Monte Flores, Paraná...
É por volta de quase três da tarde quando Sarah e Fernanda entram em casa sorridentes e carregadas de várias sacolas. Mais cedo, elas foram à cidade fazer as tais compras de itens pessoais para Fernanda. Também aproveitaram e foram ao mercado comprar algumas coisas para abastecer a dispensa que está sem vários itens. Depois fizeram um baita tour pela cidade e terminaram almoçando em um charmoso restaurante.
- Ainda me sinto péssima por você ter gasto seu dinheiro me comprando essas coisas todas.
Fernanda deposita as sacolas do supermercado no chão enquanto Sarah coloca sobre o sofá as com as roupas e tudo mais, que havia comprado para a amada.
- Pois não se sinta. Veja tudo isso como presentes.
- Mas são presentes demais, não acha?
- Se você está preocupada com o dinheiro que eu gastei. Fique tranquila que isso não é nada.
- Como não é nada? - Fernanda faz uma careta de desgostoso.
Sarah tinha gasto uma pequena fortuna com aquelas coisas todas. Foram blusas, calças, saias, shorts e várias roupas íntimas. Sem contar, chinelo e alguns sapatos que ela insistiu em comprar também. E as coisas de higiene pessoal de preços nada baratos.
- Não querendo bancar a soberba, mas eu tenho um patrimônio generoso que herdei da minha mãe. Comprar essas coisas a você não foi nada e nem me deixou "pobre".
- Quer dizer que você é rica então?
Fernanda enlaça a cintura de Sarah e com delicadeza puxa a outra mulher para bem próxima de si.
- Não. Mas eu tenho uma ótima condição financeira.- ela explica, brincando com os botões da blusa nova que Fernanda usa, a qual Sarah havia comprado junto com outras.
- Entendi. É rica, mas não quer admitir.
A loira sorri.
- Se você quer pensar assim...
- Você disse que herdou esse patrimônio da sua mãe. Ela...
- Morreu quando eu tinha quatorze para quinze anos.
Falar da morte da mãe não é tão doloroso quanto a do pai, pois Sarah teve pouquíssimo contato com a mulher que lhe pôs no mundo.
- Sinto muito, meu anjo!
Sarah não contém o tímido sorriso pela forma carinhosa com a qual Fernanda lhe chama. Gosta quando a morena se refere a ela daquele modo. É bonito e soa tão bem aos seus ouvidos.
- Eu não tive muito contato com ela, Fernanda. Talvez, por isso não tenha sentido tanto a sua morte. - explica. - Minha mãe abandonou à mim, minha irmã e meu pai. Eu só tinha dois anos e Kerline nove quando isso aconteceu. Abadia se foi, porque não gostava da vida humilde que levava ao lado do meu pai. Ele me contou, certa vez, que ela era ambiciosa e queria uma vida de riqueza, e foi em busca disso. E conseguiu! Casou-se com um comendador, um homem bem mais velho que ela e que anos depois do casamento morreu e deixou o patrimônio todo dele à ela.
Fernanda fica chocada com aquela história. Como uma mãe tem coragem de abandonar a própria família para ir atrás de uma vida de riqueza e luxo?
- E como você soube disso? - Fernanda ajeita carinhosamente atrás de sua orelha, uma mecha loira do cabelo da outra mulher.
- Quando ela e eu nos reencontramos. A advogada dela ou do falecido marido da Abadia, não lembro bem agora. Me procurou e disse que a minha mãe estava muito doente e que seu último desejo era me ver. - revela enquanto desliza a mão pelos ombros de Fernanda que presta atenção a cada coisa que Sarah diz.
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Another Life - Versão Sariette [Intersexual]
FanficNo litoral paranaense, uma rica empresária vinda de São Paulo acaba sofrendo um acidente de carro na estrada. É a partir daí que seu caminho se cruza com o de uma mulher solitária. Sarah Andrade encontra uma desconhecida ferida e desmemoriada a que...