Capítulo 14

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Piper's POV

Vejo as crianças jogando vôlei na quadra sem prestar muita atenção, ainda estou brava por Leo ter ido numa missão, levar o Jason e não me levar, somos um trio, devemos fazer essas coisas juntos. Não tem nem dois dias que eles foram, mas tive muita coisa para pensar nesse tempo, as palavras de Leo ainda ecoaram muito tempo aqui na minha mente, e mesmo estando brava com aquele elfo traidor, ele estava certo. Por isso não vejo a hora deles voltarem, porque preciso falar com o Jason, e contar para ele que mesmo que minha racionalidade seja uma bagunça, vou dar um voto de confiança para o que eu sinto no meu coração e confiar que ao menos ele entende o que está acontecendo, e que eu gostaria muito que ele... me desse mais uma chance, mesmo depois de tudo que eu causei, porque mesmo terminando e me afastando, ele continuou bem aqui, no meu coração.

Estava bem distraída até que um campista, um garoto de mais ou menos 16 anos que é filho de Dionísio, passou correndo e trombando em mim.

— Ei, presta atenção. — grito para ele, que para de correr e me olha. Noto que ele está pálido como se estivesse passando mal, começo a me perguntar se ele vai desmaiar aqui pois quando me aproximo vejo que ele treme compulsivamente. — O que aconteceu, você está bem?

— Acabei de voltar da praia, eu preciso contar para o Quíron. — o garoto realmente treme de forma preocupante.

— Contar o que, o que tem na praia? — pergunto curiosa.

— Eles voltaram da missão, os que foram ajudar Apolo. — o menino explica, sua expressão ficando mais sombria, enquanto meu coração começa a bater mais rápido. — Eles estão na praia, e um deles... um deles está morto.

É como se a Terra tivesse parado de girar. Ou talvez meu coração parou de bater. Apenas ouvir algo assim me deixa enjoada a ponto de ser capaz de vomitar aqui, esse garoto não deve estar falando a verdade, nada disso faz sentido. Não, ninguém morreu. Jason...

Algo estala dentro do meu peito, o mundo gira e minha visão fica turva. Talvez eu esteja morrendo também. Se Jason tiver...

E do pior jeito possível, entendo o tal estalo no meu peito. O estalo, o click de algo que para mim era óbvio. Eu não posso viver sem ele, não posso porque o amo, porque ele é minha metade. Jason é minha metade, minha alma gêmea, e isso nunca foi efeito de nenhum truque.

Eu o amo, e eu não disse isso para ele, perdi tanto tempo procurando explicações para esse sentimento, ao invés de apenas aproveitar a oportunidade de amá-lo enquanto pude, porque agora não sei mais se ainda tenho essa chance.

Mesmo me sentindo meio incapaz de ficar de pé, disparo a correr para a praia, rogando a todos os deuses que Jason esteja bem, mas minha mente já prega peças em mim, porque cada vez que pisco eu consigo imaginar ele caindo na areia, sem vida, nunca mais tendo seus olhos azuis brilhantes sobre mim, e meus olhos ficam marejados apenas com a ideia. Se eu tiver o perdido, sou capaz de abrir os portões da morte outra vez e trazê-lo de volta, toda minha irã dedicada a quem tirasse Jason de mim.

Chego na praia e logo que piso na areia alguém me intercepta, segurando meu corpo e bloqueando minha visão. Logo reconheço ser Percy, a tempo de não dar um golpe para ele me soltar.

— O que você está fazendo, me solta, eu preciso... — começo a dizer, tentando desviar dele, mas ele me segura pelos braços e me mantém na sua frente.

— Piper, espera. — ele pede.

— Não, me deixa passar, deixa eu... — a forma como ele aperta um pouco as mãos no meu corpo, não de forma grosseira, mas quase em desespero para que eu preste atenção nele, faz com que eu desvie meus olhos da praia, procurando alguma coisa, e olhe para ele. Os olhos verdes dele carregam um contorno vermelho agora, em um sinal óbvio de que esteve chorando, e isso faz o mundo sumir debaixo dos meus pés. Tive esperança até agora de que isso pudesse ser mentira, mas se Percy está assim... alguém realmente morreu, e entender isso faz meus olhos finalmente transbordarem. Nico, Leo, Jason. Um deles se foi, e entender isso faz meu corpo fraquejar, ainda bem que Percy estava me segurando com força. — Não.

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