Capítulo 67 - A verdade

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Pocah sente o estômago embrulhar diante da resposta que ouve.

- Então o filho que essa mulher espera é seu, não é?

Mais uma vez Viviane questiona algo do qual já tem quase certeza da resposta, porém, novamente, precisa da confirmação da noiva para isso.

- Sim, Viviane!

Assim que confirma aquilo, Juliette vê a dor da decepção estampar a face de Pocah.

- Meu Deus! Eu estive diante da sua amante...

- Ela não é minha amante! - Juliette trata de esclarecer.

- Ah, não?! Pois não foi isso que me pareceu nas fotos que vi e nem no que li...

- Você sabe que a mídia sensacionalista gosta de aumentar as coisas.

- Sabia que eu encontrei com essa mulher em uma loja no shopping?

Se Pocah soubesse que estava diante da mulher que tem ou teve um caso com sua noiva, certamente o breve diálogo que trocaram, não seria tão breve e nem teria o final que teve, onde aquela outra mulher saiu às carreiras de perto de Viviane.

- Ela não te contou?

Há um sarcasmo explícito no tom de voz de Viviane ao lançar a pergunta à Juliette.

- Contou! - confirma a empresária após um breve silêncio.

- Claro que ela contou!

Ignorando o novo sarcasmo na fala da noiva, Juliette resolve explicar de maneira breve e superficial, os fatos de como ocorreu seu primeiro encontro com Sarah meses atrás.

- Pocah... A Sarah me encontrou ferida às margens de um rio; ela me prestou socorro e cuidou de mim. Se não fosse por essa mulher, eu talvez não estivesse aqui viva.

- E você agradeceu a "gentileza" dela nisso, tendo um caso com essa mulher, não foi?

Juliette é bem ciente de que merece toda a hostilidade que vem recebendo por parte da noiva. Pocah tem inteira razão de agir deste modo consigo. Todavia, a empresária não está sabendo como lidar com isto e nem como se defender. Ou quem sabe, ela nem tenha defesa mesmo!

- Por que mentiu pra mim dizendo que passou esse tempo todo vivendo sozinha, Juliette? Por que não me contou sobre a outra? - o tom de voz de Viviane se eleva ao questionar a empresária.

Raiva, mágoa, decepção, são tantos sentimentos que Viviane nutre agora por sua noiva e toda aquela situação, que se a jornalista for inumerá-los passará um longo tempo fazendo a lista deles.

- Por medo de te magoar. - admite Juliette.

Seu medo tolo acabou, no fim das contas, fazendo as coisas saírem piores do que se a empresária as tivesse contado para a noiva, como deveria ter sido desde o princípio.

- Pois não parece que tinha medo, já que você não se importou em trazê-la pra cá e ficar fazendo passeios românticos com ela.

- Eu não a trouxe pra cá. Ela quem veio da cidade dela para São Paulo atrás...

- Juliette...

- Me escuta, por favor, querida. - a empresária segura nas mãos da noiva.

Com um perceptível balançar de cabeça e desprendendo suas mãos das de Juliette, Viviane concorda em escutá-la como é de seu pedido, mas não quer aquele contato todo com a outra mulher.

Juliette então prossegue em sua fala:

- Enquanto estive desmemoriada, eu e essa mulher, de fato tivemos um relacionamento do qual não lembro de nada agora, pois quando recuperei a memória, as lembranças que construí com Sarah se apagaram.

Another Life - Versão Sariette [Intersexual]Onde histórias criam vida. Descubra agora