O Intercâmbio

41_ Seu cachorro!

Eliza Claire

- 12 horas dormindo, é depressão? - O Theo perguntou.

Eu abri os olhos com dificuldade e dei de cara com pernas musculosas e um pau na minha frente.

Arregalei as bolas que chamo de olhos enquanto olhava pra cima e encontrei o rosto do Theo indignado.

Ele estava terminando de vestir a sua camiseta, me dando a visão de como a calça apertava o seu quadril e como os seus músculos ficavam flexionados enquanto ele passava a camiseta pelos braços.

- Eu sei que o meu passado é um pouco trágico, mas não acho que seja suficiente pra te enfiar em uma depressão profunda. - Ele argumentou e eu semicerrei os olhos por causa da luz do sol batendo direto no meu rosto.

Revirei o meu corpo na cama, tentando me afastar da luz como se ela fosse um bolsominion.

- O máximo que eu fiz de enfiar foi enfiar os meus dedos na sua bela buce...

- Bom dia... - Sussurrei confusa e cansada, interrompendo o pervertido do Theo.

- Bom dia, querida. - O Theo abriu um sorriso de lado encantador antes de sair da minha frente e deixar a luz do sol me espancar. - São 5 da tarde.

Eu assenti, colocando a coberta por cima da minha cabeça e fechando os olhos.

Não demorou até eu sentir uma mão com o cheiro de menta fresca e anéis frios puxar a coberta da minha cabeça até a cintura.

- E se eu estivesse nua? - Reclamei arrancando a coberta da mão com veiais levemente visíveis do Theo.

- Eu estaria na cama com você. - Ele respondeu como se fosse óbvio e eu lancei um olhar mortal pra ele.

- Nós dormimos tarde, eu não sei nem como você tá de pé sem ficar tonto. - Semicerrei os olhos pra ele e observei as pequenas olheiras embaixo dos seus olhos.

Eu nunca achei que olheiras poderiam ficar tão bem em alguém.

- Você anda se sentindo tonta? - Ele me encarou com preocupação. - Você tem se alimentado direito? Quer que eu traga o seu café da manhã aqui na cama?

- Que dia é hoje? - Perguntei ignorando a sua oferta tentadora.

Vai que ele coloca veneno de rato na minha comida...

Ele falou que a minha risada parece a de um rato morrendo ontem, e eu não esperaria menos que uma tentativa de assassinato do Theo.

- O último dia no hotel e da excursão. - Ele respondeu hesitante.

- O dia do baile de máscaras. - Lembrei abaixando o olhar.

- O dia dos resultados da bolsa de estudos. - O Theo acrescentou, me fazendo erguer o meu olhar pra ele e engolir seco.

[...]

- O baile de formatura é tipo o momento mais importante da vida de qualquer adolescente que colou em todas as provas. - A Soso falou colocando com a maior dificuldade o seu vestido azul do século 19.

- Eu não colei em nenhuma prova... - Arrisquei comentar e recebi olhares feios de todo mundo no meu quarto de hotel.

- Mas um baile de máscaras? Quem liga para a formatura daqui a 2 semanas?! Que a formatura tome no cu com um pau bem grande. - A Soso terminou de falar puxando o vestido com toda força e caindo pra trás no tapete que fica na frente da cama.

Eu conheço um pau bem grande que a formatura pode gostar...

- Que fantasia você vai usar? - A Brenda perguntou pra mim.

O quarto todo ficou em silêncio com a pergunta, mas principalmente porque eu estava preocupada com a minha amiga.

Ela não falou comigo nos últimos dias e apareceu aqui com a Zoé e a Soso para nos arrumarmos para o baile.

Eu senti saudades das piadas sujas dela durante as visitas escolares que fizemos.

- Finalmente alguém perguntou. - Sorri levantando da cama e correndo para um dos sofás pequenos que tinha no canto do quarto.

Peguei a minha fantasia e mostrei para todas.

A Soso levantou a cabeça do chão apenas pra encarar a minha fantasia com uma careta confusa.

- Fiona do Shrek? - Ela perguntou.

- Wanda da Marvel? - A Zoé perguntou puxando a Soso pelos cabelos até a cama.

Isso me lembra de uma cena bem traumatizante que eu vi entre elas...

- Aquele garoto gato que morreu no quarto filme de Harry Potter e que também tava em Crepúsculo? - A Brenda perguntou sentada no chão com a sua fantasia de lua gigante.

- Não! - Falei. - Eu sou o diabo disfarçado de uma bruxa poderosa, mas na verdade, eu sou uma deusa grega que vai entrar para os Vingadores. - Esclareci e encarei todas como se fosse óbvio.

- Eu falei dos Vingadores, então cheguei mais perto. - A Zoé deu de ombros conseguindo puxar a Soso para a cama.

- Eu falei dos bruxos. - A Brenda sorriu.

- Eu nem tenho como me defender... - A Soso sussurrou.

[...]

- Eu to me sentindo em um filme. - Admiti encarando toda a decoração do baile.

Haviam mesas cheias de comida e bebida por todo o salão, as mesas eram tão azuis quanto a noite e pequenas estrelas coloridas brilhavam no teto. As janelas eram um pequeno lembrete que já havia anoitecido e a música fazia os corpos que não estavam ocupados fofocando ou comendo, dançarem.

A Zoé estava usando um vestido de estrelas lindo e usou o argumento que ela precisava parecer padrão.

- A gente sempre teve bailes assim aqui. - A Zoé contou.

- Vocês no Brasil é que são estranhos. - Falou a Soso enfiando o vestido azul dentro da fantasia de sapo.

- Respeita a minha pátria nada orgulhosa, sua vagabunda. - Lancei um olhar feio pra ela.

- Eliza, você quer dançar? - O garoto que eu joguei o caderno na testa uma vez perguntou e eu me virei pra ele.

- Não, obrigada. - Dei um pequeno sorriso puxando as minhas amigas pra longe.

O longe era a mesa de salgadinhos.

Não deu nem 3 segundos perto da mesa de comida e a Soso e eu já estávamos brigando pela última coxinha de frango.

Quando a Soso ameaçou gritar para o baile todo que eu comprei um mini vibrador dela, nós começamos a brigar porque eu surtei que o vibrador veio quebrado. Chegamos a conclusão que outra pessoa quebrou ele.

A Soso comeu a coxinha quando eu não tava vendo e eu ri quando ela descobriu que tinha um pequeno osso dentro.

Eu desejei que aquela vagabunda morresse engasgada com o osso da minha coxinha.

Agora, eu estou do lado da mesa de bebidas tentando explicar gentilmente para um cara fantasiado de lobo que eu não quero dançar com ele e nem com a alcateia dele.

- Você nunca viu Crepúsculo? A gente é legal... - Tentou convencer.

- Eu vou pegar uma colher cheia de ponche e enfiar ela no meio do teu rabo se tu não sumir da minha frente, seu cachorro! - Falei baixinho pra ele.

Ouvi uma pequena risada atrás de mim e me virei na força do ódio.

Theo.

continua...

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quando tiver 7878 comentários eu posto o próximo cap da maratona ainda hj:)

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a primeira fala do cap não é minha autoria, é apenas uma ideia do meu amg:)