Eliza Claire
Oh não...
- Nós... - A Brenda começou mas não conseguiu terminar.
Eu to toda me tremendo e acho que vou desmaiar.
- Eu não consigo mais mentir! - O Adam se aproximou com o olhar culpado. - Nós entramos aqui para ler o seu diário.
- Eu não tenho um diário. - Respondi assustada.
Pelo menos eles não acharam o mini vibrador que eu comprei da Soso.
Nem tive chance de usar...
Ela me deu golpe e o vibrador veio quebrado.
Nunca tive coragem de perguntar como ele quebrou.
- Sério? - O Adam perguntou quase chorando de alívio.
- Então que livro é esse? - O Bigode levantou um dos livros da minha estante e eu arregalei os olhos.
Corte de Espinhos e Rosas.
- Esse é um livro de fantasia. - Avisei com os olhos arregalados.
- Então eu não sou o Tamlin? - Vi uma lágrima escorrer do olho do Adam e eu neguei com a cabeça. - Viu? Eu falei que ela não me insultaria assim. - O Adam me abraçou.
A Foguinho pegou o livro da mão do marido dela com o rosto irritado e voltou a colocar na minha estante.
- Mas o real motivo de nós termos te acordado, é que já era suposto você estar na escola apresentando o trabalho. - A Brenda puxou o Adam de mim. - Por que você ainda tá na cama?
22 minutos antes da merda...
Os minutos seguintes foram caóticos.
A minha pressão quase me derrubou de cara no chão várias vezes.
Eu levantei da cama correndo e peguei uma roupa aleatória do meu armário. Coloquei tudo na mochila e o pai me levou para a escola quase atropelando 7 pessoas. Chegando na escola, eu troquei de roupa e sai correndo até a sala que iríamos apresentar o trabalho.
No corredor, encontrei a Brenda vestida de líder de torcida e ela suspirou aliviada me vendo.
Como ela chegou aqui tão rápido?
Notei que ela segurava o meu trabalho e o celular dela nas mãos, mas a sua atenção era toda para o meu trabalho.
Enquanto eu me aproximava, vi ela receber uma notificação no celular e abrir um vídeo.
O som parecia muito familiar e só quando cheguei perto o suficiente dela, consegui ver que quem estava no vídeo era eu e o Theo.
Era um vídeo da festa que mostrava o exato momento em que a Zoé nos tirava daquele armário.
Levantei o olhar para o rosto da Brenda e ela me encarou ao mesmo tempo.
O rosto dela apresentava confusão e dor.
- Boa sorte na apresentação. - Ela me entregou o trabalho que eu esqueci e saiu andando.
Eu fechei os olhos com força, quase sendo destruída pela minha dor de cabeça. Caminhei até a porta da sala e bati na mesma, entrando logo em seguida.
O olhar de todos estava sobre mim.
Foi assustador ser banhada com tantos olhares de uma vez só. A maioria dos rostos estavam decepcionados, desiludidos e com irritação.
Isso com certeza acabou de baixar todas as chances que eu tinha de ganhar essa bolsa.
Abaixei o rosto e caminhei até uma das cadeiras do lugar ainda sentindo os olhares de reprovação em mim, enquanto eu me sentava.
- Senhor Cooper, por favor continue a sua apresentação. - O diretor pediu, desviando o olhar de mim e virando o rosto para o Theo que estava no centro da sala.
Segui o olhar do diretor e também encarei o Theo.
Ele me deu um pequeno olhar tranquilizador, como se entendesse e tentasse me confortar.
3 segundos antes da merda...
Eu assenti, agradecendo, e desviei o olhar para os slides que passavam no telão.
Pisquei os olhos algumas vezes, tentando ignorar a minha dor de cabeça mais uma vez.
A voz do Theo soou, explicando algo que parecia muito familiar e eu me virei pra ele confusa por um segundo.
Eu só posso estar ficando louca...
Sorri desacreditada pegando o meu trabalho o meu trabalho e depois voltei a observar um dos gráficos que o Theo explicava, antes de arregalar os olhos.
Era o mesmo trabalho.
Não...
Aquele era o meu trabalho.
O Theo estava apresentando o meu trabalho.
O meu coração parecia querer explodir de tão rápido que batia e o meu corpo parecia ter congelado.
O meu olhar de pânico estava sobre o garoto que me ajudou a montar o meu trabalho e o roubou.
Quando os nossos olhares se cruzaram, ele fez questão de dar um pequeno sorriso pra mim.
Eu não conseguia me mover.
Era como se alguém tivesse paralisado o meu corpo todo e o meu castigo era assistir o Theo apresentar o meu trabalho.
Os gráficos já não tinham mais cor. O trabalho parecia tão sem graça. A voz do Theo apresentando parecia tão falsa. O rosto dele apresentando era robótico. Os meus olhos ardiam.
O oxigênio parecia estar sendo cortado lentamente do meu corpo e as minhas mãos apertaram o trabalho sem nem perceber.
O Theo me ofereceu um olhar satisfeito e eu senti uma dor imensa se acumular no meu peito, junto do ódio e da raiva.
Ele me traiu.
Eu tinha acabado de perder tudo...
continua...
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qnd tiver 7777 comentários eu posto o cap do pescoço:))))
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O Intercâmbio
Teen FictionEliza Claire talvez tenha se precipitado quando implorou aos pais por um intercâmbio para a California, e talvez ela também tenha se precipitado quando, em menos de 30 minutos na sua nova casa, ela entrou em uma briga feia com o melhor amigo do seu...