Another Life - Versão Sariette [Intersexual]

Capítulo 47 - Conversa entre irmãs

Juliette encara a irmã no mesmo instante.

- Você teve alguma coisa com ela, não foi Ju?

É de se supor que sua irmã perspicaz e astuta como só ela é, chegaria a esta conclusão assertiva sem muito esforço.

- Eu não me lembro de nada com ela, mas a tal Sarah me mostrou coisas que provam meu envolvimento com ela enquanto estive desmemoriada e vivendo esse tempo todo em sua companhia.

- Eu já imaginava que algo desse tipo tivesse acontecido. O olhar apaixonado dela foi evidente demais pra mim. Assim como foi evidente a dor e a tristeza dela quando você anunciou que já queria vir embora.

- Ah, é? Pois nem notei. - mente Juliette. Havia notado sim, só não queria admitir a Thaís.

- Mas eu sim. Me diz uma coisa... Realmente, não lembra de nada com ela, Ju?

- Não, Tatá. E tem algo mais grave que você nem imagina nisso tudo.

- Do que se trata?

- Meu envolvimento com essa moça... Teve sérias consequências.

- Espera aí... Não me diga que ela...

- Está grávida de mim!

- Meu Deus, Ju! - Thaís leva a mão a cabeça e depois sorri. - Eu vou ser titia duplamente e você, mamãe em dose dupla?

- Thaís isso não tem graça! - Juliette olha severamente para a irmã que exibe um sorriso alegre com a notícia da vinda de mais um sobrinho. Independente da mãe dessa criança não ser sua cunhada, ainda assim, a criança que ela carrega é seu sobrinho e será tão bem quisto e amado pela arquiteta quanto já é a sua sobrinha que Viviane traz na barriga.

- Eu sei que não teve muita graça a piada, mas estou contente com a notícia. - Thaís sorri mais largamente enquanto bate palmas.

Juliette balança a cabeça em negação. A empresária preocupada com essa "novidade" de ser mãe em dose dupla e sua irmã aí toda feliz por isso.

- Contente? Thaís acorda pra realidade! Eu sou noiva e engravidei outra mulher. - diz séria. - Não tenho ideia de como irei contar uma coisa dessas a Viviane.

- Mas terá que contar.

- Você diz como se fosse fácil. - resmunga a empresária de cara amarrada e cruzando os braços na altura dos seios.

- Eu sei que não será fácil. - Thaís toca o ombro da irmã. - Mas, você tem que contar logo pra ela isso, mana. Não pode esconder algo assim da Viviane.

- Ela não irá me perdoar quando souber.

- Talvez perdoe, pois você estava desmemoriada e não tinha conhecimento de que era alguém comprometida.

- Se fosse você e a Carla nessa situação, você a perdoaria?

- Isso ia depender se eu sentisse que o sentimento dela por mim não tenha mudado e ela me garantisse que não sente nada pela outra. Você, por acaso, sente algo por essa outra moça?

- Não! Eu gosto da Viviane. - diz com tanta firmeza que Thaís nem ousa contestar.

- Bom! Então diga tudo isso à ela quando abrir o jogo sobre essa "pulada de cerca".

- Você usando este termo fica pior do que é a situação.

- Ora, mas foi uma "pulada de cerca". Que termo queria que eu usasse?

Juliette revira os olhos em desagrado e encara o céu.

- Deixa pra lá, Tatá. E por hora ainda não irei contar nada a Viviane.