The Start of It All

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THEY CALL ME CRY BABY

"You seem to replace your brain with your heart,You take things so hard and then you fall apart

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"You seem to replace your brain with your heart,
You take things so hard and then you fall apart."
(você parece substituir seu cérebro pelo seu coração,
você leva tudo tão a sério e então você se despedaça).
Cry Baby, Melanie Martinez.

03 de junho de 2002 - 28 anos // 09 anos

Não era como se Percy tivesse uma escolha.
Depois da surra que ele havia tomado ontem, ele tinha que usar maquiagem (o que não era um problema, ele era ótimo em esconder os roxos em seu corpo) mas dessa vez Gabe estava muito bebado para lembrar que não podia bater em seu rosto.
Era muito difícil esconder um olho roxo daquele jeito, o gelo havia ajudado bastante com o inchaço mas o tom arroxeado ainda estava em seu rosto.
Sua cabeça estava abaixada e seu capuz descansava em seus cabelos negros.
Ele iria se esconder do mundo como escondia a arma em seu quarto.
Mas obviamente a sorte não estava em seu lado. Ela nunca estava.
"Percy? Percy Jackson, não é?"
Angela Hills, uma garota popular loira um tanto bonita. Se fosse um garoto qualquer, Percy mandaria ele se fuder, mas sua mãe havia dito que ele não podia ser rude com garotas.
"Sim Angela?"
A garota se sentou ao seu lado, bebericando seu suco de laranja. "Você quer fazer o trabalho de geografia comigo?"
Percy levantou a cabeça em surpresa.
E então ela riu e jogou o suco em seu rosto.
Puta merda.
Percy não sabia o que isso significava mas sabia que era ruim.
Sua mãe havia acabado com o fixador que eles tinham.
A base e o corretivo escorriam por seu rosto.
Angela parou e olhou escandalizada para o rosto do garoto.
E então ela riu. Alto.
"Jackson está de maquiagem!" Ela debochou. "Que bixinha! Olha só!"
Ele passaria a semana ouvindo os comentários.
A culpa era dele que ele apanhava? Provavelmente sim.

10 de junho de 2002 - 28 anos // 09 anos

"Mamãe?"
Sally olhou em direção ao seu filho, vendo o famoso biquinho e olhinhos azulados. "O que foi, meu amor?"
Ela abriu os braços e ele correu para seu colo.
"O que aconteceu, querido?"
Ele negou com a cabeça e se escondeu contra seu peito.
Ele estava fazendo isso demais, escondendo coisas dela.
"Por que você não quer me contar?"
Percy murmurou. "Eu só estou cansado da escola, queria colo."
Ela não acreditou, mas não queria faze-lo se sentir mal, então não pressionou mais, deixando ele se aninhar em seu colo.
Ela amava seu garoto. Não deixaria nada acontecer com ele.

START

"Sometimes a certain smell will take me back to when I was young,How come I'm never able to identify where it's coming from?"(às vezes um cheiro específico me traz de volta para a minha infância,como pode eu nunca conseguir identificar de onde é?)...

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"Sometimes a certain smell will take me back to when I was young,
How come I'm never able to identify where it's coming from?"
(às vezes um cheiro específico me traz de volta para a minha infância,
como pode eu nunca conseguir identificar de onde é?)
Stressed Out, Twenty One Pilots.

09 de maio de 2002 - 28 anos

Se tinha algo que Sally odiava era ver seu filho triste, vê-lo sentado no chão do quarto chorando segurando alguns papéis na mão era devastador.
Ela se ajoelhou na frente do filho de nove anos, os joelhos dela contra os joelhos dele. "O que aconteceu, Peixinho?"
Percy respirou fundo, sugando ar como quem acabou de quase se afogar. "Desculpa mamãe, desculpa." Ele abraçou os joelhos e a entregou os papéis.

"Querida Senhora Jackson,
Nessa escola temos uma política absurdamente restrita contra violência, não incentivamos nenhum tipo de violência, seja física ou verbal.
Informamos-te que seu filho Perseus Jackson será convidado a se retirar da escola.
Ele será expulso, já recebeu quatro advertências por desrespeito aos professores e uma por bater em um colega.
Sinto muito ter que dizer isso.
Assinado: Diretor Josh Burke."

O outro papel era o boletim de Percy, majoritariamente pintado de vermelho.
Sally respirou fundo, sabia que se Percy fosse uma criança normal e ela fosse uma mãe normal Percy estaria levando bronca. Mas ao olhar para as cicatrizes em seu braço, e lembrar das mil que se escondiam debaixo de seu vestido, ela não conseguia, nem queria brigar com Percy. Tendo uma vida como a deles, ela não podia deixar o laço enfraquecer, Percy só tinha a ela, e ela só tinha a Percy.
"Aw meu amor..." Ela puxou o filho mais para perto, beijando sua cabeça febril, tentando tirar um pouco da tremedeira do garoto. "Eu sinto muito, Peixinho."
Percy soluçou. "Você não vai brigar comigo?" Ele hesitou. "Você me odeia?"
O coração de Sally congelou. "Claro que não." Ela se afastou um pouco para olhar naqueles olhos verdes-água do filho. "Percy eu nunca poderia te odiar, nunca. Em nenhum universo, em nenhum mundo, em nenhuma circunstância."
Ele se inclinou um pouco para frente, depositando um beijinho na ponta do nariz da mãe. "Eu te amo mamãe." Ela gentilmente tocou a ponta de seu nariz com a do filho, sentindo as mãos do garotinho tocarem seus cabelos.
"Eu também te amo meu amor."

13 de junho de 2004 - 30 anos // 11 anos

Percy parecia tão distante, não queria aproveitar as férias de verão, só dormia, comia pouco e falava pouco. Não tinha como Sally saber que Percy estava crescendo, talvez não muito em tamanho, mas estava amadurecendo, de uma forma que nenhuma criança devia amadurecer. Percy havia finalmente percebido que sua vida não era perfeita, havia entendido que eles mal tinham dinheiro para comprar comida, por isso comia só metade do prato em todas as refeições, era a única maneira de garantir que sua mãe tivesse comida para comer.
Percy falava pouco, havia sido mandado para um internato por uma razão, para não ficar em casa. Temia não ficar em casa, quem tomaria as surras que ele tomava em seu lugar?O garoto sabia definitivamente agora que seu pai nunca iria voltar para salva-lo do jeito que Percy sempre achou que fosse acontecer.
Ele nunca havia ligado muito para a sua falta de pai, até uma criança pichar 'idiota bastardo' em seu armário, crianças eram muito cruéis.
Alguém cutucou seu ombro. "Oi, posso sentar aqui?"
Percy franziu o cenho, ninguém nunca falava com ele na academia Yancy, a não ser que fosse para ridicularizar-lo ou ofende-lo.
"P-pode... eu acho."
O garoto sorriu, sardas em suas bochechas, covinhas e dentes aparecendo, ele tinha espinhas assim como Percy, possuía cabelos castanhos e olhos castanhos. "Prazer, sou Grover. E você?"
"Percy. Percy Jackson."

23 de setembro de 2004 - 30 anos // 11 anos

Quando Percy perguntou se podia levar um amigo para casa Sally ficou extasiada, Percy não havia tido bons amigos desde sua primeira expulsão, então, garantindo que Gabe iria para a casa do Eddie durante o dia para jogar poker, Sally disse que sim. O amigo novo de Percy, Grover, parecia meio estranho para Sally, mitologia tipo de estranho.
Quando Percy foi pegar um casaco, Grover se direcionou a ela. "Senhora Jackson, aqui. Todas as minhas informações estão aí."
Sally pegou o cartão e o envelope da mão do garoto, franzindo o cenho.

"Querida Senhora Jackson,
Eu, Chiron, escolhi Grover Underwood, satyr do Acampamento Meio Sangue, para guiar seu filho semideus durante o ano escolar até o Acampamento.
Não se preocupe, Grover faz um bom trabalho, seu filho ficará seguro.
Sinceramente,
Chiron e Senhor D."

O cartão dizia.

"Grover Underwood.
Colina Meio Sangue.
Protetor e Guiador de Semideuses desde 1998."

O coração de Sally parou.
"Meio sangue."
"Semideus."
Eles sabiam da existência de seu filho, e se eles sabiam... Um calafrio percorreu seu corpo.
"Voltei! Vamos Grover! Tem um balanço azul bem legal aqui na frente."
Grover assentiu. "Bora!" Lançando um último olhar para a mãe do garoto.
Naquela noite, mesmo com Percy seguro no quarto ao lado, Sally não dormiu por um segundo, seria a primeira de muitas noites que Sally passaria em claro com medo da vida mitológica de seu filho.

𝐍𝐨𝐭𝐡𝐢𝐧𝐠 𝐛𝐫𝐞𝐚𝐤𝐬 𝐥𝐢𝐤𝐞 𝐚 𝐡𝐞𝐚𝐫𝐭 // Sally JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora