Capítulo 15

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Severus estava praticamente vibrando enquanto esperava. Ele não duvidava que Potter seria capaz de sentir o cheiro, mas não havia nada que ele pudesse fazer sobre isso. Seu corpo parecia entender que estava prestes a ser alimentado com o mesmo prazer novamente, e ele se sentiu ligado.

Ele havia se masturbado duas vezes, veja bem, em preparação, mas não teve efeito algum.

Potter foi pontual, batendo na porta exatamente na hora marcada.

Severus o encarou com a porta aberta, parado como estava, em frente aos seus aposentos. Ele nunca convidou o homem para entrar, preferindo qualquer tênue proteção que ela oferecesse para permanecer intacta.

— Entre. — Ele disse suavemente, deixando o vampiro cruzar sua soleira.

Potter sorriu fracamente.

— Obrigado, Severus. — Ele disse, antes de se mexer desajeitadamente. — Eu... eu obviamente nunca fiz isso. Como você gostaria de...

Ele suspirou.

— Uma bebida? Você parece... — Como ele se sentia. — Tenso. — Ele finalmente falou lentamente.

— Estou um pouco, sim. — Potter admitiu, relaxando um pouco. — Beber seria adorável. Seja lá o que for... seja lá qual for a coisa mais nojenta que você tem. — Ele pediu.

Severus riu, apesar de si mesmo, e foi até seu armário de bebidas.

— Você pode se arrepender desse pedido. — Ele disse pegando um copo.

— Duvido. — Potter disse, fazendo Severus estremecer com a proximidade – Potter tinha se movido completamente em silêncio, atrás de suas costas. — Desculpe. — O homem mais jovem disse calmamente. — É... é tão tentador não fingir perto de você. Porque você sabe. É... é difícil. Desculpe.

Ele suspirou.

— Não se incomode. Você pode muito bem, enquanto estamos sozinhos. — Ele ofereceu. Ele sabia muito bem com o que estava lidando – e como Albus fingiu ser apenas um velho tolo, ele não se importava com a pretensão de Harry de ser humano.

— Obrigado. — O outro homem disse. — Me avise se eu... se eu te assustar. — Ele disse, aceitando a bebida que Severus lhe serviu. Um copo cheio de licor de sangue feito por orcs . Ele não sabia o que tinha ali, só que a coisa tendia a fazer a maioria das pessoas que não estavam quase bêbadas em coma vomitar e desmaiar.

Potter tomou um gole e olhou para o copo com uma ruga no nariz.

— Isto... tem gosto de...

— Viçoso? — ele perguntou, tomando seu próprio uísque.

— Bom, eu ia dizer. Tem... sangue nele? Mas não é humano. — Harry disse.

— Espero que não. — Ele falou lentamente com um estremecimento. — Eu tentei. Vil.

Harry sorriu e tomou mais um gole.

— Eu tiro das suas mãos se você não gostar.

— Você é bem-vindo para um copo sempre que vier. Nem peça, sirva você mesmo. Eu detesto até o cheiro disso. — Ele admitiu.

Harry riu levemente.

— Por que mantê-lo?

— Um presente. — Ele disse simplesmente. — O remetente ficaria muito feliz se eu o jogasse. — Ele mentiu – o remetente estava morto, mas ele estaria, se o Comensal da Morte em questão ainda estivesse vivo.

— Bem, então que foda-se ele. — Harry disse com uma risada nervosa.

Severus lembrou-se da visão do Crabbe sênior e estremeceu.

— Eu preferiria não. — Ele disse com um sorriso de escárnio.

Harry riu, um som mais despreocupado, e se virou para olhá-lo, sentado como estava na poltrona de Severus. Ele parecia ter relaxado um pouco, então ele também relaxou.

— Não vou perguntar, não se preocupe. — O grifinório disse. — Dado o que estamos prestes a fazer, deveríamos... conversar sobre isso? — Ele ofereceu.

Severus se encolheu.

— Sobre o quê exatamente?

— Sobre... bem, como você quer fazer isso. Não estou particularmente planejando te prender no chão – ou na parede. — Potter disse casualmente.

Severus estremeceu, sem vontade de revelar que qualquer uma das duas opções seria realmente boa para ele.

— Eu acho que você não precisaria me prender em lugar nenhum, mas eu tenho uma cama perfeitamente útil, e como provavelmente precisarei descansar depois... — Ele levantou uma sobrancelha.

Potter corou levemente.

— O-Ok. Isso funciona. Se você estiver bem comigo lá.

Ele inclinou a cabeça e tomou outro gole maior do copo.

— Além disso – não tenho nenhum problema... em particular. Eu deveria agradecer por pular o Obliviate. — Ele disse secamente.

Harry sorriu.

— Claro. Eu... é estranho que isso seja quase mais assustador?

— Por quê? Eu já passei por isso antes – quando você estava em um estado pior, e você tem meu consentimento. Consentimento informado, para começar.

— Eu sei... mas tenho medo de te machucar.

— Potter... — Ele disse com um escárnio. — Você não fez isso antes. Não vejo razão para fazer isso agora. E independentemente disso – eu fiz um juramento para ajudar você. Mais de um na vida. — Ele disse.

Harry ficou vermelho escarlate dessa vez, sem olhar para ele.

— Eu sei. Acho que isso piora as coisas. Eu já te devo tanto, e agora...

— Eu não quero sua gratidão. — Ele disse com sinceridade. — Eu quero que a dívida da vida seja apagada, e eu quero você... curado.

Para seu choque, Potter se moveu no que provavelmente era velocidade máxima, parando a apenas alguns centímetros dele.

— Obrigado, Severus. — Ele disse, tão sinceramente que o fez querer se esquivar, olhar para qualquer outro lugar que não fosse a expressão grata do homem bonito — exceto que ele não tinha para onde olhar.

— Não é nada altruísta da minha parte. — Ele sussurrou em vez disso, sua vergonha apenas aumentando. Para sua surpresa, a gratidão de Potter pareceu mudar para diversão.

— Você... gostou.

— Eu sou apenas humano. — Ele sibilou, desconfortável por ter algo tão óbvio reconhecido em voz alta.

— É estranho até mesmo poder falar sobre isso. — Harry disse com um encolher de ombros. — Mas, obviamente, estou... feliz que tenha sido bom.

— Você está? — Ele perguntou, permitindo-se, por um segundo, imaginar que Potter poderia... exceto que não, é claro que ele não faria isso. Não um homem como Potter.

— Bem, sim. Você não teria oferecido de outra forma, teria? — Ele perguntou, com um sorriso constrangido no rosto, olhos verdes brilhando com travessura e a quantidade certa de constrangimento.

Ele teria oferecido se a única coisa a ser ganha fosse a segurança de Potter, seu conforto?

— Não, eu não teria feito isso. — Ele mentiu.

The Will To Fight | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora