Another Life - Versão Sariette [Intersexual]

Capítulo 08 - Juntas sob o mesmo teto

Dormir se tornou uma tarefa difícil para as pessoas que tem proximidade com Juliette, principalmente, para sua irmã e a noiva da empresária. Cada qual em suas respectivas casas mal conseguem pregar os olhos direito aquela noite e madrugada adentro, por conta da aflição e preocupação de não ter notícias de Juliette há mais de 24 horas.

Enquanto que Thaís rola de um lado para o outro da cama se questionando aonde e o que pode ter acontecido à sua irmã. Viviane está sozinha na cozinha de sua casa, com uma xícara de chá nas mãos e se fazendo as mesmas indagações da cunhada.

Muito longe de onde as duas mulheres residem e alheia a toda a aflição vivenciada por ambas, se encontra uma Sarah que havia acordado há alguns minutos em meio a madrugada. A mulher acaba despertando devido a dor no pescoço decorrente de estar dormindo de mal jeito na cadeira. E sem conseguir mais voltar a dormir, ela se põe a velar o sono da mulher desconhecida a quem socorreu e que para as pessoas dali do hospital é sua namorada.

Sarah está preocupada com o fato de que em algumas horas, ao raiar do dia, estará levando aquela estranha para sua casa. Sua consciência não para de lhe repetir que tal atitude além de não ser nada correta, ainda é muita perigosa. Abrigar uma desconhecida não é algo que pessoas sensatas fazem.

Sem contar que aquela mulher deve ter família. Talvez seja até casada e tenha filhos. Se duvidar sua companheira já deve ter dado parte do sumiço dela e Sarah, em algumas horas a estará levando para sua própria casa, privando assim a família de encontrá-la.

"Será temporário isto!"

Assim que Fernanda se recuperar, Sarah pretende levá-la à polícia como foi o combinado entre elas mais cedo. Não é sua intenção deixar que aquela outra mulher permaneça por muito tempo em sua casa.

Torcerá para que nesse meio tempo em que Fernanda estiver aos seus cuidados, recupere a memória, tornando assim mais fácil encontrar seus familiares. Ou do contrário somente a polícia mesmo poderá ajudar no caso dela.

As horas avançam com uma velocidade assustadora, que quando Sarah se dá conta lá fora já havia amanhecido e sua namorada despertado.

- Bom dia! - Fernanda cumprimenta Sarah com uma voz ainda sonolenta e deixando escapar um pequeno sorriso por seu anjo da guarda ser a primeira visão que seus olhos têm ao se abrirem desta vez.

- Bom dia! Como está se sentindo?

- Ainda dolorida, porém bem. E você?... Dormir nessa cadeira aí não me parece ter sido confortável.

- Nem um pouco, mas sobrevivi. - as duas sorriem do comentário. Logo em seguida Sarah completa, dizendo: - Pra falar a verdade, não dormi quase nada, apenas cochilei mesmo.

- Já eu apaguei.

- Foram os remédios.

Como conhecedora da área, ela sabe que um dos efeitos das medicações ministradas à Fernanda é a sonolência, por isso ela dormiu direto, quase como uma pedra a noite toda.

O café da manhã dos pacientes e seus acompanhantes veio a ser entregue naquele instante a cada um dos presentes ali. Como Fernanda não consegue apanhar os alimentos de sua bandeja e levá-los a boca sem sentir dor ou desconforto na região do tórax, cabe a Sarah auxiliá-la nesta tarefa ao lhe dar comida na boca.

- Estou me sentindo uma criança deste jeito. - Fernanda resmunga em dado momento.

Algum tempo mais tarde, Fernanda recebe alta médica. Doutora Lisa lhe prescreve medicamentos para aliviar a dor e faz algumas recomendações importantes para seu pronto restabelecimento como repouso absoluto, evitar ficar na mesma posição por muito tempo e fazer exercícios respiratórios em casa mesmo, para auxiliar a encontrar melhores formas de expandir o tórax, além de sessões de fisioterapia. Sarah ouve a tudo aquilo em silêncio e apenas se limita a concordar sem fazer contestações quando a médica de sua namorada se dirige à ela. Alguns minutos depois disto, o 'casal' deixa o hospital e pega a estrada rumo à casa de Sarah.