(Capítulo da SEGUNDA versão da história)
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Minha mãe podia ser meio cabeça dura, mas ela sabia ouvir as pessoas mesmo em momentos de raiva como aquele. E essa era uma das coisas que eu mais admirava nela apesar de saber exatamente como ela havia adquirido essa habilidade. Pelo que ela teve que passar para aprender.
Passei o restante daquela tarde trançando o cabelo da minha irmã. Eu não tinha muita experiência, não sabia fazer aqueles estilos bonitos que muitas moças estavam usando, mas Jenny gostava mesmo assim, então sempre que eu podia eu estava penteando o cabelo dela daquele jeito.
Quando terminei eram quase seis horas da tarde.
– Gostou? – perguntei sorrindo para ela que assentiu freneticamente.
Eu comecei a guardar as coisas de cabelo quando ela saiu do quarto para ir mostrar o resultado à nossa mãe. E senti um leve orgulho de mim mesma quando a ouvi recebendo elogios.
Confesso que eu ainda estava meio... tensa pelo que tinha acontecido mais cedo. Estava ainda mais incerta do que aconteceria quando me encontrasse de frente com a minha mãe. O que será que ela diria? — eu não fazia ideia. E por isso decidi passar o tempo cuidando do cabelo de Jenny, porque sabia que eu precisava de bastante tempo para me distrair e não ficar pensando em coisas ruins.
Eu estava há uns cinco minutos parada em frente ao guarda-roupa de braços cruzados esperando um pijama cair magicamente nas minhas mãos quando minha mãe surgiu dando batidinhas na porta.
Fui a primeira a falar:
– Oi.
– Oi... – ela se aproximou com uma expressão suave – O que tá fazendo?
– Procurando um pijama pra ir tomar banho. Vou tentar dormir cedo porque... – não tinha motivo nenhum – Vou... Faxinar o quarto amanhã. Sábado, né? Não vou ter nada pra fazer mesmo...
– Não tem nenhum quadro pra terminar?
– Não... Tem um pronto pra entregar mas a moça só vai poder buscar depois do dia 20.
– Ah... – ela compreendeu – E você... Não vai sair com as meninas hoje?
Eu olhei para ela, percebendo que tinha sido uma pergunta ingênua e que ela realmente queria saber.
Eu balancei a cabeça.
– Eu não vou se a senhora não quer que eu vá.
Ela assentiu como se aprovasse a resposta. Mas então suspirou.
– Bom, eu deixo você ir se quiser.
Eu deixei de encarar o guarda-roupa de vez e me virei para ela.
– Por quê?
Ela se fez de desentendida.
– Por que tá deixando eu ir?
Ela apertou a boca e não respondeu na hora, o que me fez começar a falar:
– Olha, desculpa por mais cedo. Pelo o que eu fiz e pelo que Brenda falou. É que a gente estava conversando antes sobre uma coisa e eu... Eu acabei falando demais. E aí ela disse que eu deveria aproveitar que as meninas vão sair hoje pra ir junto pra distrair um pouco a cabeça, e aí...
– Alexandra! Minha filha, respira!
– ...Aconteceu tudo... O que foi?
Minha mãe sorriu para mim, e havia vários sentimentos no seu olhar. Uns que eu já conhecia vindo daquele rosto mesmo e outros cuja visão parecia nova naqueles olhos expressivos parecidos com os meus.
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A Ascensão de Alexandra Lobos (A Garota que Sonhava)
RomanceAlexandra nunca acreditou nesse papo de que a felicidade era algo a ser alcançado; ela sabia que era tudo sobre vivê-la, e não desperdiçar a vida correndo atrás dela. Porém infelizmente correr atrás de algo que não podia ser capturado era o que e...