Capítulo 15 - Revelações

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Monte Flores, Paraná...

É por volta de quase três da tarde quando Sarah e Fernanda entram em casa sorridentes e carregadas de várias sacolas. Mais cedo, elas foram à cidade fazer as tais compras de itens pessoais para Fernanda. Também aproveitaram e foram ao mercado comprar algumas coisas para abastecer a dispensa que está sem vários itens. Depois fizeram um baita tour pela cidade e terminaram almoçando em um charmoso restaurante.

- Ainda me sinto péssima por você ter gasto seu dinheiro me comprando essas coisas todas.

Fernanda deposita as sacolas do supermercado no chão enquanto Sarah coloca sobre o sofá as com as roupas e tudo mais, que havia comprado para a amada.

- Pois não se sinta. Veja tudo isso como presentes.

- Mas são presentes demais, não acha?

- Se você está preocupada com o dinheiro que eu gastei. Fique tranquila que isso não é nada.

- Como não é nada? - Fernanda faz uma careta de desgostoso.

Sarah tinha gasto uma pequena fortuna com aquelas coisas todas. Foram blusas, calças, saias, shorts e várias roupas íntimas. Sem contar, chinelo e alguns sapatos que ela insistiu em comprar também. E as coisas de higiene pessoal de preços nada baratos.

- Não querendo bancar a soberba, mas eu tenho um patrimônio generoso que herdei da minha mãe. Comprar essas coisas a você não foi nada e nem me deixou "pobre".

- Quer dizer que você é rica então?

Fernanda enlaça a cintura de Sarah e com delicadeza puxa a outra mulher para bem próxima de si.

- Não. Mas eu tenho uma ótima condição financeira.- ela explica, brincando com os botões da blusa nova que Fernanda usa, a qual Sarah havia comprado junto com outras.

- Entendi. É rica, mas não quer admitir.

A loira sorri.

- Se você quer pensar assim...

- Você disse que herdou esse patrimônio da sua mãe. Ela...

- Morreu quando eu tinha quatorze para quinze anos.

Falar da morte da mãe não é tão doloroso quanto a do pai, pois Sarah teve pouquíssimo contato com a mulher que lhe pôs no mundo.

- Sinto muito, meu anjo!

Sarah não contém o tímido sorriso pela forma carinhosa com a qual Fernanda lhe chama. Gosta quando a morena se refere a ela daquele modo. É bonito e soa tão bem aos seus ouvidos.

- Eu não tive muito contato com ela, Fernanda. Talvez, por isso não tenha sentido tanto a sua morte. - explica. - Minha mãe abandonou à mim, minha irmã e meu pai. Eu só tinha dois anos e Kerline nove quando isso aconteceu. Abadia se foi, porque não gostava da vida humilde que levava ao lado do meu pai. Ele me contou, certa vez, que ela era ambiciosa e queria uma vida de riqueza, e foi em busca disso. E conseguiu! Casou-se com um comendador, um homem bem mais velho que ela e que anos depois do casamento morreu e deixou o patrimônio todo dele à ela.

Fernanda fica chocada com aquela história. Como uma mãe tem coragem de abandonar a própria família para ir atrás de uma vida de riqueza e luxo?

- E como você soube disso? - Fernanda ajeita carinhosamente atrás de sua orelha, uma mecha loira do cabelo da outra mulher.

- Quando ela e eu nos reencontramos. A advogada dela ou do falecido marido da Abadia, não lembro bem agora. Me procurou e disse que a minha mãe estava muito doente e que seu último desejo era me ver. - revela enquanto desliza a mão pelos ombros de Fernanda que presta atenção a cada coisa que Sarah diz.

Another Life - Versão Sariette [Intersexual]Onde histórias criam vida. Descubra agora