Capítulo 9

1.8K 257 41
                                    

[...]

Pov Kara

Eu estava tentando focar em meu trabalho, mas minha audição estava o tempo todo monitorando a Luthor, algo em mim me culpava pela situação que ela estava.

– Kara Danvers, sem sentimentalismo - falei e respirei fundo tentando voltar ao foco.

Quando minha mente conseguiu voltar a trabalhar eu a escutei gritar, ela estava em perigo. Meu corpo agindo por impulso saiu voando em direção ao hospital, mas eu não poderia entrar lá, vi que havia dois homens, eu tinha que dar um jeito de ajudá-la... Voei o mais rápido que consegui até o DEO e logo encontrei o Barry.

– Achei que não usasse seus poderes - falou assim que me viu e eu revirei os olhos.

– E eu achei que você fosse um super herói - disse irônica para não avançar nele - Vou direto ao ponto. Lena Luthor está em perigo, alguém está tentando mata-la então faça seu trabalho e vá salvar ela - digo e ele me olhou confuso.

– Como tem tanta certeza? - perguntou de braços cruzados.

– Eu ouvi e vi, então só vai - gritei e ele saiu correndo para ajudar ela.

Quando me virei dei de cara com a Alex, ela parecia furiosa, triste talvez, seus ombros estavam enrijecidos, suas mãos no quadril, ela não pareceu gostar da minha presença ali.

– Kara Zor-el, você não tem mais permissão para entrar aqui a qualquer momento - falou usando meu sobrenome de batismo, aquilo não deveria mexer comigo, mas foi como se alguém tivesse injetado kryptonita direto em minha veia.

– Uma civil precisava de ajuda, é isso que vocês fazem aqui certo? Combatem o crime - falei tentando não deixar meus sentimentos transparecer.

– Lutamos contra alienígenas, os prendemos, se o seu caso não for de alienígena isso fica para os policiais. Agora peço que se retire daqui, a não ser que queria ser presa por invasão a um departamento do governo - respondeu se aproximando de mim tentando me intimidar.

– Não é como se vocês fossem conseguir me prender, mas tudo bem. Eu odeio essa lugar - sai de lá voando o mais rápido que consegui sem olhar para trás, mas acabei ouvindo ela chorar e meu coração se partiu em milhões de pedaço.

Respirei fundo, era melhor que as coisas fossem assim, ela tinha que entender de uma vez por todas que eu não quero mais voltar a ser quem eu era, não queria mais ser aquela garota frágil que qualquer conseguia quebrar. Pousei em cima do hospital e fiquei prestando atenção no que estava acontecendo, Flash soube controlar bem a situação, até que analisando todo o prédio encontrei a secretária da Lena presa em uma das salas de limpeza e corri até para ajudar ela.

– Jess? O que faz aqui? - perguntei fingindo uma certa confusão e ajudando ela a se desamarrar.

– E-eu fui buscar água pra Lena, eles me pegaram e me jogaram aqui - falou com dificuldade.

– Agora está tudo bem - digo e o flash chega bem rápido perto de nós.

– Ai está você, Lena está preocupada - ele disse analisando ela de cima a baixo - está tudo bem?

– Sim, a senhorita Danvers me ajudou, alias como soube que eu estava aqui dentro? - perguntou me encarando com uma expressão curiosa.

– E-eu não sabia, eu só estava procurando... É... Um balde, isso aqui, um balde, porque tem uma criança vomitando muito, aí eu resolvi ajudar as mães dela - falei dando um sorriso forçado.

– Ainda bem, não sei por quanto tempo eu estaria lá dentro se não fosse por você - disse sorrindo agradecida - Muito Obrigada.

– Agora vamos, tenho que te levar pra Lena, Obrigada senhorita Danvers.

Eles saíram e eu pude voltar para meu trabalho, agora que estava tudo bem, mas sabia que eles não parariam de tentar contra a vida de Lena, eu precisava me certificar de que ela ficaria bem.

– Sabe, pra alguém que diz não usar mais os poderes, acho que você encontrou seu motivo de voltar a ativa - me assustei assim que eu ouvi a voz do flash.

– Eu não tenho nenhum motivo pra voltar a ser super heroína, e nem quero isso. Só a ajudei pois me senti culpada dela ter sido baleada - respondi enquanto mantinha meus olhos focados no computador.

– E isso só aconteceu porque você deixou de ser heroína - rebateu e eu o encarei firme.

– Onde você chegar com isso? - o questionei, eu não tinha tempo para joguinhos.

– National City precisa de uma heroína, como você, e eu sei que seus poderes não são em vão. Você tem um propósito - disse se aproximando calmamente de minha mesa.

– National City tem a dreamer, o Brainiac-5, a sentinela... Eles não precisam de mim - respondi voltando meu olhar para os papéis.

– Aí que você se engana... Não é como se só tivesse espaço pra um super herói, e eu sei que algo dentro de você ainda quer ajudar as pessoas, ainda sente necessidade de salvar todos, mesmo que você tente mascarar isso... - falou e saiu como raio da mesma forma que chegou me deixando a deriva de meus pensamentos.

Eu não voltaria para aquela vida, era bem mais complicado do que todos imaginam, e eu não consigo entender porque é tão difícil das pessoas entenderem que eu não posso mais salvar o mundo quando eu mesma estou perdida.

Desisti de trabalhar e fui para casa, tomei um banho quente, coloquei meu pijama favorito e tentei dormir, eu não aguentava mais viver aquele dia nem um minuto se quer, mas infelizmente minha mente ficava repassando o grito da Lena e o choro da Alex, eu estava exausta de tudo, eu não podia deixar minhas emoções voltarem a tona, eu as guardei por tempo demais pra isso acontecer... Novamente.

...

Coração de gelo - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora