14_ Brenda.

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Eliza Claire

- Você achou alguma coisa útil? - O Theo perguntou irritado mais uma vez.

Eu peguei uma folha de papel do meu lado, amassando a mesma e jogando na direção do Theo, que pegou a bola de papel dramaticamente.

Ele realmente era um ator.

Um ator muito irritante...

- Você pode ter um pouco de paciência? - Quase implorei. - É uma virtude, sabia?

- Paciência é para pessoas que não sabem como conseguir o que querem. - Ele falou simples me encarando. - E eu sei o que eu quero. - Sorriu.

Dessa vez, eu peguei um livro e joguei na direção do Theo.

Era um livro sobre a história da economia, não se preocupem, nenhum livro importante foi machucado durante a tentativa de assassinato do Theo.

O Theo também pegou o livro antes que ele atingisse a sua bela cara de palhaço e me encarou indignado antes de observar o livro aberto.

- Parece que você achou alguma coisa finalmente. - Ele falou lendo o livro. - Talvez a violência seja a solução dos seus problemas, querida.

Era só um livro entrar no rego desse garoto.

O Theo, que estava sentado na cadeira do meu lado de um jeito desajeitado, sorriu fazendo algumas anotações em um post-it amarelo.

Eu afundei o meu rosto no livro completamente exausta.

- Você sabe se quer o que a sua empresa vai fazer? - Ele perguntou calmamente ainda focado nas suas anotações.

- Talvez uma empresa de brigadeiros. - Sorri. - Não é fácil escolher...

- Eu acho bem mais divertido quando não é fácil. - O Theo me encarou e eu levantei o meu rosto dos livros.

- Ótimo, o que a sua empresa vai fazer? - Devolvi a pergunta com cautela.

- Por que eu te contaria? - Ele sorriu com sarcasmo e eu franzi as sobrancelhas.

- Porque eu acabei de te contar o que a minha vai fazer! - Defendi confusa.

- Foi uma decisão patética e estúpida, mas não tão patética quanto você. - Ele sorriu mais uma vez inclinando a cabeça levemente para o lado. - Acho que você esqueceu que somos concorrentes...

- Olha aqui, seu pedaço de merda enorme, peste do caralho, filho de um guaxinim atropelado, gamba fedorento, eu acho que você deveria pegar esse livro e enfiar pela sua garganta até ele sair pelo seu rego! - Insultei com ódio.

- Cuidado com essa atitude toda, pode ser um problema. - O Theo disse calmamente me olhando.

- Eu não tenho um problema de atitude, você tem um problema com a minha atitude e isso não é meu problema. - Argumentei irritada.

Vi o Theo levantar da cadeira e fechar o livro que ele estava segurando, antes de simplesmente sair andando.

- Aonde você tá indo? - Perguntei me tremendo toda de ódio.

A ideia de siriricar em uma biblioteca não parecia tão assustadora agora.

Seria especial para a minha primeira vez nos Estados Unidos e eu realmente preciso me acalmar agora.

- Muito provavelmente para o inferno. - Ele me lançou um último olhar dramático antes de desaparecer pela biblioteca.

Eu permaneci encarando onde o Theo desapareceu igual uma idiota por alguns segundos antes de abrir um livro com ódio.

Ouvi algo vibrar na mesa e percebi que o Theo deixou o seu celular aqui. O que significava duas coisas:

1. Ele é realmente burro;

2. Ele vai voltar.

Uma mensagem brilhou na tela do seu celular e eu quase inocentemente li toda ela.

Pai: Você ainda tá na biblioteca com a Eliza? Hoje podemos fazer o jantar juntos. Lasanha? Eu te amo e se cuida.

Consegui ver as outras notificações antes do celular simplesmente apagar na mesa. Eram mensagens da Brenda.

Oh Brenda...

Voltei a estudar e recolher informações que podiam ser úteis para o trabalho e quase uma hora depois, o palhaço decidiu dar as caras de novo.

O Theo carregava um copo de café na mão e eu franzi as sobrancelhas me perguntando como deixaram ele entrar com aquilo.

Ele se sentou do meu lado sem mais nem menos e deu uma breve olhada no celular antes de voltar a estudar também.

Nós não falamos, apenas estudamos e de vez em quando passávamos algumas notas um para o outro.

Talvez eu consiga aguentar tudo isso daqui.

Pela minha mãe...

continua...

O IntercâmbioOnde histórias criam vida. Descubra agora