Haunted House

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SEVEN

I've been meaning to tell you, I think your house is haunted

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I've been meaning to tell you, I think your house is haunted.
(eu tenho tentado te dizer, eu acho que sua casa é assombrada.)
Seven, Taylor Swift

14 de março de 1979 - 5 anos

     "Sally! Você parece uma princesa, meu amor!" Estelle Jackson disse a filha.
     "Papai, olha! Mamãe disse que eu pareço uma princesa!" A garotinha de cinco anos disse, pulando alegremente pela sala de sua casa em New York, seu cabelo castanho ondulado balançava com o movimento, seus olhos azuis brilhavam de alegria.
     "Eu vi! Está linda!" Ele pegou a filha e a rodopiou, saboreando o riso leve da pequena criança na casa.
     Para a pequena Sally Jackson, não havia coisa melhor do que sua família. Só existiam eles no mundo, Jim e Estelle Jackson a mimavam como se merecia, eles não tinham muito dinheiro mas faziam seu melhor, e isso era o verdadeiro presente.
     Quando Sally descobriu que ficaria aos cuidados do tio porque os pais iriam viajar, ela ficou extasiada. Era uma alegria interminável, pelo menos era o que Sally achava...

23 de março de 1979 - 5 anos

     Acontece que Seu sofrimento começou cedo.
     Com apenas cinco anos de idade, Sally se encontrou vestindo um vestido preto pela primeira vez (uma cor sem alegria, sem esperança), no velório de seus pais, vendo os seus heróis descerem sete palmos de terra.
     Era estranho. Como podiam as coisas terem mudado tão rápido? Por que seu pais estavam no único avião que caiu? Ela tinha cinco anos, tinha que pensar em que nome dar ao pônei que ia pedir de natal para o papai noel, não em como se portar, em pé, ao lado do túmulo de seus pais. Parecia muito um final.
     Sally não gostava de finais, eles eram sempre chatos, o fim de um filme lindo, fim dos doces de halloween, fim do recreio... fim da existência do que ela conhecia.
     "Vamos Sally!" Seu tio Rich, o único parente restante, chamou, um tanto impaciente.
     "Tchau papai... Tchau mamãe..."
     O triste era que esse não era o final do sofrimento da garota.

16 de abril de 1983 - 9 anos

     Seu tio não era legal como ela imaginava, aparentemente ele era apenas um homem imaturo, Sally era obrigada a fazer tudo sozinha, seus deveres de casa, sua comida, tinha que limpar a casa toda e andar para a escola e a biblioteca.
     O dia dos pais e o dia das mães eram os mais difíceis, Sally sempre fazia um desenho para seus pais, Rich até oferecia pendurar na geladeira, mas ela dizia que não queria. Sentia que seu pai ficaria triste vendo seu desenho de dia dos pais na geladeira do irmão...
     As coisas estavam tão diferentes, Sally estava crescendo rápido demais.

30 de agosto de 1992 - 18 anos

     Rich tinha câncer.
     No momento que Sally conseguiu dar algum prumo na sua vida, Rich pegou câncer.
     Ela queria ser escritora, escrever sobre os amores, os amigos, a família que ela nunca teve. Mas isso não seria possível.
     Sally desistiu de tentar entrar na faculdade e foi trabalhar para pagar o tratamento do homem doente, e mesmo com todo o seu esforço (quase passando fome para ajudá-lo), Rich se foi em alguns meses.
     Algo nela doeu, mas ela não chorou.
     Chorar não trouxe seus pais de volta.
     Chorar não traria seu tio de volta.

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PRETTY LIES, UGLY TRUTH

"The wasted years, the wasted youth

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"The wasted years, the wasted youth.
The pretty lies, the ugly truth."
(Os anos desperdiçados, a infância desperdiçada.
As mentiras lindas, a verdade horrível.)
Teen Idle, Marina

17 de dezembro de 1992 - 19 anos

     Sally geralmente não iria a uma festa numa quinta-feira, mas ela já estava de férias e sua amiga Avery havia praticamente a arrastado para a festa.
     Sendo sincera, após a morte de Rich, Sally tinha... se perdido um pouco, tendo alucinações com monstros e enchendo a cara a maior parte do mundo.
     A balada era iluminada por luzes de led que mudavam de cor conforme a batida da música, algumas pessoas dançavam, quadris e costas grudados numa desesperada tentativa de se aproximar, algumas bebiam, trocavam beijos e carícias no canto do bar, seguindo sua rotina mundana e sem preocupação.
     Sally vestia um vestido de Avery, prateado, curto, que possuía uma abertura na perna direita e um decote fundo nos seios, seus saltos pretos tinham dez centímetros, seu cabelo castanho caia como uma cascata sobre seus ombros, era levemente ondulado, seus olhos azuis esverdeados pararam em um homem.
     Um homem que ela nunca havia visto antes, ele estava sentado com as pernas abertas numa cadeira do bar, com um drink na mão, vestia uma calça preta e uma jaqueta aberta da mesma cor, mostrando seu abdômen esculpido, seus cabelos negros estavam molhados, bagunçados e caiam em sua testa, seus olhos encontraram os dela do outro lado da boate, eles eram uma cor linda, um verde água maravilhoso.
     Uma garota beijava seu pescoço, outra beijava seu abdômen, ajoelhada ao lado de suas pernas, mas ele olhava para ela.
     Apenas para ela.
     Seu coração pulou em seu peito, não era a primeira vez que um cara bonito a observava desse jeito. Ela era bonita, e garotos eram feitos majoritariamente de tesão. Mas algo nele era diferente, uma aura de poder desconhecida. Sally amava uma aventura, queria que ele se submetesse a ela, inteiramente.
     O homem misterioso fez um sinal e as duas garotas se afastaram dele, Avery havia sumido.
     "Dança comigo, princesa?" Sua voz era grossa, melodia para seus ouvidos.
     "Nos seus sonhos." Ela riu, empurrando ele até que ele se sentasse numa cadeira qualquer, ela sorriu para ele e começou a dançar, uma dança quente, incluindo ele em alguns passos.
     Ele apareceu em sua frente, colocando suas mãos no quadril de Sally. "Você é tão... Perfeita."
     Ela não corou com o elogio, já tinha ouvido melhores. "Gostou?" Ela riu. "Vai me beijar ou não?"
     Ele riu, balançando a cabeça antes de beija-la de uma maneira que fazia sua cabeça girar, e ele a beijou de novo e de novo até a noite desaparecer e o sol raiar.

20 de dezembro de 1992 - 19 anos

     "Já falei que eu amo esse biquíni?" Poseidon colou seu quadril com o de Sally por trás.
     Ela riu. "Sim, algumas vezes." Ela colocou a tarracha em seu brinco, endireitando o corpo.
      "Você tem que ir mesmo?" Ela perguntou, corpo endurecendo, expressão triste. Os últimos três dias tinham sido ótimos, ele era meio escroto mas ele era um deus, transava como se tivesse fogo nas veias, havia explicado tudo sobre suas 'alucinações' e a bajulava apenas o suficiente para seu ego inflar.
     Humanos eram uma merda, disso ela já sabia, mas talvez deuses não.
     Poseidon colocou uma mecha castanha de cabelo para trás das orelhas da garota. "Eu sinto muito." Juntou as testas dos dois, beijando rapidamente o nariz da bela mulher em sua frente. 
      Ela colocou sua mão em cima das dele. Beijando os lábios salgados do deus. Ela nunca havia se apegado assim antes, já havia dormido com muitos caras, tentando suprir o amor que nunca foi dado a ela, eles sempres juravam amor eterno a ela, até colocarem as roupas, de repente o amor não existia mais.
     Amor.
     Sally já estava acostumada com o amor, bom, a ideia dele, o amor não existia, ninguém amava ninguém, não naquele mundo.
     Mas Poseidon havia sido tão diferente, havia amado a ela de uma forma tão nova, tão diferente. Ela conseguia lembrar de seus suspiros, juramentos e declarações de amor, podia quase sentir o jeito que Poseidon tremia em baixo dela, murmurando seu nome como uma reza, seu deus.
     Não chorou quando ele saiu, não na frente dele. Mas desabou assim que a porta se fechou.

Avisarei quando houverem gatilhos!⚠️

𝐍𝐨𝐭𝐡𝐢𝐧𝐠 𝐛𝐫𝐞𝐚𝐤𝐬 𝐥𝐢𝐤𝐞 𝐚 𝐡𝐞𝐚𝐫𝐭 // Sally JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora