Um menino!!
Ela seria mãe de um menino.
Teria um casal de filhos, não fosse o infortúnio da perda do filho homem que Sarah esperava.
Mas agora, Juliette só terá a filha que Viviane espera. E receber a notícia de que um de seus filhos não virá mais está sendo doloroso demais, a pior coisa para a empresária.
Ainda encarando o bom médico, Juliette lê um explícito pedido de "Sinto muito" nos olhos daquele senhor. Na sequência, o doutor faz um movimento com a cabeça como se despedindo. Dando as costas à Juliette, ele segue pelo corredor deixando a empresária sozinha e diante da porta do quarto de Sarah.
Leva incontáveis segundos até a morena tomar coragem de segurar na maçaneta da porta e abri-la. Nunca lhe pareceu tão difícil encarar alguém, mesmo que esse alguém esteja desacordado no momento.
A empresária entra no quarto de cabeça baixa, fecha a porta e cabisbaixa caminha lenta e pesadamente até parar bem diante de Sarah acomodada na cama hospitalar. Algo dentro de Juliette se parte em inúmeros pedaços, quando olha bem para Sarah e vê em seu rosto os machucados decorrentes do acidente sofrido por ela. Um machucado é bem acima do olho esquerdo e o outro na maçã do mesmo lado esquerdo da face. Em uma das mãos também há escoriações.
Todos aqueles machucados superficiais na outra mulher doem em Juliette como se fossem profundos. Mais o pior de todos eles é o da perda do bebê. Isso está doendo tanto, quase insuportavelmente. Não sabe se um dia essa dor irá passar. Talvez não passe nunca!
- Me perdoa, Sarah!... É tudo culpa minha. - sua mão vai até os cabelos da loira e os afaga enquanto seu olhar vaga pelo rosto machucado da outra mulher. - Se eu não tivesse pego aquela estrada naquela noite chuvosa meses atrás, nada disso estaria acontecendo. Você não teria me conhecido e nem estaria passando por todo esse sofrimento do qual eu sou a única responsável. Eu...
A porta do quarto se abre, interrompendo o discurso de lamento de Juliette. A empresária se vira e vê uma enfermeira entrar segurando umas sacolas.
- Desculpe! Não sabia que ela já estava acompanhada. - pede a outra mulher sem jeito. - Trouxe os pertences dela e as sacolas que estavam com a moça na hora do acidente.
A enfermeira estica as três sacolas à Juliette que agradecendo, pega aquelas coisas da mão da funcionária do hospital.
- Seria legal se você desse um jeito de se desfazer do conteúdo dessas duas sacolas. - a enfermeira aponta para os itens nas mãos de Juliette. - Não será bom pra ela ver o conteúdo disso depois do que aconteceu.
A empresária franze a testa sem entender direito o que aquela outra mulher quer dizer com aquilo. Já ia indagá-la a esse respeito, quando o bipe do celular da funcionária soa e ela diz que precisa ajudar a socorrer um paciente que acaba de dar entrada no hospital.
Sozinha no quarto novamente, Juliette vai ver o que há nas tais sacolas apontadas pela enfermeira. Assim que ela descobre o conteúdo delas, seus olhos se fecham e a empresária deixa duas lágrimas escorrer.
Roupas de bebê!
***
Thaís está na maior pilha de nervos. Tanto que ela quase não consegue se concentrar direito na reunião. Por várias vezes, Carla teve que chamar sua atenção de maneira sutil enquanto ainda estão reunidas com o pessoal de Dubai para a assinatura do contrato.
- E a outra Sra. Freire? Achei que ela estaria na assinatura desse contrato. - Al-Assad, o dono de uma rede hoteleira de Dubai, a qual a FEP será a responsável em construir o mais novo e mais moderno hotel da rede, lança um rápido olhar a Thaís enquanto assina o contrato após seu advogado verificar o documento e dizer que tudo está nos conformes.
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Another Life - Versão Sariette [Intersexual]
Fiksi PenggemarNo litoral paranaense, uma rica empresária vinda de São Paulo acaba sofrendo um acidente de carro na estrada. É a partir daí que seu caminho se cruza com o de uma mulher solitária. Sarah Andrade encontra uma desconhecida ferida e desmemoriada a que...