Fomos envenenados?

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Yeah! Mais um capítulo concluído!
Gente eu sei que é chato pedir que comentem, mas eu preciso pedir porque não sou muito confiante e preciso que me contem o que estão  achando, se gostaram e o que querem que melhore. Minha confiança é realmente um lixo e eu penso que está horrível e todos estão odiando, só preciso de uma confirmação de que isso é verdade ou de que é mentira. Enfim... FELIZ NATAL! Que vocês comemorem muito, comam muito e estejam transbordando saúde, porque saúde é sempre bom, tenham uma madrugada maravilhosa ^^ <3

Narrado por Peter Hale

Onde minha maldita carteira se enfiou?
Reviro as gavetas da mesa de cabeceira, não está lá. Assim como não estava na cama, no closet ou no banheiro.
— Peter! Se soubesse que ia demorar tanto assim não teria te chamado para jantar!
Derek está perdendo a paciência, não que ele tenha alguma normalmente, só parece que está ainda menor nos últimos tempos. Seja por conta dos caçadores restantes e Monroe, que ainda está solta, seja porque seus pequenos pupilos se mudaram.
Desisto de encontrar a carteira, quando não quiser ela vou tropeçar nela, é assim que a vida funciona. Abro o cofre localizado no closet e pego algumas notas de cem.
— Você deveria fazer terapia para controlar sua falta de paciência!
Desço as escadas pulando alguns degraus. O restaurante fecha em menos de uma hora e Theo provavelmente ainda não jantou, não custaria nada comprar comida de verdade, e não pizza que eu sei que é a única coisa que Derek dá para o menino.
— Disse o maníaco! Você não é exatamente a pessoa certa para recomendar terapia para alguém - ele está com a testa grudada na parede de vidro, vai deixar marca de gordura.
— Ex-maníaco e desgrude essa testa gordurenta da minha parede! Vai deixar ela toda suja!
— A vista do seu apartamento é boa - fala se afastando do vidro.
— Finalmente aceitando minha ideia de mudar para esse prédio? - Brinco.
— Não, só acho a vista boa.
— Veria ela todos os dias se comprasse um apartamento aqui - retruco calçando meus sapatos.
— E ser seu vizinho? Passo - reviro os olhos. Que tolo, ser meu vizinho é o máximo.
— Não precisa ser meu vizinho, pode muito bem comprar o apartamento do andar de baixo ou o de cima ou qualquer outro.
— E colocar em prática aquela sua ideia maluca de comprarmos todos os apartamentos do prédio e transformar cada andar em um único apartamento? - a ironia em sua fala é palpável.
— Tu passaria a morar perto dos seus protegidos. Não é um sonho? Imagina Scott morando no segundo andar, Lydia no terceiro, Melissa e Chris no quarto e assim indo, cada andar infestado por seus queridinhos - me coloco em pé e pego as chaves que estavam penduradas.
— Você só que isso para Theo morar aqui! Você se apegou ao menino - revira os olhos.
— Que blasfêmia! Não se projete em mim querido, você que se apega aos jovens desafortunados!
— Você se apegou a aquele jovem desafortunado, só não admite porque quer manter a pose de durão - cruza os braços e empina o nariz como se estivesse certo. Um soco, só um soco.
— Cala boca e vamos logo, não é você que estava prestes a comer minha mobília?
Derek é impossibilitado de retrucar porque a maçaneta do apartamento começa a girar. Ninguém sabe que estamos aqui, e quase ninguém pode subir sem precisar se identificar.
Nos colocamos a postos, prestes a atacar. Não atacamos, na verdade mal respiramos...
Parado na porta com uma expressão confusa estava eu, segurando o corpo desacordado de Theo e sendo seguido por uma dúzia de crianças.
— Acho que fomos envenenados e estamos alucinando - é a única coisa que Derek diz antes de ser atacado por duas crianças gritando "papai".
Sua expressão é impagável. Acredito que a minha também porque segundos depois uma criança vira para meu clone e fala: "Papai porque tem dois de você".
Definitivamente fomos envenenados e estamos à beira da morte desmaiados e sonhando com crianças e o Theo desmaiado.

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— O que vocês são!? Metamorfos? Feiticeiros? Darachs? Como pode minha aparência! Responda! - exijo para o homem parado à minha frente.
Minhas presas e garras estão à mostra, assim como as de Derek que conseguiu se desvencilhar das crianças. O impostor não reagia, não atacou ou falou algo para nós, só pediu para as crianças esperarem do lado de fora do apartamento e que não escutassem a conversa.
Não atacamos eles porque não sabíamos o que eram, se avançássemos poderia ser fatal...para nós.
— Eu sou você, acredito que uma versão do futuro de você - a resposta é calma e seu coração não salta, então ele não estava mentindo, o que não significa que está falando a verdade.
— Você realmente espera que eu acredite que vocês vieram do futuro!? — Exaspero alternando meu olhar entre meu clone, o ex-maníaco desmaiado e a porta, de onde o bando de crianças observa.
— Quer chamar todo mundo e fazer testes de DNA para comprovar que estou falando a verdade? Também podemos testar nossos sangues, assim você percebe que somos a mesma pessoa — ele soava assim quando falava? Entendia agora porque quase todo mundo odeia ele.
— Não tem como você ser do futuro, porque não existe uma máquina do tempo. Fale a verdade! - Os olhos de Derek brilham gélidos.
— Você está sentindo não está? Por isso que está tão nervoso - me vejo acomodar Theo no sofá e me sentar. É estranho assistir, estou me vendo fazer coisas.
— Não estou sentindo nada - a voz de Derek vacila um pouco, algo está errado.
— Oh querido! Você está sim, sei que está e só para constar, você já foi um melhor mentiroso - Derek avança.
Com um simples movimento faço ele voar por cima do sofá, nem tive que levantar para isso. Estou estático, meu cérebro não está mais associando nada. A aparência do invasor está me confundindo.
— Do que você está falando? - Questiono, não deixando evidente o tamanho da minha curiosidade.
— É simples, Derek ou sua parte lobisomem, não sei exatamente como funciona, se conecta com essas crianças, com duas delas para ser mais preciso - enquanto fala anda pelo apartamento, o sigo, não deixaria um estranho, mesmo que com minha aparência, andar pela minha casa sozinho.
"Acredito que independente da época temporal em que viemos parar, os pais das crianças vão sentir uma conexão com elas. Afinal, para os sobrenaturais a conexão com seus filhos é bem mais profunda, um pouco da alma, do poder, da força, é compartilhada com os filhos. Do mesmo modo que a conexão de um alfa com seus betas é praticamente inquebrável, esse vínculo que ele tem, que eles têm, no futuro é muito forte. Por isso Derek está tão irritado" - completa abrindo os armários e procurando algo.
— Isso...não faz o menor sentido! Você é louco! Derek está irritado porque um estranho, com a aparência do tio favorito dele, apareceu, ou melhor invadiu, meu apartamento e estragou nosso jantar! - me aproximo fechando a despensa.
Seu olhar é frio, como uma nevasca. Ele se endireita, arruma a roupa e sai, sigo ele.
— Não acredita em mim, acredite em minhas memórias. Vamos sei que consegue acessar memórias, afinal sou você. Vamos! Acesse minhas memórias! Sabe melhor do que ninguém que memórias podem ser roubadas, mas não colocadas. Então minhas memórias são uma fonte confiável de informações. Só faça isso logo e não veja demais. Te garanto que não  quer mudar nem que seja uma vírgula no seu futuro - senta em uma poltrona.
Aparentemente eu gosto de falar muito e estou sem tempo. Não gosto da ideia de entrar na minha cabeça, na cabeça dele, seja lá o que for.
— Por que parece tão desesperado? - Me sento à sua frente.
— Está vendo o garoto desmaiado ali, sei muito bem que sabe quem ele é, afinal ele não mudou muito. Também sei o que ele significa para você, porque sinto o que ele significa. Então, se quer salvá-lo é melhor se apressar, porque se demorar demais ele pode até sobreviver, mas uma parte dele não vai e eu te asseguro que você não vai aguentar ver ele perder outra parte dele.
Agora sei como Scott e Derek se sentiram quando tentava convencê-los a se juntarem a mim. Sou persuasivo e uso as palavras certas.
Não gostei de descobrir isso.
— Como sei que não estou caindo em uma armadilha?
— Não sou burro, o que significa que você também não. Já checou meus batimentos e meus sinais químicos, sabe que estou ansioso, não porque estou mentindo, mas porque estou preocupado - droga! Eu sou bom, quer dizer, ele é bom.
— Você apagou Derek com um golpe, não tenho essa força - admito - você não pode ser eu.
— No futuro você estará em uma alcateia gigante e com três alfas, dois sendo raros. É claro que estará mais forte, que eu estou mais forte, não somos mais lobos solitários - sua explicação é boa. Suas memórias talvez confirmem isso.
— Se isso for um truque...
— Não é.
Contrariado me posiciono atrás da poltrona. Não admitiria em voz alta, mas Derek é mais forte que eu, mais burro também, só que se esse cara nocauteou ele com apenas um golpe...não adianta atacá-lo.
— Peter! Não faça isso - Derek se aproxima meio troncho, foi pego de jeito.
Não tenho como responder nada porque minhas garras são empurradas pelo sujeito, que pode ou não ser eu, e sou jogado em memórias.

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Estou parado em um parque. Há várias pessoas aqui, começo a andar.
— Pai, você vai acabar abrindo um burraco no chão.
Me viro em direção a voz e encontro Malia que parece bem mais madura, seus cabelos estão loiros, ela está confortando alguém que parece nervoso, provavelmente é Henry Tate. Me assusto quando vejo o rosto do homem, sou eu.
Minha vista embaça, me escondo atrás de uma árvore, perto para ver e ouvir tudo, só não perto o suficiente para ser detectado.
É uma memória! Apenas uma memória! Ninguém vai te ver sair de trás da árvore! Me forço a pensar.
Não consigo me mexer.
Malia parece feliz, relaxada ao meu lado, ela até me chama de pai.
— Não consigo me acalmar, é como se tivesse um piano em meu peito - o Peter da memória explica, voltando a andar.
— Isso se chama ansiedade, lido com isso todos os minutos de vida, bem vindo ao meu mundo! - Stiles diz sorrindo.
Só então desgrudo os olhos de Malia e Peter. Quase todos estão aqui, Derek, Lydia, Parrish, Scott, parecem estar se divertindo com o nervosismo de Peter.
É um piquenique, tem várias toalhas estendidas, quilos de comidas e litros de bebidas. Algumas das crianças que estavam no apartamento também estão aqui, parecem mais jovens, uns quatro anos mais jovens talvez.
— Relaxe Peter! Pelo menos você não vai ter que acompanhar a gravidez ou o nascimento, o pior já passou! - Parrish dá tapinhas no ombro do Peter e recebe um chute de Lydia.
"—Estava apenas falando a verdade! Vou levar Aiden e as crianças para brincar" - beija a testa de Lydia e sai sendo acompanhado pelas crianças.
— Ele está certo, não na parte que a pior situação já passou, mas na parte que deveria relaxar. Poxa! Sua filha está vindo! Vai dar tudo certo - Scott é o que tenta acalmar dessa vez.
Scott me confortando é algo que nunca pensei que viria.
— Liam avisou que estão chegando! Todos de pé e com sorrisos amigáveis, não vamos assustar a menina - Melissa começa a dar chutes fracos neles para que comecem a se levantar.
— Vai dar tudo certo - Chris conforta agora.
— Vamos te ajudar com tudo, minha afilhada vai ter tudo - Lydia acrescenta apertando o ombro do Peter da imagem.
— Você realmente acha que ele vai escolher você? É óbvio que vai ser eu - aponta Malia.
— Você já é irmã! Não seja egoísta! - Lydia ralha.
— Por que vocês estão discutindo isso? É óbvio que vai ser Theo e Liam. O primeiro é o favorito dele e o segundo é marido do primeiro, óbvio que vão ser eles - Stiles continua a beber seu suco calmamente, como se não sentisse os olhares devido ao que acabou de falar.
— Eu sou a favorita! Sou filha dele!
— E o Theo já é padrinho de quase todo mundo.
— Parem! Eles estão vindo! - Derek acaba com a discussão e aponta para o outro lado do campo. Olho para onde ele aponta.
Theo carrega uma menina, seu sorriso é de orelha a orelha, ele fala algo no ouvido da menina e ela olha para frente, seu rosto se ilumina, ela é um anjo. Do lado de Theo, Liam está radiante carregando algumas malas, ele fala algo e Theo balança a cabeça em concordância.
A menina é colocada no chão e começa a correr sorridente, seu corpo choca contra as pernas de Peter, que se agacha e a abraça, consigo ver lágrimas nos olhos dele, nos meus olhos.
Começo a me aproximar, quero ser ele, quero isso, não quero só olhar, minha vista embaça novamente e tudo começa a ficar mais distante. Corro. Não quero sair daqui, não quero perder isso. Tudo escurece.

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— Peter! Peter! - Derek me chacoalha - achei que tinha morrido! - Ele se importa, sua voz tem desespero.
— Eles estão falando a verdade, vieram do futuro - seu rosto se contorce.
"— É verdade, vi as memórias" - explico.
— Isso é loucura, viagem no tempo!
— É um futuro bonito - acrescento baixo me sentando, acho que não tão baixo porque Derek me olha estranho.

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Um pulo no passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora