Capítulo 12

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[...]

Alex já estava no DEO com a tia de Kara sob custódia, a parte que ela mais odiava era todo o processo de papelada sempre que um novo alien pousava na terra e era encontrado pelo departamento. Já havia amanhecido e ela só se tocou depois da ligação que recebeu do marciano, seu primeiro instinto era correr até sua irmã para ajudar ela mas depois da última discussão que tiveram ela não quer mais se envolver com a kryptoniana.

– Minha sobrinha sendo uma pessoa ruim? Isso não está certo, eu não a criei para ser assim - Astra falou chamando atenção de Alex assim que a mesma terminou de falar ao telefone.

– As pessoas mudam! - falou de forma sarcástica.

– Não, mas a Kara não! Ela se preocupa com todos, ela é um raio de sol... O que... O que aconteceu? - ela estava preocupada, não era possível que sua sobrinha querida estivesse indo pelo caminho obscuro, ela já esteve lá e sabe como é horrível.

– Ela sofreu muito depois da perda de krypton. Ela se fechou para tudo a uns dois anos! Tentamos de tudo mas acho que não tem mais volta - falou com um certo pesar.

– Não, não posso deixar isso acontecer! Precisamos achar a Linda, se encontrarmos a Linda ela pode voltar a ser o que era - Astra falou decidida e Alex ficou confusa.

– A irmã gêmea dela? Kara me falou que ela havia morrido com a destruição de krypton - informou mas para Astra isso era impossível.

– Tem uma coisa que a Kara não sabe, por isso eu preciso falar com a Kara - disse e Alex olhou para Nia e Barry. Respirou fundo e aceitou levar Astra até Kara.

– Tudo bem, eu te levarei até ela, mas acho que antes você gostaria de trocar de roupa... - comentou observando o trage que astra estava vestida.

– Agradeço pela ajuda, e agradeço por ter acolhido minha sobrinha posso ver em seus olhos que você a ama e se preocupa com ela - Astra falou e alex abaixou a cabeça deixando todo o ar que estava preso em seus pulmões escapar.

– Eu espero que a sua vinda possa trazer minha irmã de volta - foi a última coisa que falou antes de deixar a mais velha sozinha.

***

Jon preparava algo para Kara comer enquanto esperava a vinda de Eliza. A loira estava deitada no sofá olhando para um ponto fixo na parede, agora que estava sem os poderes o marciano poderia ler sua mente porém não fez isso, ele queria respeitar a privacidade da mais nova. Algumas vezes sentia vontade de apagar todas as memórias que a fazem sofrer para poder resgatar a doce Kara mas tinha consciência de que ela precisava passar por isso sozinha. Voltar por conta própria.

– Acho que essa sopa vai te ajudar a se sentir melhor - falou entregando cuidadosamente a tigela com uma sopa de batatas - cuidado que está quente - alertou para que ela não se esquecesse que não tinha mais poderes e se queimasse.

– Obrigada Jon... - agradeceu e levou uma colherada rasa de sopa até a boca se permitindo saborear e se deixar levar pelo vapor da comida que ia direto em seu rosto.

– Sua mãe já está chegando, ela me disse que ia passar na farmácia antes de vir para cá - informou e Kara suspirou.

– Não precisava ter incomodado ela, eu posso lidar com isso sozinha... - falou entre os dentes mas Jon sabia que ela ia gostar de ter a mãe por perto.

– As vezes precisamos parar de tentar lidar com tudo sozinhos e deixar que alguém nos ajude! Nos dê suporte, é para isso que a família existe - falou colocando a mão no ombro da loira.

– Mas minha família fica tentando resgatar a antiga pessoa que eu já fui em vez de apoiar a pessoa que eu estou me tornando, e uma hora cansa ouvir todos os sermões ou de ficar com alguém que pisa em ovos pra falar com você, preferem a antiga Kara do que conhecer essa nova Kara... - Admitiu deixando Jon surpreso, ele nunca havia pensado dessa forma, que talvez o que Kara precisasse fosse de que as coisas voltassem a ser como antes para se sentir melhor.

– Eu sinto muito...

– Desculpem a demora, aconteceu um acidente e acabou gerando um trânsito - Eliza falou enquanto colocava sacolas em cima da mesa.

– Tudo bem, Eliza - Jon falou e se aproximou da mulher mais velha - fiz uma sopa para ela mas ela está um pouco febril, ela acordou faz pouco tempo... Acho melhor não falar nada sobre a tia dela ou qualquer outra coisa, ela precisa descansar - aconselhou e a mulher concordou observando a filha mais nova sentada no sofá tão indefesa.

– Pode deixar que agora eu tomo conta dela - falou e o marciano sorriu de forma gentil.

– Eu ja vou indo, se precisar de alguma coisa é só me chamar - avisou a kara que apenas desviou o olhar em seguida voltando ao ponto fixo na parede e tentando não pensar em nada.

– Meu amor, aqui estão alguns remédios que vão ajudar a baixar sua febre - Eliza disse e entregou uma cartela de comprimidos e um copo d'água.

– Obrigada, mãe - agradeceu pegando a cartela e deixando de lado enquanto tentava terminar de tomar a sopa.

– Por nada meu bem - disse e se sentou onde antes estava o Jon - Se sente melhor? - perguntou e Kara entendeu ao que ela se referia.

– Um pouco - respondeu sem tirar os olhos da parede.

– Tem algo que eu possa fazer por você? - perguntou, sua vontade era poder tomar as dores de sua filha para que ela não passasse por mais sofrimento do que já passou.

– Eu preciso de respostas, preciso da minha tia e preciso saber o que aconteceu com minha irmã - disse e Eliza suspirou.

– Vou ligar pra Alex, enquanto isso você descansa - se levantou e Kara permaneceu imóvel, o choque dela era grande, achou que não havia mais ninguém da família vivio, que teria que conviver sendo rejeitada pelo seu primo, que uma parte dela nunca mais retornaria, mas tudo parece ter mudado da água pro vinho, uma esperança assustadora crescia em seu peito e mesmo lutando contra era inevitável não sentir que as coisas poderiam começar a dar certo pra ela, ou talvez só piorar ainda mais...




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Coração de gelo - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora