Capítulo 11 - Quem é ele, Sarah?

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Cinco dias...

120 horas...

Este é o tempo que já dura a angústia de Thaís pela falta de notícias da irmã.

As buscas pela empresária são feitas de maneira ostensiva pela polícia de São Paulo em ação conjunta com a polícia do Paraná e o Corpo de Bombeiros local.

Hospitais, IML e até mesmo delegacias nas cidades adjacentes ao local onde o carro foi encontrado, tinham sido checados para saber se em algum deles havia dado entrada alguém com as características de Juliette, só que nada. Nenhum vestígio sequer da executiva tinha sido encontrado até o momento, porém as buscas prosseguiram. No entanto, segundo as autoridades, as esperanças de achar a empresária viva só vão diminuindo a cada dia que se passa sem que Juliette seja encontrada.

A irmã da empresária está inconsolável com esta situação. Thaís tenta não pensar no pior, mas é inevitável. Seu peito chega a apertar diante de possibilidade de Juliette estar morta. Não quer perder mais uma pessoa que ama.

Primeiro perdeu o pai quando ainda era um bebê; anos mais tarde veio a morte da mãe que foi uma perda irreparável para a arquiteta. Ela tinha em Fátima o seu porto seguro. E agora, vinha esse acidente de Juliette que culmina com seu desaparecimento.

Thaís rezou todos os dias para Juliette aparecer. A empresária é sua única parente, sua única família de sangue. Ambas são filhas de pais que foram filhos únicos em suas famílias. Deste modo, não possuem tios, primos ou quaisquer outros parentes de sangue. A família delas se resume em apenas elas duas.

- Tatá... posso entrar, menina? - o pedido vem após duas batidas leves na porta do escritório da casa.

- Sim, Helô!

A arquiteta consente, enxugando as lágrimas que derramava enquanto pensava outra vez na irmã desaparecida. Já tinha perdido as contas do tanto que havia chorado ao longo desses dias em que está sem notícias de Juliette.

- O almoço já está pronto, querida. - avisa a governanta.

- Não estou com fome, Helô.

Sua preocupação com Juliette é tanta que fome é a última das coisas que Thaís sente.

Heloísa suspira preocupada com sua menina, pois ela não come direito ou sequer faz uma refeição descente desde a notícia do aparecimento do carro acidentado da irmã. Nem sequer ir a empresa trabalhar ela vai mais, delegou a Carla a função de ficar a frente da FEP enquanto Juliette não aparece, porque não está com cabeça para tocar a empresa no lugar da irmã. A governanta teme que a qualquer momento Thaís caia doente de fraqueza e tristeza, e acabe indo parar em um hospital.

- Você precisa comer, Tatá. Ficar sem nada no estômago não vai te fazer bem. Sua irmã não aprovaria isso.

- Minha irmã! - repete Thaís com a voz embargada. - Onde ela está, Helô?

- Também já me fiz milhões de vezes esta pergunta, menina. - externa a governanta indo se acomodar ao lado de Thaís que está encostada a mesa do escritório. Passando um dos braços por sobre os ombros da arquiteta, Heloísa dá um beijo nos cabelos de sua menina.

Há trinta anos, quando veio trabalhar na casa das Freire, Heloísa não imaginava ficar tanto tempo no emprego. Seria apenas algo temporário para ajudar na renda de casa, já que sua mãe estava desempregada e doente.

Só que logo ela já havia ganho a confiança de Fátima e criado um apego com as crianças e vice-versa, que não teve coragem de largar o emprego. Aí, todos esses anos já naquela casa, acabou que Juliette e Thaís se tornaram para Heloísa as filhas que ela não teve. A governanta as amava incondicionalmente. E para ela está sendo horrível ver o sofrimento de Thaís e pior ainda, o desaparecimento de Juliette.

Another Life - Versão Sariette [Intersexual]Onde histórias criam vida. Descubra agora