindo em sua vida social? — Ele falou lentamente.

Potter riu e lançou-lhe um olhar estranho.

— Não seja bobo. Não a vejo muito e ela perguntou.

— Que alegria. — Ele disse inexpressivamente. Harry riu — o som ficou estranho depois de alguns momentos. —O quê, Potter?

— Eu... erm, não sei se você viu – se você olhou o calendário? O cronograma de alimentação...

— Dará na véspera de Natal, sim. Posso preparar outro frasco até lá – para que você possa pular esse... compromisso. — Ele disse suavemente – ele não tinha ilusões de que Potter iria querer vê-lo, e mesmo que quisesse por algum motivo insano, ele estaria na Toca – nenhum dos dois poderia aparecer sem levantar questões, e isso sem a loucura que tal tentativa seria. Na casa dos Weasleys... não, ele preferiria fazer isso na Mansão Malfoy, considerando tudo.

— Oh? Você tem planos então? — Potter perguntou, se espreguiçando na cadeira.

— Eu... planos? — Ele ecoou, confuso sobre o que seus planos tinham a ver com isso.

— Bem, sim. Eu ia ficar sentado em Grimmauld, provavelmente. Pensei em convidá-lo para uma noite lá em casa. Se você não tivesse planos. — Ele disse sem jeito.

Severus olhou para ele.

— Você não estará na Toca?

— Um pouco difícil, erm, sair, não acha? Mas não. É... é mais fácil não ir. — Harry disse com uma careta. — Eu sei que provavelmente não faria mal a eles, mas eu, às vezes, à noite, acordo com... cólicas de fome. Elas são... assustadoras.

Ele ficou tenso, tentando imaginar como seria acordar faminto, perto de um vasto suprimento de comida, e...

— É por isso que não fico. Isso, e, não tenho certeza se seria bem-vindo. — Potter disse com um sorriso fraco e envergonhado.

Severus piscou.

— Você não tem... certeza de que seria bem-vindo?

— São seus quartos, e você é um homem reservado. Eu posso não... Quer dizer, eu pelo menos tento ser respeitoso. — Ele disse com uma risadinha.

Severus sentiu algo horrivelmente parecido com autoconsciência borbulhar dentro dele.

— Dada a reviravolta mais... vigorosa que nossos encontros tomaram, se você se encontrar particularmente... exausto, depois, eu não seria totalmente contra você descansar também. — Ele admitiu, imaginando se Potter zombaria dele – ou pior, se ele soaria feliz.

— Obrigado. — Ele disse suavemente, seu tom um tanto ilegível. Severus decidiu deixar para lá.

— Tenho poções para testar. Uma... uma para você realmente tomar. — Ele disse cuidadosamente. — Aquela que não reagiu mal da última vez.

Potter se iluminou como uma árvore de Natal.

— O-Oh? Sim? Pronto para tentar em mim?

— Uma pequena dose. Só para ver que efeitos terá em você. — Ele disse cautelosamente – ele podia ver o otimismo no outro homem – infelizmente, ele não compartilhava exatamente disso. — Provavelmente não vai funcionar. — Ele o alertou.

Harry suspirou profundamente.

— Eu sei. Mas... mas é um passo mais perto. Não é? — Ele perguntou esperançoso.

Severus engoliu em seco – não era, ele estava dando uma facada no escuro – a centésima agora, ele tinha certeza. Eles estavam nisso há meses, com quase nada para mostrar, e...

— Sim. — Ele concordou, odiando o gosto da mentira ao cruzar sua língua.

The Will To Fight | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora