Capítulo 17

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Eu sei. Eu sei sim. Eu sei muito bem e quero muito isso mais do que qualquer coisa nesse momento.

— Nós não podemos fazer isso... Aqui — sussurro.

Miles me encara e deposita mais um beijo em meus lábios, um beijo demorado, um beijo que não quer ser terminado.

— Tudo bem — ele diz e para de me beijar, de me tocar, ele simplesmente para tudo que estava fazendo.

Eu respiro fundo me sentindo frustrada.

Por mais que eu tenha medo que alguém apareça, eu quero muito fazer isso. Aqui. Agora. Eu não vou aguentar esperar até chegarmos ao seu apartamento.

Eu faço um rápido inventário fora da janela do carro e então agarro a gola da camisa do Miles e o puxo de volta para aquele beijo ardente que estávamos tendo segundos atrás. Sem hesitar eu pulo para cima dele sentando sobre seu colo com as minhas pernas coladas ao seu quadril, cada uma de um lado.

Me acomodo em cima dele enquanto ele afasta o seu banco para trás o máximo que pode. As minhas mãos descem para o cinto de sua calça tentando desesperadamente abri-lo, então eu paro de beijá-lo para me concentrar nisso.

— O que aconteceu ao "não podemos fazer isso aqui"? — ele pergunta em tom divertido.

Sua pergunta soa como um protesto, mas ele não faz nada para me impedir de fazer o que estou fazendo.

Eu acho até que ele está achando graça nisso. E age como se já esperasse que isso fosse acontecer.

Ah, Miles! O que você está fazendo comigo?

Desde o momento que nos entregamos um ao outro não teve mais volta e agora é impossível não voltar a fazer aquilo.

— Alguém pode aparecer — ele afirma quando eu não respondo a sua questão.

— Os vidros são escuros — respondo já me ajustando para ele.

— E os movimentos do carro? — ele acrescenta sorrindo.

Pois é... Os movimentos do carro... Eu não me importo com nada agora.

— Foda-se os movimentos do carro!

Um sorriso se forma lentamente em seus lábios enquanto suas mãos deslizam para dentro da minha blusa até que elas encontra meu sutiã. Ele pega em meus seios e se inclina para frente para me beijar.

Seu beijo não dura muito porque eu interrompo para falar.

— Você tem... — Ele imediatamente me interrompe antes de eu terminar.

— Não se preocupe.

Ele levanta do banco e desliza a mão no bolso traseiro da sua calça. Miles puxa uma pequeno pacote quadrado e nós voltamos à ação.

Eu amo como nós queremos desesperadamente isso agora sem pensar em mais nada.

Miles e eu não tentamos tirar nenhuma peça de roupa para que seja mais fácil disfarçar caso alguém nos veja.

Fácil disfarçar...

É muito fácil disfarçar comigo em cima do Miles e o carro balançando, claro. Eu sou mesmo idiota!

Eu levanto me apoiando em meus joelhos enquanto Miles se prepara e me aproximo mais dele voltando a sentar quando ele termina. Só que dessa vez eu deslizo lentamente. Nós soltamos uma longa respiração simultaneamente.

Repito esse movimento várias e várias vezes, mexendo de cima para baixo. Cada vez que eu desço Miles joga sua cabeça para trás contra o assento. Ele geme baixinho e aperta minhas coxas.

Eu amo esse nosso ritmo lento e constante.

Meus braços estão entrelaçados a volta do seu pescoço enquanto minhas unhas furam o seu assento de couro. Miles beija a minha clavícula permitindo que sua respiração venha em ondas pesadas contra meu pescoço.

Eu tento não me mover muito forte para que o carro não se movimente tanto, mas é tão difícil manter o controle. Eu me sinto bem consciente de que estamos em seu carro no estacionamento do seu prédio e a qualquer momento alguém pode aparecer, mas eu não me importo.

Eu estou tão fora de mim, mas sei que nunca senti esse tipo de química com ninguém antes e, por isso é tão difícil impedir que isso aconteça.

Miles começa a movimentar seu quadril também sincronizando com os meus movimentos. Isso me faz gemer alto. A mão de Miles imediatamente cobre a minha boca para abafar os meus sons.

— Hannah, você não pode fazer barulho — ele diz de modo implicante.

Eu não respondo, mas obedeço seu aviso e tento fazer menos barulho possível.

Cada vez mais eu vou acelerando, mas Miles segura meus quadris me obrigando a manter os movimentos lentos e constantes.

Eu me reposiciono nele permitindo com que ele entre mais em mim e Miles solta um gemido alto.

Agora quem está fazendo barulho?

Eu abro um sorriso e Miles fecha seus olhos gemendo mais uma vez. Sua boca encontra a minha e me fornece um beijo intenso e com mais necessidade do que qualquer outro beijo.

Nossos corpos se movem em sincronia, acelerando e batendo um contra o outro.

— Hannah... — Miles geme meu nome e isso faz com que eu perca mais o controle da situação.

Eu amo que ele diga o meu nome, soa tão diferente do que alguma vez já ouvi.

De repente sou atingida por uma onda intensa que percorre o meu corpo. Miles está tenso e suas mãos apertam a minha cintura e me puxam mais para ele até que não haja mais espaço algum entre nossos corpos.

Nós gradualmente vamos diminuindo o nosso ritmo juntamente com os tremores dos nossos corpos.

Ele enterra seu rosto em meu cabelo espalhado pelos meus ombros e solta um profundo suspiro.

Por um segundo bate um sentimento de preocupação em mim, então eu olho para fora da janela. Felizmente acho que ninguém apareceu por aqui.

— O que foi isso? — ele pergunta com os olhos fechados e respirando pesadamente.

Eu também quero saber o que foi isso, Miles. O que é isso que estamos fazendo. O que você tem que desperta todas essas sensações em mim? Sensações que nem eu sabia que podia sentir.

— Eu sinto que preciso de mais — eu sussurro com minha cabeça encostada em seu ombro e rio.

— Eu também — ele responde.

Sua resposta me deixa ainda mais satisfeita do que estava quando terminamos.

— Acho que vamos precisar de muito mais até nos cansarmos — ele diz em tom brincalhão, mas suas palavras parecem sérias.

Então nós vamos fazer isso até nenhum de nós querer mais? Eu gosto dessa ideia.

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