"É mútuo"

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POV : LOUIS

6 meses depois do acidente. Ainda não haviam doadores e eu já estava ficando frustrado. Pensar que talvez nunca mais veria outra vez, estava sendo muito difícil para mim.

Harry e minha mãe sempre tentavam me alegrar de alguma forma. Até meu pai dizia que um dia eu conseguiria, mas eu não aguentava mais viver na escuridão.

Só de pensar que eu jamais veria como o Harry é, que nunca mais eu veria o rosto da minha mãe ou do meu pai, nem o da Flora. Me cortava o coração pensar que eu nunca mais veria a mim mesmo, nunca mais...

O namoro pelo menos ia bem, não discutíamos, só de vez em quando rolava uma briguinha por Harry ser estranhamente teimoso e eu ser teimoso e debochado demais. Mas não era nada demais, não ficávamos nem um dia sequer sem nos reconciliar.

Estávamos agora deitados prontos para dormir. Harry acariciava meus cabelos e eu me deliciava com seus toques. Era como se seus dedos fossem feitos pra me fazer carinho.

— Lou? –me chamou baixinho.

— Sim? –respondi ainda com os olhos fechados recebendo o carinho dele no meu cabelo.

— Você já?...–ele ficou em silêncio e eu entendi o que ele queria dizer. Abri os olhos e sorri.

— Não. –não que eu seja um idiota de nunca ter dormido com alguém, mas eu nunca me apaixonei, nunca encontrei alguém especial. Não dormiria com qualquer um.

— Sério?? –e sua voz soou tão surpresa quanto eu imaginei que soaria.

— Sim amor, eu sou um virgem de 27 anos. –comecei a rir e ele também não se aguentou.

— Eu não sou mais. –fiquei um pouco inciumado, alguém viu o corpo que eu daria a vida pra ver.

— Hum. –arqueei uma sombrancelha e suspirei.

— Não me diga que está com ciúmes? –ele lê mentes agora??? Arregalei os olhos e balancei a cabeça em negação. — Não acredito em você. –disse num tom de voz brincalhão.

— Azar é o seu ! –disse debochado dando de ombros.

Harry pulou em cima de mim e começou a fazer cócegas na minha barriga pedindo que eu retirasse o que havia dito, e eu disse que não.

Ele parou quando enfim se cansou e eu não aguentava mais, minha barriga já estava doendo. Aquele perturbado...

Suas pernas ainda estavam em volto da minha cintura e ambos estávamos parados, sem fazer nenhum movimento. Até que senti o membro dele já duro no meu colo.

— Harry ! –reclamei alto quase rindo.

— Desculpa, mas o que posso fazer? É você quem provoca isso em mim. –disse saindo de cima de mim.

— Eu provoco tudo isso em você? –perguntei sugestivo.

— Tudo, você provoca tudo em mim.

— Então me mostra. –disse suave depois de engolir a seco.

— Louis...e-eu não quero que você faça nada forçado. –sorri de canto, ele era a coisa mais fofa do mundo, tão atencioso.

— Você não está me forçando a nada Hazz. Eu quero você. –proferi a última frase com ênfase.

— Eu amo você sabia?

— Eu sei, e eu também amo você, meu narcisista implicante ! –ri nasalado e ele pulou em cima de mim.

Harry começou a beijar meu pescoço inteiro. Meus olhos já estavam se revirando. Eu sentia arrepios até na espinha com todos aqueles beijos. Ele segurou meus pulsos a cima da minha cabeça e começou a deixar chupões no meu pescoço e na minha clavícula.

Um Covarde Para O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora