N/A: Salve, salve, meus amores!
Como podem ver é a partir daqui que a Sarah entra na história.
Simbora comigo saber como se dará o primeiro encontro delas.
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Os encontros mais importantes já foram combinados pelas almas antes mesmo que os corpos se vejam...
(Paulo Coelho)
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Ela sente no lado direto do rosto, os pingos de uma chuva fina que cai em meio a escuridão a qual seus olhos confusos encontram ao se abrirem lentamente.
Não faz a menor ideia de onde está ou muito menos, o que aconteceu para estar ali. E também está atordoada demais para tentar descobrir isso.
Suas roupas se encontram ensopadas, lhe causando um frio danado. Os pés descalços e a cabeça dói horrores. Ao levar à ponta dos dedos ao lado direito da testa, ela sente algo viscoso que cheira a ferro, que identifica como sendo sangue. Fica preocupada. Ainda sem entender direito a situação, ela tenta se erguer do chão, mas ao apoiar as mãos espalmadas ao solo para se levantar, desiste daquilo ao sentir uma dor intensa no tórax.
— Argh! - geme baixo.
A dor piora quando respira fundo.
De bruços no chão, ela não ousa se mexer outra vez, por receio de ser tomada pela dor em seu tórax.
Leva alguns pares de segundos até ela tomar coragem de erguer apenas o rosto do solo molhado. Seus olhos se forçam a enxergar algo à frente ou ao redor. Porém, está escuro demais para ver qualquer coisa com nitidez, apenas nuances do que parece ser uma mata.
A fina chuva que cai começa a engrossar. A mulher resolve fazer uma nova tentativa de se erguer do chão. Está com muito frio e pegar aquela chuva não lhe fará bem.
Só que assim como foi na primeira tentativa, nesta segunda ela também sente a mesma dor intensa na região do tórax que lhe incapacita imediatamente, além de também lhe arrancar um gemido mais alto.
De olhos fechados, ela respira bem devagar para se recuperar da dolorosa tentativa que havia feito de sair do chão. Só que o simples ato de respirar, ainda que devagar, faz doer da mesma forma seu tórax.
Os pingos da chuva àquela altura já estão intensos. A mulher abre os olhos. Nesse momento o clarão de um raio antecedendo ao som do trovão, lhe dá a rápida oportunidade de ver, ainda que por segundos, que ela está às margens de um rio ou praia, não sabe ao certo, e confirma que há mata mais adiante.
— So-cor-ro!
Ela não têm ideia se há alguém por perto que lhe escutará, mas mesmo assim pede ajuda. E seu ato é outra ação que faz doer seu tórax, lhe fazendo pensar que muito provavelmente esteja com algum osso daquela região fraturado ou pior, quebrado.
O estrondo alto do trovão a assusta, fazendo a mulher encolher os ombros em susto e logo em seguida, deixar escapar um novo gemido pela ação.
— Droga! - aquele inferno de dor está lhe matando.
E mesmo ciente de que, muito provavelmente sentirá dor se clamar por um novo pedido de socorro, a mulher se arrisca nisso. Necessita de ajuda ou teme morrer ali.
Ela pede socorro pela segunda vez, porém não há resposta alguma, apenas o eco de sua voz trêmula misturada ao som dos galhos das árvores balançando em virtude do vento e da chuva.
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Another Life - Versão Sariette [Intersexual]
FanfictionNo litoral paranaense, uma rica empresária vinda de São Paulo acaba sofrendo um acidente de carro na estrada. É a partir daí que seu caminho se cruza com o de uma mulher solitária. Sarah Andrade encontra uma desconhecida ferida e desmemoriada a que...