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Kihyun arrumou uma mochila com algumas roupas e outra com os livros de magia, enquanto Changkyun o esperava, ainda meio pensativo.

-- Acho que estou pronto.

-- Já pegou tudo? Não será bom ter que dar outra viagem.

-- Ah! O material da escola.

Colocou seu caderno e livros da escola em outra mochila. Agora definitivamente estava pronto.

-- Acho que podemos ir.

-- Ok.

Changkyun saiu na frente, mas Kihyun caminhava com dificuldade por estar carregando tanto peso sozinho.

-- Assim não vamos chegar lá em casa hoje. - pegou a mochila com as coisas da escola e a das roupas - Você leva essa outra. Não quero tocar nessas coisas.

-- Ok. Obrigado.

Os dois andaram até a parada de ônibus mais próxima, prontos para irem até a casa de Changkyun.

-- Não acredito que concordei em ir morar na sua casa por cinco meses.

-- Trato é trato, ainda mais se for selado desse jeito. Não quero descumprir a minha parte e morrer.

-- O que vai falar pra a sua mãe?

-- Você é um amigo que não pode ficar sozinho, porque os pais estão viajando. Cinco meses de hospedagem em troca de ajuda com os estudos.

-- Como pensou nisso?

-- Estava pensando enquanto você arrumava suas coisas.

O ônibus chegou e os dois subiram, tendo em mente que não poderiam voltar atrás agora, mesmo querendo tanto que isso fosse um pesadelo.
A viagem foi silenciosa e desconfortável. Quando chegaram na casa de Changkyun, foi ainda mais difícil trocarem palavras ou se sentirem mais à vontade.

Não havia um quarto de hóspedes perto do quarto do Im, e, mesmo que já soubessem que seria difícil, ficou ainda pior percebendo que realmente teriam que dividir a mesma cama e o mesmo ambiente vinte e quatro horas por dia.

-- Pode colocar suas roupas na cômoda. Eu fico só com o guarda-roupas.

Changkyun abriu as gavetas da cômoda e jogou todas as suas roupas em cima da cama.

-- Eu não trouxe tantas roupas. Só uma mochila. Não precisa tirar tudo.

-- Você vai passar cinco meses aqui, então, mesmo não gostando de você, preciso tentar ser um pouco legal. A minha mãe não pode desconfiar que estou te tratando mal ou algo assim.

-- Então... Vamos ser amigos?

-- Você não entendeu. Quero dizer que vamos fingir que sou legal com você pra que a minha mãe não desconfie de nada.

-- E o que isso tem a ver com a cômoda?

-- Se ela perguntar, eu disponibilizei a cômoda pra você.

-- Ah.

-- Não tem banheiro aqui, como percebeu. Então sempre que quiser, fica duas portas à direita.

-- Não é como se eu pudesse ir sem a sua ajuda. - suspirou -

-- É, mas agora arruma suas coisas logo, e vamos comer.

-- Ok.

Kihyun começou a se xingar mentalmente por ter mexido no livro de Hyunwoo. Serão longos cinco meses.

[...]

Após arrumar suas coisas o mais rápido que conseguiu, porque Changkyun não parava de dizer como estava faminto, o Yoo finalmente teve paz na cozinha da família Im.

Pelo que havia visto até agora, deduziu que a casa não era pequena, mas também não era enorme. Nada rico de mais, mas nada muito pobre.

-- Parece que você petrificou. Pode comer também se quiser. - Changkyun falou com a boca cheia -

-- Tudo bem. Estou sem fome.

-- Você é quem sabe.

A troca de palavras morreu ali. Kihyun se perguntava mentalmente se um dia a conversa fluiria bem.
Ainda estava preso aos seus pensamentos quando uma mulher apareceu na cozinha como se fosse mágica. Ela estava bonita, e seu cabelo vermelho entrava em contraste com sua pele preocupantemente clara de mais.

-- Chang? Pensei que estaria sozinho.

-- Esse é... Meu amigo Yoo Kihyun. Kihyun, essa é Lee Sori, minha namorada.

-- Ah! Muito prazer, Sori. - deu um sorriso, que foi retribuído sinceramente -

Changkyun estava se perguntando se ele era assim com todo mundo. Começou a tentar lembrar se ele sorriu assim quando o conheceu também. Será que dava sempre esse sorriso enorme que transforma os olhos em pequenos riscos? Não conseguia lembrar.

-- Muito prazer, Kihyun! O Chang nunca me apresentou um amigo tão bonito. - Changkyun tossiu e arqueou as sobrancelhas para ela - Ah, eu só passei pra dizer que minha mãe me deixou dormir aqui hoje. Agora estou indo, pois tenho que comprar algumas coisas aqui perto.

Changkyun gelou na hora. Esqueceu completamente o que havia combinado com a Sori.

-- Acho que hoje não vai dar, amor! - a garota parou antes de sair pela porta e encarou Changkyun - Kihyun e eu vamos fazer um trabalho bem complicado, e ele vai ter que dormir aqui.

-- Ah, tudo bem, então. Podemos marcar outro dia.

-- Ok. Nos falamos mais tarde?

-- Pensei que fosse estar ocupado mais tarde.

-- Hm, é, vou estar. Até amanhã, então?

-- Até. - Sori saiu da casa tão rápido quanto entrou -

-- Por que não contou a história que disse que falaria pra a sua mãe?

-- Eu acho que tenho que preparar ela primeiro. Como diria pra a sua namorada que não vão poder dormir juntos por cinco meses?

-- Não sei, mas acho que ela não vai engolir isso por muito tempo.

-- Eu sei. Por isso, não esqueça do nosso acordo. Você precisa desfazer essa bruxaria antes que o muito tempo chegue, porque eu vou tornar sua vida em um inferno.

Kihyun não ficou surpreso, então apenas assentiu. Ele já achava que não seria fácil conviver com Changkyun, e agora tinha certeza.


Magic [Changki]Onde histórias criam vida. Descubra agora