Ele estava acordado, incapaz de dormir. Potter tinha ido embora – ele tinha cuidado disso, tinha observado ele deixar o terreno do castelo, por mais patético que fosse ele ter feito isso. Potter podia ir e vir quando quisesse – seus aposentos, no entanto, eram privados.
Não que ele realmente tivesse medo de que Potter fizesse isso... exceto que ele tinha... Potter, um adulto recém-criado, uma ameaça impulsiva, imprudente e egocêntrica ao mundo bruxo.
Já um bruxo poderoso, e então... então em alguma reviravolta cruel e insana do destino, ele foi transformado em uma rara criatura mágica, capaz de causar ainda mais estragos do que já era. Severus não era idiota – ele sabia que Potter poderia facilmente machucá-lo, matá-lo, até.
E em vez disso, o homem queria uma cura. Algo que nos milhares de anos em que os vampiros existiram, ninguém jamais havia encontrado ou conseguido.
Uma cura.
Ele queria vomitar.
Uma cura, ou morte – seu juramento não tinha um limite de tempo. Ele sabia que não era uma escolha deliberada, mas, tecnicamente, ele poderia simplesmente acabar com o homem quando quisesse, sem realmente tentar...
Ele rolou com um grunhido. Ele não o manteve vivo por tanto tempo só para voltar atrás agora. Com um rosnado, ele saiu da cama, enfeitiçou seus sapatos e sua beca, e subiu as escadas em direção à biblioteca.
.
— Boa noite, professor. — Potter disse, uma semana depois, de pé em seu escritório.
— Potter. — Ele cumprimentou cautelosamente, olhando para o outro homem como se visse sinais de sangue e assassinato nele.
O outro homem sorriu educadamente.
— Eu comi ontem à noite. Dá para mais um ou dois dias, se eu não estiver exposto ao sol. Você não corre perigo. — Ele disse, como se tivesse lido sua mente.
Severus queria rosnar, sibilar, cuspir na presunção.
— Você acha que conseguiria?— Ele finalmente decidiu.
Potter sorriu fracamente.
— Sim. — Ele disse em um tom suave, encostando-se na mesa. — Mas eu não vou. Assim como você já poderia ter me matado – e não o fez.
— Percebeu então a falha no seu voto? — Ele perguntou, um pouco surpreso.
— Não foi uma falha. Foi... foi... Snape, você não imagina como é. Confie em mim. Se decidir que não pode me curar, ficaria grato se me matasse. — Potter disse amargamente.
Seu estômago se revirou com uma amarga sensação de compreensão – ele sabia disso muito bem, o sentimento de certo desespero, de pensar que a morte era a opção mais fácil, a melhor opção... ele ainda conseguia sentir a picada dos dentes de Nagini em seu pescoço, em alguns dias.
— Não até eu tentar. — Ele disse, quase desapontado consigo mesmo.
— Obrigado, Professor. O que você precisa de mim? — Potter perguntou.
Ele suspirou.
— Sangue. Um relato escrito e detalhado do que aconteceu com você, de tudo o que você fez. Qualquer coisa e tudo sobre sua condição.
Harry riu fracamente.
— Tipo, se a comida vai me deixar doente ou não? Se eu tiver urticária se comer alho?
Ele zombou da criança idiota.
— Sim, seu imbecil, porque Merlin sabe que não há livros confiáveis sobre o assunto por aí.
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The Will To Fight | Snarry
Fiksi PenggemarSeverus grunhiu, irritado apenas por princípio. Não é que ele estivesse sendo incomodado - de forma alguma, na verdade -, mas ainda assim o incomodava quando a diretora mandava Potter vir. Não era nem mesmo ele - ele detestava todas as lembranças do...