"Promise"

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POV : LOUIS

Aquilo tinha me deixado intrigado, mas deixei pra la e nós dormimos. No dia seguinte mamãe e papai conversaram com a gente sobre nós não sairmos mais na rua. Nós concordamos, afinal não sabíamos do que Carlos era capaz. E agora eu queria que Harry ficasse todo o tempo comigo por causa da carta que recebi de Dylan.

Eu pedi que Flora não falasse sobre a carta para Harry. E assim se passaram os dias. 4 dias depois do sequestro de Gemma, não tínhamos notícia alguma e isso estava deixando Harry sem apetite e triste. Eu estava arrasado por não saber nada dela, assim como meus pais que a consideravam como filha.

Minha melhor amiga está em só Deus sabe onde e eu não posso fazer nada pra mudar isso.

Mas uma coisa eu ia fazer. Eu não ia mentir pro Harry, eu ia contar tudo sobre o Dylan antes que a bomba estourasse bem na minha cara como dá última vez. Como quando Harry descobriu sobre o acidente com a mãe dele.

Localizamos a família de Zayn e contamos sobre ele ter sido levado também. Os pais dele ficaram horrorizados por saber que Zeyne tinha haver com isso.

×

— Hazz você tem que comer. –já era a terceira vez que eu pedia para que ele jantasse.

— Eu já disse que não quero, não estou com fome. –ele retrucou cruzando os braços contra o peito.

— Olha Harry tudo bem, se você não quer comer tudo bem. Mas então eu também não vou comer. –me sentei na cama de frente pra ele segurando sua mão e ele olhou na mesma hora descruzando os braços.

— Não, não faz isso Lou. –ele pegou minha mão e a apertou um pouco.

— Você não entende que se você não comer eu não vou comer? Que se você morrer eu vou morrer também? Você não entende que por você eu faria qualquer coisa? –disse calmo e ele apenas engoliu a seco alternando seus olhos em olhar pros meus lábios e pros meus olhos.

Harry me abraçou forte como se estivesse cansado daquilo. E eu o entendia, porque eu também estava cansado. Cansado de não poder sair de casa, de não ter notícias de Gemma e nem de Zayn, de saber que as investigações não andam pra frente. Ao contrário, estão praticamente paradas, já que não foi encontrada nenhuma pista.

— Eu estou cansado. –e enfim ele disse abraçando o meu corpo. Eu acariciei seu cabelo fechando os meus olhos e me afastando do abraçado para olhar nos olhos dele.

— Eu também love. Mas não vamos desistir, pela Gemma e pelo Zayn ok? –ele assentiu e me abraçou outra vez.

Depois daquele abraço Harry comeu pela primeira vez naquele dia. Era sua primeira refeição do dia e era a janta. Eu fiquei mais tranquilo em saber que ele estava melhor e eu comi também.

No dia seguinte acordei disposto a contar para Harry sobre Dylan.

— Bom dia Flora...–falei num bocejo ao entrar na cozinha.

— Bom dia querido. –eu dei um beijo em sua testa e recebi outro. Sorri pequeno e fui até a geladeira pegar água.

— Mamãe e papai?

— Já foram. –assenti e subi pro meu quarto, agora eu dormia em cima. Fiz minha higiene no banheiro e saí disposto a conversar com Harry logo pela manhã.

— Hazz ! –chamei e ele murmurou algo como "sono". Eu sorri achando a cena dele rolar pela cama com os olhos fechados reclamando por eu acordá-lo a coisa mais fofa do mundo. Ele estava sendo ele mesmo, o Harry que há dias eu não vejo. — Hazz !

— Oi..–bocejou coçando os olhos e eu sorri pra ele. Vi seus olhos verdes mais claros e profundos naquela manhã e entendi porque me apaixonei por ele. O fato é que nem eu mesmo sei. Tudo o que sei é que Harry é tudo pra mim e eu não me vejo vivendo sem ele.

— Bom dia cinderela. –deitei de bruços ao seu lado beijando seu queixo e ele sorriu de olhos fechados marcando suas covinhas.

— Bom dia Boo Bear. –ele levantou o pescoço e eu me aproximei, demos um beijo de esquimó, seguido de risadas vindas de ambas as partes e depois um selinho demorado.

— Nós temos que conversar, eu quero aproveitar que meus pais já foram trabalhar.

— Hum, la vem. –ele disse revirando os olhos e se sentou encostando na cabeceira da cama.

— É que...–comecei sem jeito, me sentei na cama de frente pra ele com pernas de chinês, e sem encará-lo tentei contar tudo. — Há 4 anos atrás eu conheci um cara chamado Dylan Cooper, um policial recém chegado em Chicago. Nos conhecemos num dia e no outro começamos a sair juntos. Um dia estávamos indo embora e estávamos bêbados. Ele tentou fazer sexo comigo na rua...–suspirei e vi Harry manter o rosto sem expressão alguma. Ele estava somente atento a tudo que eu dizia.

— Louis se não quiser contar, eu acho que você não precisa...–ele pôs sua mão sobre a minha na cama e eu sorri vendo aquilo, mas balancei a cabeça negativamente. — Você não parece bem com isso.

— Não, está tudo bem. –soltei o ar e continuei. — No dia seguinte ele pediu desculpas, pondo a culpa no álcool e eu aceitei numa boa. Depois disso ele sumiu por alguns meses. E quando voltou disse que estava numa missão e não podia me contar. Tudo bem...Aí um outro dia estávamos comemorando que eu tinha publicado meu segundo livro. Ele ficou muito bêbado e eu não quis deixar ele ir pra casa sozinho e naquele estado. Levei ele pra minha casa e depois de deixá-lo no sofá dormindo ele veio até meu quarto quando eu estava indo dormir. Ele tampou minha boca e me violentou. –eu dizia tudo sem encarar Harry, e nem nessa hora eu olhei pra ele, muito menos nessa hora. Ele não dizia nada, ele só mantia a mão em cima da minha fazendo carinho e eu me sentia bem com isso. — Ele foi embora e nunca mais o vi, eu o denuciei mas é como se ele fosse invisível, como se nunca tivesse existido um Dylan Cooper na face da terra. Ninguém além de você sabe disso porque eu não quis contar pra ninguém. Isso aconteceu numa noite de chuva...Estava chovendo, tinha trovões e relâmpagos. Eu já tinha medo quando era criança, mas depois disso eu fiquei traumatizado...–funguei o nariz e continuei. — Por isso não acreditei mais no amor, por isso eu era daquele jeito...estou te contando porque não deve mais existir mentiras entre nós. E....no dia que Gemma e Zayn foram levados Flora me entregou uma carta dele. Dizia que ele sentiu minha falta e que estava me vendo. "Eu vejo você", ele sempre dizia isso pra mim e na carta tinha. Acho que ele pode ter algo haver com Gemma, com o sequestro todo.

— Lou eu não sei o que dizer... Eu sinto muito por tudo o que aconteceu com você. Eu não imagino como deve ter sido horrível passar por isso e agora viver com a maldita lembrança. Mas tá tudo bem amor, eu não vou deixar que nada de ruim aconteça com você está bem?

— Você promete? –ele assentiu.

— E você promete que não vai ficar triste? Porque sabe...eu adoro o seu sorriso. –sorri envergonhado tomando um susto quando ele me puxou pro seu colo.

— Prometo. –disse e ele beijou minha testa com carinho.

Um Covarde Para O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora