38_ Quem fez isso com você?

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Eliza Claire

Senti a cama afundar um pouco quando o meu corpo foi depositado na mesma. Com o pouco espaço que o egoísta do Theo deixou no meu lado da cama, acomodei meu corpo e me cobri com a coberta.

Quase caindo da cama, mordi minha língua tentando segurar a irritação.

Se eu continuar catando ódio do jeito que eu estou desde que cheguei nesse intercâmbio, vou acabar tendo um ataque cardíaco enquanto brinco de dj.

Coloquei o meu corpo um pouco mais próximo do meio da cama de um jeito sutil para não acordar o Theo.

A minha vontade é chutar a cara dele pra fora da cama e deixar ele dormir no chão ou no chuveiro gigante do banheiro.

Era só o pedreiro ter colocado uma banheira naquele banheiro e eu não estaria passando por esse sofrimento todo...

Puxei o meu corpo na posição de conchinha, antes que eu caísse de bunda no chão pela falta de espaço, e mesmo nessa posição, os meus joelhos ficaram pra fora da cama.

Abri a boca desacreditada e passei a minha língua pelo interior da minha bochecha, tentando respirar fundo.

Mais uma vez, levei o meu corpo para o centro da cama e respirei fundo da posição desconfortável que eu estava me submetendo pra não acordar um vagabundo.

Fechei os olhos e de um jeito ainda mais lento que antes, aproximei o meu corpo do meio da cama.

Os meus olhos foram abertos rapidamente quando eu senti que tinha acabado de pressionar a minha bunda contra o corpo do Theo, fazendo ele soltar um grunhido perto da minha orelha, e suspirar contra o meu pescoço.

- Eu te machuquei? - Perguntei, desejando que a resposta fosse "sim", apenas pelo que ele me fez passar no espaço minúsculo da cama.

- O oposto, na verdade. - Ele sussurrou com a voz grossa e arrastada de quem tinha acabado de acordar, enviando arrepios por todo o meu corpo, e ainda me fazendo sentir a sua respiração contra o meu pescoço.

Eu arregalei os olhos levemente, fazendo uma careta logo em seguida. Puxei a coberta mais pra cima, cobrindo o meu corpo e suspirando.

- Eu já mencionei que todas as noites eu quase morro congelado porque você sempre rouba a coberta? - Ele reclamou e eu ergui as sobrancelhas surpresa.

A Luma sempre me acusava de roubar a coberta e eu sempre espancava ela por isso.

- E eu já mencionei que eu luto pela minha vida todas as noites pra não cair da cama com o espaço minúsculo que você deixa? - Argumentei de volta, ainda de costas para o Theo e senti ele suspirar desacreditado atrás de mim.

O Theo puxou a coberta para o lado dele e eu franzi as sobrancelhas voltando a puxar ela pro meu lado.

Em resposta, o Theo empurrou o meu corpo mais pra frente, quase me jogando pra fora da cama e eu puxei a coberta com tudo, me levando junto direto pro chão.

Levantei do chão com o cobertor e encarei o Theo com ódio enquanto ele prendia a risada.

[...]

Eu não conseguia dormir.

Eu tentei contar pirocas e até mesmo carolzinhas, mas nada parecia funcionar.

Virei o meu corpo para encarar o Theo e encontrei as suas costas grandes, cobertas por uma camiseta fina branca que estava amassada pelo tanto de vezes que ele se revirava pela cama.

Parecia que ele tava lutando com a minha florzinha enquanto dormia, do tanto que ele fica se mexendo.

Ele respirava pesadamente e o seu corpo todo seguia o movimento sutil.

O IntercâmbioOnde histórias criam vida. Descubra agora