Lance criminoso

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Gaspar 🕊

Andressa: Brigou com a amiga? - Falou em tom de deboche, quando ela saiu do portão com o Goiaba.

Gaspar: Tu ainda não percebeu que eu não aguento mais olhar na tua cara? - Me levantei passando por geral.

Sai da casa do Goiaba e sai do morro indo pro meu apartamento na zona leste. Eu tava dormindo na casa do Goiaba, mas o filha da puta não ia parar de fazer festa nem tão cedo, e eu não tava nem afim de olhar na cara do Coronel, então preferi ficar suave no meu canto!

Mal dormi, passei o dia na piscina que tinha na varanda do apartamento fumando um e bebendo, tava na maior tranquilidade ali que só fui pra casa dois dias depois. Quando voltei fui direto no coronel que tava perturbando minha mente pra caralho esses dias, mas eu não atendi porra nenhuma.

Coronel: Ta ficando maluco de sumir assim? Tu tem tuas obrigações pra cumprir nessa porra também! - Falou alto comigo assim que eu cheguei na casa dele, encarei ele e balancei a cabeça.

Gaspar: Coloca aí pra fazer o que tem, faço em dobro até.- Falei virando a cara.

Coronel: Tu tá de caô comigo? - Bateu no meu ombro.- Qual tá sendo o problema que eu não entendi ainda?

Gaspar: Nenhum, falei de algum problema? - Cruzei os braços.

Coronel: Mas tá parecendo! Se tu tiver alguma coisa pra resolver comigo resolve pô, a gente tá na mesma direção, merma caminhada! Desde sempre.- Apontou e eu balancei a cabeça.

Gaspar: Tô suave.- Falei isso sem nem encarar ele.

Coronel se sentou no sofá e me encarou, ele soltou uma risada negando e eu permaneci na minha calado. Ele me deu uns bagulhos pra fazer e me mandou aproveitar pra buscar a Luana pra treinar.

Sai dali bolado e entrei na casa dela, ela tava deitada no sofá assistindo e deu um pulo quando me viu.

Gaspar: Troca de roupa pra ir treinar.- Falei da porta, ela me olhou e eu fechei a porta indo pra perto da moto.

Não dei cinco minutos pra ela tá na minha frente, subi na moto e arranquei pra parte alta do morro, entrei na salinha e ela veio atrás se sentando no chão, enquanto amarrava o cabelo.

Luana: Fiz algo contigo pra você tá agindo assim comigo? - Falou baixo, me olhando.

Não respondi porque tava sem cabeça, e qualquer bagulho que eu falasse ia gerar maior confusão! Fiquei calado na minha e ajeitei a mão dela e continuei treinando o básico com ela, quando a gente terminou ela tava bebendo água e eu bolando um cigarro no cantinho da sala.

Ela nem chegou do meu lado, saiu pra laje e ficou lá. Fiquei em paz fumando meu cigarro e quando eu já tava quase no final ela entrou na sala, terminei de fumar sem falar nada e fui saindo.

Parei na frente da casa dela e ela desceu colocando os braços pra trás e foi andando devagar. Quando chegou na porta da casa me olhou e fechou o portão, eu sai dali e fui pra casa vendo a Andressa arrumando uma mala.

Gaspar: Tomou vergonha na cara? - Falei passando por ela pra ir pra cozinha.

Andressa: Que nada, continuamos sendo um casal feliz.- Debochou e eu neguei.- Meu pai tá doente, vou passar uns dias com ele.

Gaspar: Só assim pra eu ter paz porque contigo aqui tá foda, aproveita e fica por lá.- Falei tomando água.

Andressa: Tô sem tempo pra você.- Falou se levantando e indo no quarto.

Comemorei mentalmente e fiquei na cozinha encarando ela sair, ela me olhou antes de abrir a porta e ia saindo, eu olhei a gaveta.

Gaspar: Filha da puta.- Chamei ela, que me olhou feio.- Pegou algum bagulho?

Andressa: Não sei a senha do cofre.- Falou com cara de sonsa.- E olha que eu tentei, sorte que não bloqueia.

Gaspar: Eu deveria era mermo te deixar fudida aí, toda pobre.- Peguei a chave abrindo a gaveta e entrei a ela, tirei um bolo de dinheiro e um cartão.

Andressa: Você me xinga tanto e no final tá aí...- Falou rindo aí pegar o dinheiro e me encarou.- Por que?

Gaspar: Tu é uma filha da puta, chata e encostada pra caralho.- Ela fechou a cara.- Mas não quero teu mal não. Só quero tu longe daqui, esse papo de contrato tá no limite já.

Andressa balançou a cabeça e eu fechei a porta, peguei meu celular e liguei pro mano chaveiro, mandei ele trocar a chave da porta e fiquei na maior paz quando tranquei tudo sabendo que mermo se ela quisesse voltar, entrar na minha casa não ia.