Capítulo 21

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Pov Lena.

~ Quarta-feira ~

— Jess, poderia vir na minha sala? - pedi através do telefone e esperei a mesma aparecer.

Estava tentando resolver todos os meus compromissos daquela manhã o mais rápido possível, queria estar livre para o almoço com a senhorita Danvers, e a tarde teria uma reunião para tratar em Ghotam City com a Pamela Isley, CEO da Wayne Enterprises.

Ouviu três batidas na porta e falou:

— Pode entrar Jess - mas não era Jess que havia batido.

— Olá querida, como vai? - Lillian falou se aproximando da minha mesa com seu sorriso forçado.

— A que devo a honra de sua presença, mamãe - falei sibilando a última palavra.

— Vi que você sofreu alguns atentados esses dias e vi me certificar de que seu irmão não tenha deixado você com nenhuma sequela - respondeu mas eu não poderia acreditar em nenhuma de suas palavras.

— Querendo bancar a boa samaritana? - questionei e ela riu sem humor.

— Ah querida, você sabe que eu me preocupo com você, tanto quanto me preocupo com seu irmão, não sei porque dúvida tanto de mim - agora foi minha vez de rir com sua resposta.

— Talvez seja porque você é uma criminosa que sempre me tratou com desdém e deixava bem claro o quanto eu não era bem vinda na sua vida - respondia afiada.

— Sou uma criminosa ao olhos dos desentendidos, tudo que eu fiz foi para o bem da humanidade! E eu sempre tentei extrair o melhor de você, não é atoa que seu QI e seus projetos são bem melhores que o do Lex - eu sentia o cheiro da manipulação exalando dela e cada palavra que saia de sua boca era como uma bomba que eu tinha que tomar cuidado para não pisar e explodir bem embaixo de mim.

— Aí mamãe você deveria fazer stand-up - comentei e em seguida ouvi uma batida na porta - Entre! - falei e vi uma figura loira passando pela porta. Kara Danvers. Olhei a hora e estava perto do horário que marcamos para almoçar, então me levantei e fui até ela. - olá, não esperava te ver por aqui - pensei em abraçar ela mas não tínhamos tanta intimidade então só fiquei numa distância segura.

— Pensei que podíamos nos reunir mais cedo, tenho alguns assuntos a trata - informou e então ela olhou para trás de mim dando de cara com minha mãe - Lillian, que prazer em revê-la - falou e eu me surpreendi por ela se conhecerem.

— Olá, Kara Danvers - disse afiada e eu estranhei a interação -  Como anda as coisas na Catco? - Perguntou levantando uma sombrancelha.

— Melhores do que nunca, e como anda a vida no crime? - sua fala era mansa mas afrontosa, ela não parecia ter medo da minha mãe.

— Melhor do que nunca - sorriu irônica e se levantou - Já que você tem compromisso, eu volto outra hora - deixou um beijo em minha cabeça e encarou Kara por mais alguns segundos - Até mais, Danvers - respondeu e saiu me deixando a sós com a loira.

— Isso foi estranho ou apenas impressão minha? - indaguei me direcionando para minha mesa e sendo acompanhada pela Danvers.

— Minha relação com Lillian é de outras vidas, ela sempre me deu muito trabalho... Eu acabava escrevendo muitas matérias sobre ela e sobre os maus feitos do CADMUS - respondeu com certa delicadeza.

— Me admira você não ter medo dela - respondi e ela sorriu meio irônica.

— Lillian não me bota medo, ela é muito mansa em comparação ao seu irmão. Mas também tem a questão de que minha irmã trabalha no FBI então eu não me preocupo - foi a primeira vez que ela havia compartilhado algo de sua vida comigo e eu fiquei bastante interessada.

— Você tem uma irmã? - falei surpresa e ela pareceu revirar os olhos.

— Tipo isso, eu sou adotada! Diferente de você e Lex eu não tenho nenhuma gota de sangue dela - disse e ela parecia um pouco ressentida ao falar da irmã.

— Bom, sorte sua - digo e dou um leve sorriso tentando amenizar a tensão no ar - Só me deixe terminar de assinar esses papéis e poderemos ir - falei e ela analisou um pouco as coisas que estavam na minha mesa.

— Se você preferir podemos pedir comida aqui, estou acostumada a comer em escritórios - disse e sua feição parecia um pouco mais relaxa, talvez, era tão difícil ler ela.

— Então vamos colocar um pouco de normalidade na nossa rotina, vamos almoçar fora mesmo - respondi e me levantei pegando minha bolsa e ela pareceu surpresa.

— Já que insiste - sorriu e pela primeira vez eu pude jurar ter visto um sorriso sincero.

Kara Danvers poderia ser uma pedra de gelo por fora, mas parecia haver uma pessoa tão sensível, compreensível, mas ao mesmo tempo tão quebrada e vulnerável. Ela me intrigava na mesma medida em que me admirava, uma mulher forte, que pareceu sofrer muito mas que ainda assim escolheu levar a verdade para as pessoas e ser um ser humano exemplar, me invejava e me inspirava, queria ter o privilégio de não ter o sobrenome Luthor para poder contribuir para sociedade sem as pessoas acharem que eu vou tentar dominar o mundo a cada passo.

— Gosto daqui - comentou assim que chegamos ao restaurante.

— Ele é realmente aconchegante - acrescentei ao diálogo observando os detalhes do local.

— Como você se sente quando está em ambientes públicos? - sua pergunta era bem interessante nem sempre as pessoas se preocupavam em como eu me sentia e sim como as outras pessoas agiam quando me viam.

— Você já começou sua entrevista? - tentei descontrair mas ela apenas negou com a cabeça - Bem, posso dizer que é como se estivesse sendo julgada a cada passo, alguns me olham como se eu fosse uma aberração, outros apenas ignoram a minha existência, mas no fim todos esperam ansiosamente para eu ter uma atitude digna de meu sobrenome - respondi calmamente e ela me dava total de sua atenção em cada palavra.

— Já pensou em viver escondida numa caverna e nunca mais sair de casa? - não entendi onde ela estava querendo chegar com aquelas perguntas, mas estava sendo interessante.

— Todos os dias, mas eu fui criada para gerenciar empresas, ser melhor que todo mundo e não para ficar trancada em um calabouço esperando meu príncipe encantado vir me resgatar das garras da minha mãe malvada - rir mas ela apenas continuou com sua expressão neutra, aquela conversa parecia mais uma de minhas sessões de terapia. - Mas e você? Já pensou em seguir outra carreira?

— Não sou boa em muita coisa - disse olhando para o cardápio - E gosto do que faço, fui treinada pela melhor e tenho muito prazer em manter as pessoas informadas - ela havia erguido seu muro novamente, sua expressão estava fechada e sua voz árdua, ela não gostava muito de falar sobre si.

— Entendi...


...


Gnt eu to total com bloqueio k então vai até aí mesmo e depois eu posto a continuação da entrevista e blá blá blá, até mais

Coração de gelo - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora