Capítulo 27

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Ele zombou do bilhete, a coruja que o havia deixado já tinha ido embora depois de ver sua expressão. Não era grande coisa – um cancelamento.

Exceto que foi um cancelamento. De Potter. Para aquela noite. Uma noite de alimentação. Uma noite de alimentação na qual ele também tinha três poções prontas para testar no sangue de Potter, pelo menos uma das quais ele estava vagamente esperançoso.

E agora... Potter havia cancelado.

Sem dar uma razão.

Ele largou o garfo e se levantou, rosnando tão furiosamente quanto antes.

Ele colocaria o pirralho na detenção se fosse preciso, mas ele receberia uma explicação.

Claro que não tinha nada a ver com a dor no peito por ter sido cancelado – apenas com os riscos que Potter representava para o mundo em geral.

.

Potter parecia absolutamente pasmo ao vê-lo – o que era até certo ponto compreensível, na verdade. Ele não tinha exatamente se anunciado quando entrou no Ministério, ignorou a secretária gaguejante ali – Lufa-Lufa, quatro anos mais velha que Potter, péssima em poções – e valsou direto para onde sabia que ficava o departamento do outro homem.

Ele estava lá, vestido com suas vestes de auror desabotoadas, sentado em uma mesa e rindo com os colegas – nem mesmo olhou para algum deles.

— Você. Comigo. — Ele rosnou para Potter, furioso de uma forma que não ficava há muito tempo – de uma forma que ele quase podia admitir que era alimentada pelo constrangimento.

Potter obedeceu, pulando da mesa e cambaleando até ele.

— Er... Severus?

— Uma sala de reunião privada. — Ele ordenou. Potter lançou-lhe um olhar arregalado, mas liderou o caminho para um lugar assim – e quando a porta se fechou, ele sentiu o suave movimento das proteções enquanto elas se erguiam.

— Não seremos incomodados — Potter lhe assegurou.

— Qual é o significado disto? — Ele rosnou, estendendo a nota que trouxera, amassada de onde ele a havia esmagado no bolso.

Potter aceitou, olhando para ele como se nunca o tivesse visto antes.

— Ah... sim, desculpe. Acho que eu deveria ter explicado, não deveria? — Potter disse com uma risada constrangida, como se não fosse nada, como se não fosse grande coisa. Como se Severus não estivesse a um passo de uma magia muito ilegal. — Erm, então tem uma função hoje à noite. No ministério. Começa às seis e vai durar a noite toda. — Ele explicou, os dedos tateando suas vestes abertas. — Então eu vou levar isso, em vez disso. Já que não posso ir te ver e eu... estou com fome. — Potter disse, mostrando a ele o frasco de emergência que ele havia criado.

Severus respirou fundo e tentou manter a calma.

— Fiz isso para emergências. Uma festa não é uma emergência. — Ele disse, seus dedos viajando para suas vestes, desabotoando-as.

— Bem, não, mas... Severus?

— Se você está tão ocupado mais tarde hoje à noite, por que não me morde agora? — Ele rosnou, sem vontade – incapaz – de admitir a sensação de alívio que fez seus joelhos fraquejarem. Harry tinha uma explicação – uma explicação decente, até.

O outro homem suspirou suavemente – e uma fração de segundo depois, ele estava pressionado contra a parede, seus pulsos pressionados contra ela ao lado de seus ombros com uma força muito superior à que Potter deveria ter. Ele gemeu quando lábios encontraram seu pescoço mal exposto um momento depois.

The Will To Fight | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora