Capítulo 30

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Miles me entrega uma toalha e depois pega outra para ele. Ele se seca rapidamente e eu seguida enrola a toalha a volta da sua cintura, mas deixando seu V a mostra.

Ah, esse V... Esse corpo musculado e com essas tatuagens todas... É a minha perdição.

Nunca tive queda por tatuagens, mas eu definitivamente tenho uma queda pelas tatuagens do Miles.

Eu termino de me secar e enrolo a toalha por baixo dos meus braços. Isso me traz novamente aquela lembrança da primeira vez que vi Miles. Eu abro um pequeno sorriso e pego as minhas roupas espalhadas pelo chão.

— O que foi? — Miles pergunta curioso.

Eu não pude evitar sorrir, então Miles provavelmente viu isso.

— Isso não te lembrar a nada?

Miles imediatamente sorri e isso me diz que ele também lembrou daquele momento. Naquele dia eu sequer imaginava que Miles e eu estaríamos fazendo o que estamos fazendo hoje. Na verdade, eu só imaginava momentos constrangedores entre nós e achava que nunca iria mudar isso.

Mas as coisas tomaram um rumo completamente diferente, o que não devia ter acontecido, mas aconteceu. Não que eu me arrependa. Eu gosto disso que estamos tendo, eu gosto de estar com ele. Mas preciso manter em mente que isso é temporário e que ninguém pode descobrir.

E apesar de esse 'arranjo' ser errado, eu sinto como se fosse certo. Eu sinto como se as coisas fossem certas entre a gente. E eu gostaria de não ter que esconder isso.

— Hm... — ele sussurra e sorri se aproximando de mim. — Por acaso me lembra, sim.

Seus olhos passeiam pelo meu cabelo enquanto suas mãos o ajeitam.

— Me lembro de você toda corada e nervosinha.

Miles sorri e planta um beijo em minha testa. Eu apenas reviro os meus olhos. Ele acha graça disso. Eu sabia que ele estava se divertindo naquele dia.

Eu me afasto dele e caminho para a porta do banheiro para sair. Miles me acompanha.

Antes que eu possa sair do seu quarto, ele me agarra e me dá um último beijo, um beijo intenso, então seguro seu pescoço o puxando mais para mim. Adoro esses nossos beijos.

— O que quer pedir para jantar? — Miles pergunta enquanto veste sua calça de pano.

Eu estou tão nas nuvens que tinha até me esquecido que ainda não tinha jantado. Mas Miles com toda sua atenção que tem em mim se lembrou.

— Hmm... Pizza, eu acho.

— Certo.

Miles deposita um rápido beijo em meus lábios e sai do quarto para pegar seu celular e fazer o pedido.

Nossa pizza não leva mais que trinta minutos para chegar, uma vez que a pizzaria é perto daqui.

***

Quando abro os meus olhos a primeira coisa que olho é a luminária no teto. Eu pego meu celular na mesinha de cabeceira e na tela vejo marcado nove horas e dois minutos. Deixo o celular exatamente onde estava e cuidadosamente me viro para o outro lado me deparando com Miles.

Ontem a noite Miles e eu acabamos adormecendo em sua cama.

Eu sei que dormir juntos é contra as regras desse arranjo – acho que posso chamar de regra – e eu espero que ele não se incomode com isso ter acontecido.

Eu até sairia antes de ele acordar, mas eu estou muito perto dele e qualquer movimento que eu tentasse fazer para sair da cama de certeza o acordaria.

E ele está dormindo de forma tão serena e profunda enquanto seu braço direito relaxa por cima da minha barriga.

Eu aproveito o momento para observar seu rosto com mais detalhe e aprecio cada característica sua. Ele é absurdamente lindo. E nesse momento ele está tão calmo, tão relaxado e confortável.

Apenas alguns minutos depois Miles acorda. Seus olhos azuis olham diretamente para mim. Eu amo esses olhos azuis. Eles me transmitem algo que não sei decifrar, mas eu sei que é algo bom.

— Há quanto tempo estava me observando? — Miles pergunta enquanto se ajeita na cama.

Seu cabelo enrolado está mais bagunçado que o normal, mas mesmo assim ele continua sexy.

— Pouco. — Dou de ombros.

Eu podia me acostumar a isso. Acordar e ver seu rosto sereno todos os dias.

Eu me ajeito na cama de modo a ficar sentada e Miles continua deitado. Ele boceja e de seguida se vira para mim. Eu não consigo perceber o que ele está pensando, seu rosto não demonstra nada. A única coisa que dá para perceber é sua calmaria, que me deixa aliviada.

Segundos depois eu me levanto da cama. Eu estou vestindo uma de suas camisas que eu nem me lembro em que momento eu a vesti.

— Você gosta de panquecas? — pergunto tentando manter as coisas calmas ou... normais.

Eu aprendi a melhor receita de panquecas com a Olívia, mas claro que as panquecas dela ainda são as melhores.

Miles apenas concorda positivamente com um aceno.

Antes de sair do quarto para ir ao banheiro eu me inclino para beijar o rosto dele e logo que o faço Miles me agarra e me puxa para um abraço apertado. Eu retribuo o abraço e sorrio.

Eu acho que ele não está zangado ou incomodado com o fato de eu ter dormido com ele. Eu já não me importo sequer se isso é contra suas regras.

Sinto que talvez ele esteja ficando mais à vontade e se entregando mais a mim. A cada dia ele me dá um pouco mais dele para mim. E eu estou querendo sempre um pouquinho mais. Mas eu sei que não é assim que as coisas são entre nós.

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