Eliza Claire
Ótimo, eu estou presa com o Theo safadão no elevador.
- Por que Dracos nós sempre acabamos presos em algum lugar? - Reclamei.
- Deve ter a ver com a sua idiotice. - Ele provocou e eu virei meu rosto pra ele brava.
- Eu sou mais inteligente que você. - Afirmei.
Era verdade. Um cara que come presunto com abacate não tem nada além de um neurônio suicida.
- Fala a garota que não sabe geografia básica. - Ele retrucou e eu abri a boca ofendida.
- Ok, agora isso é apenas bullying. - Falei e o Theo caiu na risada.
- Você vive me espancando. - Ele se defendeu.
- Porque você merece! - Falei como se fosse óbvio.
- O que eu fiz pra merecer o seu ódio? - Ele perguntou indignado.
- Você quer mesmo que eu fale? - Quase gargalhei com a pergunta e o Theo semicerrou os olhos pra mim.
- Tome cuidado com as suas palavras, eu sou bastante sensível. - Ele avisou e eu sorri com maldade.
Eu vou destruir esse garoto.
- Indo por ordem cronológica, você me atropelou e entrou em uma briga comigo, me obrigando a te espancar. - Lembrei.
- Eu não te atropelei e foi você quem começou a briga. Eu apenas me defendi e você não me espancou. - Ele argumentou e eu encarei o mesmo em choque. - Foi uma luta justa.
- Nós vamos mesmo ter a mesma discussão de sempre? - Questionei indignada.
O Theo me encarou por alguns segundos, como se tentasse se certificar de algo e eu pisquei confusa.
- Você não lembra de nada que aconteceu no armário? - Perguntou com a voz baixa.
Ele também tá no armário?
- Que arm... O da festa? - Fiquei ainda mais confusa e o Theo sorriu.
- Levando em conta que você não lembra, eu só queria te dizer que tudo que eu declarei dentro daquele armário foi para você e totalmente verdade. - Ele admitiu orgulhoso.
- Qual o propósito de me dizer que tudo foi verdade quando eu não faço a mínima ideia do que foi verdade? - Encarei ele como se ele fosse o pau da Xuxa em pessoa. - Esse é um dos muitos motivos de eu te odiar, sabia?
- Ah, por favor, continue me lembrando por quê você me odeia. - Ele sorriu bobo pra mim.
- Você precisa que eu te ofereça um pouco de humildade? - Provoquei.
Ele deve chutar uns 5 velhos pobres na rua por dia, deve ser por isso que o pombo cagou na cabeça de piroca que ele tem.
- Eu sou muito feliz com a quantidade de humildade que eu nasci. - Ele falou ofendido.
- Outra, você gosta de abacate com presunto. - Lembrei com nojo.
- Você comeu e gostou! - Ele se virou pra mim desacreditado. - Viu? Esse é um dos motivos de eu te odiar, você é extremamente julgadora.
- Julgadora? - Repeti como se fosse a maior idiotice do mundo. - Você... você é...
- Você nem consegue achar um insulto pra mim. - Ele sorriu. - Eu sou perfeito.
- Onde você arranjou essa auto estima toda? No cu do Silvio Santos? Você não passa de um...
- Continuo sendo perfeito. - Ele abriu um sorriso ainda maior e eu quase tive vontade de usar ele pra arrombar as portas do elevador.
Ele vai ter que servir pra arrombar algo!
- Arrogante. Estúpido. Patético. Ignorante. EGOCÊNTRICO! - Insultei me aproximando dele.
- Não consigo diferenciar se estamos brigando ou flertando... - O Theo sussurrou e eu revirei os olhos indignada.
- Extremamente idiota. - Sussurrei de volta.
- Por favor, continue me lembrando de todos os meus defeitos e motivos de você me odiar, e assim eu talvez não faça nada de errado hoje. - Ele pediu, dizendo a palavra "errado" com uma certa ironia.
- Se ficarmos sem oxigênio aqui nesse elevador, a culpa vai ser toda sua!
- Você me deixou sem ar muitas vezes e eu nunca reclamei. - Ele soltou em resposta.
- Eu juro que se não fosse por você, esse intercâmbio seria perfeito. - Declarei diante da audácia dele.
- Tem certeza que não sou eu que torno ele perfeito? - Ele provocou me encarando com os olhos de pombo.
Eu realmente devo ter ficado traumatizada...
- E o que você quis dizer com ficar sem ar no elevador? - Ele me encarou confuso antes de arregalar os olhos. - Você é péssima em física também? - Riu.
- Eu vi uma reportagem. - Me defendi.
- E eu achei que apenas os idosos usavam Facebook... - Murmurou e eu me virei pra ele mais rápido que eu gozando.
- Se você fosse o meu marido, eu envenenaria o seu vinho. - Confessei com uma cara de bunda irritada.
- E se você fosse a minha esposa, eu beberia. Sem hesitação, querida. - Ele jogou a sua cabeça pra perto de mim, me fazendo sentir a sua respiração perto da minha bochecha.
- Você realmente é lindo, não é? - Murmurei mordendo o meu lábio inferior perto do rosto dele.
- Sério? - Questionou confuso.
- Não. - Ri me afastando.
- Você é cruel. - Ele semicerrou os olhos pra mim. - É atraente.
Soltei uma risada nasal com indignação e depois de um tempo em silêncio, senti o Theo tocar a minha mão que estava brincando com o chão do elevador.
Os dedos do Theo apenas percorreram do meu indicador até o meu pulso com carinho e eu levantei o meu olhar até os seus olhos pra capturar qualquer expressão diferente.
Senti algo como um possível frio na barriga e rapidamente tirei a minha mão de perto do Theo, recolhendo ela perto da minha coxa.
- Apenas você pode decidir o que te quebra. - Citou.
- É de um dos meus livros favoritos. - Sorri.
- Eu sei, foi por isso que comecei a ler. - Contou.
- O que te quebra? - Arrisquei perguntar, temendo a resposta.
- Você. - Ele respondeu um tempo depois. - Você me quebra toda vez que eu te vejo.
- É por isso que você me odeia? - Questionei e o Theo me lançou um olhar como se eu fosse uma idiota.
- É por isso que você me odeia? Porque você tem a capacidade de me quebrar sem nem mesmo me tocar? Apenas com esse seu olhar mandão? - Apesar do tom divertido, o olhar dele era sério.
Eu continuei trocando olhares com o Theo, sem saber o que responder, até que soltei uma pequena risada baixa.
- Eu te odeio. - Neguei com a cabeça desacreditada.
- Oh, você realmente me odeia? - Sorriu de lado ficando na minha frente.
Respirei fundo, sentindo o meu coração acelerar e ergui uma sobrancelha em desafio para o Theo, enquanto lubrificava a minha boca.
- Você diz que me odeia, mas o seu corpo diz algo bem diferente... - Ele sussurrou com a voz arrastada e eu engoli seco.
Eu soltei uma pequena risada desacreditada, apenas pra tentar acalmar o meu provável e próximo ataque cardíaco, quando senti dedos subirem pela minha coxa.
continua...
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amo vcs:)
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O Intercâmbio
Teen FictionEliza Claire talvez tenha se precipitado quando implorou aos pais por um intercâmbio para a California, e talvez ela também tenha se precipitado quando, em menos de 30 minutos na sua nova casa, ela entrou em uma briga feia com o melhor amigo do seu...