Capítulo 1

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Trim!!!

O som do alarme ressoa pelo meu quarto todo me tirando do meu devaneio, mas não me assusta. Eu já estava acordada faz alguns minutos. Então, olho para o lado e bato no alarme.

Eu não sei porque a minha mãe insiste em manter essa coisa que ela chama de alarme no meu quarto. É uma tortura física aos meus ouvidos. Os smartphones hoje em dia têm alarmes com sons mil vezes melhores do que alarmes antigos que tocam como se estivessem alertando um incêndio.

Eu volto para a minha posição e olho para o teto de volta aos meus devaneios. Estou desempregada por culpa daquele crápula do meu "ex-novo" chefe que tentou me agarrar e ainda teve a coragem de jogar a culpa em mim e me demitir em frente a Diretora dos RH, usando ainda o ferimento em seu lábio que eu deixei na tentativa de me defender. Ele ocupou o cargo e em menos de uma semana conseguiu arruinar a minha vida.

Eu podia processá-lo por assédio, mas prefiro evitar um escândalo para mim e muito menos para a minha família. Inclusive, não contei isso para ninguém.

Sacudo a minha cabeça na tentativa de me livrar desses pensamentos e levanto decidida a ir fazer uma corrida matinal para arejar a mente e o corpo.

***

— Au, au!

Escuto o latido do labrador marrom correndo em minha direção sob o relvado verde e fresco. Ele pula tentando alcançar o meu rosto para me lamber, mas falha, então lambe o meu tornozelo. Eu rio sentindo cócegas.

— Oii, Max!

Eu passo a mão sob sua cabeça e ele abana a cauda todo animado. Então, agacho para acariciá-lo melhor.

— Você sentiu saudades minhas, não é mesmo, Max? — eu pergunto fazendo carinho em sua barriga e ele senta.

Max é o cachorro da Dona Margaret, a nossa vizinha, e todos os dias que volto da minha corrida matinal ele corre para mim para receber um carinho. Algumas vezes, quando não estou ocupada, eu saio e fico brincando com ele na calçada em frente a casa da Dona Margaret.

Max!! — uma voz feminina grita.

Opa, falando nela!

Max, volta já para aqui!

A Dona Margaret não gosta muito que as pessoas brinquem com seu cachorro, ela diz que ele deve ter uma imagem de cachorro protetor e que não faz amizade com estranhos e até mesmo com seus vizinhos, mas eu acho mesmo que ela só tem ciúmes.

Na verdade, ela só não gosta da maioria dos vizinhos por algum motivo que desconheço. Mas claro, já que vivemos num condomínio requintado e cheio de gente rica, a falsidade é a única alternativa de sobrevivência nesse mundo.

Poucas vezes eu consigo brincar com o Max e quando o faço é sempre escondido de sua dona.

— É melhor você ir.

Passo a mão uma última vez em sua cabeça e ele volta a entrar no quintal e corre até sua dona.

Eu entro em casa e vou em direção à cozinha para beber água e comer alguma coisa porque estou morrendo de fome. Eu comeria umas seis panquecas nesse momento de tanta fome que estou sentindo.

— Bom dia, Hannah — Olivia diz quando me vê.

— Bom dia — respondo colocando água num copo.

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