(Capítulo da SEGUNDA versão da história)
~~
Eu me despedi das meninas com um tchauzinho na saída e fui caminhando enquanto tentava tirar meu casaco e segurar minha mochila ao mesmo tempo.
Nós tínhamos marcado de ir lanchar em Dona Jô mais uma vez, mas a gente caiu na real e percebeu que não daria porque tínhamos nossos assuntos para resolver — eu, por exemplo, precisava ir comprar uma tela grande para pintar uma encomenda e passar no mercado para comprar alguns legumes.
Eu resmunguei quando me embolei com o casaco e tive que parar no sol para colocar a mochila em cima dos meus pés para poder ter as mãos livres e me resolver com a roupa.
Até que alguém agarrou minha mochila de repente antes que eu pudesse me abaixar para impedi-la de cair no chão molhado.
– Ei—
Porém era apenas Melanie, fazendo a gentileza de me ajudar.
– Ai, que susto, garota... – falei fazendo-a sorrir com as bochechas coradas – Obrigada. Você vai pra rua também?
Ela negou e indicou o carro preto chique do outro lado da rua, onde uma mulher mais velha — sua mãe provavelmente — a esperava.
– Ah...
Eu tirei o casaco, o dobrei e Melanie abriu minha mochila para me ajudar a guardar.
– Muito obrigada, Mel.
Ela me deu um tchauzinho antes de ir.
Eu a observei atravessar a rua e correr com seu jeitinho de pinguim até o carro.
– ...Será que ela fala com os pais dela? – murmurei para mim mesma. E voltei a andar.
Eu não ia, mas acabei passando em Dona Jô só para vê-la por alguns minutinhos.
– Nossa, mas ficou muito bom, Ali. Eu gostei muito da saia. – ela disse enquanto eu mostrava uma foto minha de ontem com a roupa que usaria na semana que vem – Acho que esse tipo de roupa combina com você...
– Esse tom de amarelo principalmente. – Larissa acrescentou. E deu um pulinho quando percebeu que tinha que voltar ao trabalho.
Era uma quarta-feira, quase quatro horas da tarde, e a lanchonete estava cheia de clientes.
– Não acham que eu fiquei parecendo um café da manhã americano? – perguntei com certa insegurança.
Dona Jô riu assim como a moça que estava pagando a ela na hora e se despediu sorrindo para mim.
– Como assim?
– Ah... Igual um ovo frito com bacon.
Dona Jô olhou a foto mais uma vez e gargalhou.
– Fiquei??
– Ai, Ali! É claro que não! Ficou linda. Linda e é isso que importa. Não tem nada de ovo e bacon aí não.
Eu olhei a foto com um bico, até dar de ombros e pegar minha mochila para ir embora.
– Já vai? – ela perguntou surpresa.
– Sim, preciso passar no mercado e na papelaria. E na padaria no caminho de casa. Vou ter que ir a pé.
– Ah...
Larissa surgiu parecendo ter ouvido o que eu disse, e abriu a boca para falar alguma coisa, mas então a fechou no mesmo momento, desistindo.
– Tô te achando tão quietinha hoje, querida. – Dona Jô disse ao entregar o troco a um cliente e agradecer – Aconteceu alguma coisa?
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Ascensão de Alexandra Lobos (A Garota que Sonhava)
RomantizmAlexandra nunca acreditou nesse papo de que a felicidade era algo a ser alcançado; ela sabia que era tudo sobre vivê-la, e não desperdiçar a vida correndo atrás dela. Porém infelizmente correr atrás de algo que não podia ser capturado era o que e...