Capítulo 17 - Madrugada de pesadelo, manhã de sonhos...

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Monte Flores, Paraná

É madrugada, quando Fernanda é acordada bruscamente por um grito de Sarah. Assustada a morena, imediatamente, se levanta do sofá, liga o abajur e vai até a amada que naquele momento se encontra pálida e sentada no outro sofá, estamapando uma expressão de pânico.

- Sarah o que houve? - Fernanda se senta ao lado da loira e segura em suas mãos frias e suadas.

- Um pesadelo, Fernanda.

Reviver a história contada a morena, lhe fez ter o mesmo pesadelo que há semanas não vinha tendo.

- Foi horrível. - Sempre era! - Meu pai todo machucado me pedia pra salvá-lo, mas eu não conseguia... não conseguia. - ela começa a chorar novamente.

Fernanda a abraça, exatamente, como havia feito quando horas atrás Sarah lhe contou sobre a morte do pai.

- Já passou, meu anjo. Foi um sonho ruim. - diz afagando os cabelos da amada.

Aquele trauma parece mesmo muito enraizado nela. Bem que Fernanda gostaria de poder livrar seu anjo disso e de qualquer outra coisa ruim que lhe cause dor e sofrimento. Sarah é especial demais para ela e tudo que quer é vê-la sempre bem e feliz.

- Eu me sinto tão culpada. - murmura Sarah com o rosto escondido na curvatura do pescoço de Fernanda.

- Você não é culpada de nada, meu anjo. - com ternura Fernanda afirma, desfazendo cuidadosamente o abraço delas. - Não se imponha uma culpa que você não tem, Sarah. Isso só te faz mal. Tenho certeza que seu pai não lhe culpa da morte dele. Ele sabe que tudo você fez pra ele não partir. Mas nem sempre as coisas são como a gente quer que sejam.

Sarah a abraça novamente.

É tão bom ter alguém que lhe ampare e lhe acalente em momentos tão difíceis como esses. Muitas foram as vezes em que Sarah acordou como naquela madrugada após um pesadelo e não havia ninguém para lhe oferecer o carinho, cuidado e atenção, que Fernanda oferece.

- Quero que me prometa que não se culpará mais. Pode fazer isso por mim?

Para Sarah é tão difícil não se culpar por algo que tem certeza de que é responsável. Mas por aquela mulher que apareceu para transformar sua vida e lhe dá uma nova perspectiva do mundo a sua volta, a loira se arriscaria em prometer aquilo e tentaria cumprir sua promessa.

- Eu prometo!

- De verdade mesmo?

Sarah desfaz o abraço que trocam e com um balançar positivo de cabeça, assente em resposta.

Fernanda fica contente por seu anjo aceitar. Só espera que com isso, Sarah possa livrar-se em parte do peso que carrega nas costas.

- Acho melhor levar você pra dormir no seu quarto. Vai ser mais confortável. Vem!

Feito uma garotinha obediente, Sarah acata a sugestão de Fernanda sem fazer qualquer objeção.

Recolhendo os lençóis de ambas, Fernanda toma a mão de Sarah e leva a loira para o quarto, onde ela poderá dormir com o conforto adequado, que um sofá por mais macio que seja não será capaz de proporcionar.

Entrando no cômodo, Fernanda a guia até a cama, lhe cobre com o lençol que havia trago da sala e quando vai se despedir de Sarah com um beijo na testa, é surpreendida com o pedido da outra mulher para que não se vá e durma com ela.

- Dormir... aqui... com você, Sarah?

- Sim, por favor.

Sarah não quer ficar sozinha, ainda está assustada com o sonho ruim que teve e teme voltar a tê-lo. Geralmente, é isso que ocorre. E não quer acordar sozinha caso venha outro pesadelo.

Another Life - Versão Sariette [Intersexual]Onde histórias criam vida. Descubra agora