Epílogo

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2 anos depois...

Giro meu anel na mão esquerda pela milésima vez enquanto escolho um batom que combine com a minha roupa. Faz alguns meses que ganhei esse hábito de girar o meu anel de casamento quando estou indecisa, distraída ou ansiosa. Fazer esse movimento me traz, de alguma forma, um conforto.

— Você ainda vai demorar?  — Miles pergunta com apenas metade do seu corpo dentro do quarto.

Eu escolho um batom aleatório e deslizo-o nos lábios rapidamente. Quando termino de passar meu batom guardo-o numa gaveta com o resto dos meus cosméticos.

— Mais dois minutinhos.

Após exatos dois minutos eu fico pronta. Levo a minha bolsa e caminho a passos largos para a sala onde Miles se encontra me esperando.

Ao escutar o som que os meus sapatos emitem ele levanta seu rosto na minha direção e sorri.

— Pronta — afirmo.

Miles levanta do sofá, enfia seu celular no bolso e faz o seu caminho até mim.

— Você está muito linda.

Mesmo depois de nos casarmos ele não parou de dizer essa frase sempre que tem oportunidade. Na verdade, tornou-se mais frequente.

Algumas pessoas dizem que quando duas pessoas se casam as coisas mudam e muitas vezes acabam entrando numa rotina, mas entre Miles e eu isso não aconteceu – ainda não – a nossa chama se mantém acesa e mais forte ao longo do tempo. A cada dia que passa a nossa relação só tem melhorado e eu o amo mais a cada um desses dias.

Eu sorrio para ele em resposta e enrolo os meus braços a volta do seu pescoço. Beijo seus lábios com delicadeza e paro para observar seu rosto que reflete satisfação.

— Você ainda não vai me dizer para onde estamos indo? — pergunto na tentativa de arrancar qualquer informação dele.

— Não — ele diz e me larga para ir em direção a porta principal.

— Ah, Miles. Me diz, vai — suplico.

— Você vai ver quando chegarmos lá.

Do jeito que conheço o Miles, eu sei que ele não vai me falar nada. Ele consegue manter os segredos até o último segundo, e essa é uma característica que eu amo e odeio ao mesmo tempo nele.

Miles abre a porta e nós saímos. Quando chegamos à garagem do prédio ele abre a porta do carro para eu entrar. Ele é sempre gentil comigo. E se tornou ainda mais gentil quando nos casamos.

Me lembro que durante os últimos meses dos preparativos do nosso casamento, ele foi muito participativo não só para me acalmar, mas também para me ajudar nas decisões importantes, até mesmo nas não importantes.

Miles me ajudou a escolher o local e até mesmo pequenos detalhes dos convites. Eu tive Jess do meu lado o tempo todo, mas foi bom ter Miles por perto também, pois no fim de tudo o casamento combinou com nós dois, o que o tornou mais perfeito do que eu podia imaginar. Não parecia uma típica festa de casamento, mas sim uma festa para Miles e eu partilharmos a nossa felicidade e comemorarmos ao lado de pessoas especiais.

Não foi um casamento enorme como o da Jess – por escolha nossa –, mas foi tudo aquilo que eu podia desejar.

A minha mãe também me ajudou com algumas coisas. Foi nesse momento que a gente começou a ter uma verdadeira relação entre mãe e filha. Nós não brigamos nem uma vez, isso foi um passo enorme.

O caminho que Miles está percorrendo é um pouco familiar para a minha mente, mas eu acabo ignorando e espero até chegarmos ao lugar misterioso. De qualquer forma ele não vai me dizer para onde estamos indo.

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