Capítulo 41 - A dor da realidade

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Sarah estaciona o carro na garagem de casa e sai do veículo torcendo para sua mulher ter melhorado da dor de cabeça. Acionando o alarme do carro, a loira segue para pegar as escadas da entrada do imóvel.

Assim que Sarah gira a chave e entra em casa, encontra Fernanda caída no chão.

- Amor!!

Imediatamente, a loira bate a porta, joga a bolsa e as chaves, para correr até a esposa. Desesperada começa a chamar pela amada:

- Fê... Acorda!... Abre os olhos!... Meu Deus, o que foi que houve aqui? - ela olha ao redor tentando entender o que aconteceu. -... Fernanda, acorda. - Sarah pede já chorando enquanto dá leves tapinhas no rosto da esposa para despertá-la. - Amor não faz isso comigo... Acorda, por favor!

É com alívio que a loira vê as pálpebras de Fernanda se mexerem sutilmente antes da morena ir abrindo devagar os olhos.

- Graças a Deus, você acordou! O que foi que aconteceu aqui, amor?

- Amor??... Quem é você?

A pergunta séria da morena e seu olhar vazio, confuso e sem qualquer sentimento ou emoção fazem Sarah ficar paralisada e entender rapidamente o que tais questionamentos significam. Sua mulher não está mais ali com ela.

- Você não é mais ela, não é?

A voz de Sarah sai em um fio de voz triste e quase choroso.

A morena de olhos castanhos se senta diante da loira desconhecida.

- Ai, minha cabeça. - ela reclama, tocando o lado direito de sua cabeça. Uma dor horrível é sentida por ela naquela região. - De quem você está falando, hein?

- Minha mulher! Eu a perdi! - Sarah toca o rosto da morena enquanto novas lágrimas escorrem dos seus olhos verdes.

- Eu sinto muito por sua perda. - Juliette diz de maneira áspera e fria enquanto afasta a mão daquela estranha de seu rosto, pois não gosta nada do abuso dela com tal gesto. Quem aquela mulher acha que é para lhe tocar com tanta intimidade, assim? - Pode me dizer quem é você e que lugar é este que eu estou?

A pergunta dela dói em Sarah. Sua mulher não sabe mais quem a loira é e tampouco, reconhece a casa delas. Mas Sarah precisa ser forte e tentar fazer aquela mulher diante de si, lembrar-se dela e tudo mais.

- Eu me chamo Sarah e esta é minha casa, nossa casa, amor.

Juliette franze a testa em total estranhamento ao que julga como um total despautério dito por aquela mulher estranha.

- Acho que está tendo algum equívoco aqui. Esta casa não é minha e pare de me chamar de "amor". Eu me chamo Juliette Freire. - diz de modo seco. A morena tenta levantar do chão com dificuldade.

Sarah ainda tenta ajudar a amada a se pôr de pé, mas Juliette recusa a sua ajuda, afastando as mãos da outra mulher para longe dela.

- Como eu vim parar aqui na sua casa?

Já de pé Juliette encara com total estranhamento o local ao redor, para depois lançar seu olhar na direção da mulher a sua frente, pois tudo ali é desconhecido para a morena.

- Você sofreu um acidente. Eu te encontrei, te levei para um hospital e depois te trouxe pra cá. - Sarah resume a história para a morena.

A lembrança do acidente todo vem a cabeça de Juliette. Está ali nítida e perfeita em suas lembranças como se tivesse ocorrido ontem. Entretanto, o resto que a mulher diante dela menciona, não. A empresária não consegue lembrar daquela estranha lhe encontrando, levando para um hospital e muito menos lhe trazendo para a casa dela.

Another Life - Versão Sariette [Intersexual]Onde histórias criam vida. Descubra agora