Magic [Changki]

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Não precisou de muito tempo para Changkyun notar que os pais de Kihyun estavam verdadeiramente arrependidos por terem afastado o filho como fizeram. Após uma longa conversa e um jantar divertido, o Yoo percebeu isso também. Não importava mais o que fizesse ou quem fosse, eles apenas queriam a presença do filho de volta, era reconfortante. E isso os levou a fazer uma proposta um tanto inesperada: querem que Kihyun volte para casa.

Tudo ocorreu bem durante os dois dias que passaram na outra cidade. Mas agora, no momento atual, eles encontram-se pensativos sobre o assunto proposto. Kihyun ainda não tocou no assunto e Changkyun tem a língua coçando desde o momento em que propuseram tal coisa.

-- Então, hyung... você vai mesmo voltar pra lá de vez? Pra morar com eles de novo? - finalmente tomou coragem para perguntar, mesmo meio apreensivo com a possibilidade de uma resposta positiva. Sabia que se ele voltasse, teria que ir também, mas esse nem era o ponto principal aqui -

Acontece que quando o fetiço for desfeito — porque ele acredita sim, fielmente, que irão conseguir —, sabe que não vai ter lugar para ele entre a família de Kihyun. Veja bem, não tem para onde ir agora que está brigado com sua mãe e não acha que pode morar na casa dos pais do garoto que gosta só porque desenvolveu sentimentos por ele. Não quer se separar do Yoo, muito menos se isso for consequência de rejeitar um lugar que não lhe cabe. Sente-se egoísta, isso nem deveria ser sobre ele, mas não consegue negar a si mesmo suas próprias vontades e sensações.

Eles estão agora no quarto, fazendo nada além de trocar carícias enquanto abraçados na cama de solteiro. A playlist de R&B tocando baixinho no celular do Im agrega significativamente ao ambiente, é uma vibe que descobriram gostar bastante de compartilhar.

-- E deixar tudo pra trás de novo? - o Yoo respondeu, questionando mais para si mesmo, encarando as próprias mãos ao que Changkyun mexia em seu cabelo daquele jeito gostoso que passou a sempre fazer antes de dormir - Eu não acho que ainda tenho uma vida lá, pra ser sincero.- mordeu os lábios, apreensivo. Os pensamentos afetavam ainda mais quando proferidos e compartilhados com alguém - As visitas vão ser frequentes agora. Acho que todos nós estamos muito felizes com esse acerto de contas e reconheço que ansiava o momento do nosso reencontro pra colocar as coisas no lugar. Você não imagina como sou grato por ter me ajudado a enxergar isso, mas seria um retrocesso voltar pra lá...

O Im sorriu ao receber a resposta que tranquilizou uma porcentagem de seus pensamentos. Entendia bem aquele sentimento de querer independência, ele mesmo se pegava desejando também, mas ainda parecia um tanto longe. Não queria demorar muito no assunto, porque uma coisa leva à outra e logo estaria perguntando como iriam se manter sem dinheiro. Sinceramente, não queria ouvir essa resposta. E talvez fosse uma pergunta para outra ocasião.

-- ...Além do mais, eu não estou mais sozinho, Changkyun-ah. - aconchegou-se um pouco mais contra o corpo dele, escondendo o rosto no pescoço e inalando o perfume suave. Já fazia um tempo que Kihyun estava viciado nele, no perfume do corpo e da roupa - Eu sou viciado nesse seu cheiro gostoso, sabia? O que tá fazendo comigo?

Changkyun cessou o cafuné quando sentiu o corpo inteiro arrepiar, não só pelas palavras, mas também pelo carinho que passou a receber quando os lábios dele vieram beijando-o com ternura ali naquela parte tão sensível de seu corpo.
A intimidade que construíram com o passar dos dias resultava em coisas assim: carícias trocadas, pensamentos compartilhados e emoções batendo forte demais.

-- Acho que eu quem deveria perguntar o que você tá fazendo comigo. Mudou tanta coisa aqui dentro desde que chegou, e agora... - riu automaticamente ao lembrar-se minimamente do que sentiu e deixou de sentir até chegar nesse estágio tão íntimo do relacionamento. Foram tantos altos e baixos dentro do seu próprio eu, tanta coisa floresceu depois que ele chegou em sua vida - ...isso é estranho? - peguntou por fim, sem realmente entender se era normal todo aquele batimento acelerado em seu peito -