Capítulo 51: Lembranças evocadas pelo céu estrelado

696 91 93
                                    


O rei de Shaqiu se levantou de imediato, tendo seu olhar cheio de descrença ao observar o servo. A rainha levou a mão ao peito, sentindo o palpitar acelerado de seu coração. Ela imediatamente agarrou a mão de seu marido numa tentativa de acalmá-lo.

Lang Qian Qiu e Qi Rong estavam ambos assustados e pensavam nas inúmeras possibilidades que cercavam o assassinato ocorrido no palácio. O príncipe se adiantou, aproximando-se do servo: "Irei até os aposentos da família real. Qi Rong, fique aqui com minha mãe." Olhando brevemente para seu amante, ele o viu assentir. Por fim, Qian Qiu chamou o rei: "Pai, venha comigo."

O patriarca da família Lang rapidamente seguiu junto ao seu filho e ao servo, deixando sua esposa com Qi Rong e os guardas presentes no salão para trás. Os três seguiram pelos ambientes do palácio, passando por corredores e escadas até alcançar a ala direcionada aos convidados.

Dentro da ala, diversos guardas estavam vigiando e analisando o local. Um dos guardas, que tinha acompanhado o servo para convocar o rei, prontamente solicitou a presença de outros guardas para cercarem a cena do assassinato. Todos deram passagem para Lang Qian Qiu e para o rei de Shaqiu, os quais adentraram a suíte rapidamente.

Os corpos do rei e da rainha de Yueguang estavam ambos sobre a cama, deitados como se estivessem realmente dormindo. No entanto, os cortes nas gargantas do casal demonstravam que eles foram brutalmente assassinados.

"E-eu chamei pelo rei, mas não recebi resposta. Achei que eles poderiam ter saído para o desjejum sem solicitar a presença de um dos servos, então decidi tentar abrir as portas da suíte. A princípio, achei que estivessem dormindo, já que eles estavam completamente cobertos com lençóis, mas quando os avisei de que vossa alteza tinha solicitado que fossem até o salão do trono, eles não responderam." O servo, que tinha sido designado para convocar a família real, falava de modo entrecortado. O nervosismo em sua voz era quase palpável e isso se justificava por ele ter presenciado uma cena como aquela.

Os lençóis que cobriam os corpos tinham sido parcialmente retirados pelos guardas. Lang Qian Qiu se aproximou cautelosamente da cama e observou as marcas nos pescoços expostos. O casal foi morto com cortes precisos e, quem quer que houvesse praticado os assassinatos, era altamente treinado.

O príncipe levou uma de suas mãos à tez do rosto do rei, checando a temperatura do corpo. Já estava frio, o que sinalizava que eles tinham sido mortos durante à noite. Qian Qiu franziu o cenho, se lembrando de que as pessoas no vilarejo provavelmente tinham sido mortas em horário semelhante. Isso não poderia ser uma coincidência.

"Por que não tinham guardas vigiando essa ala durante à noite?" O príncipe indagou o servo, olhando-o de soslaio.

"O rei de Yueguang havia dispensado os guardas que ficavam na entrada da ala privativa, justificando que não era necessário." O servo informou e Lang Qian Qiu se lembrou vagamente de que seu pai havia comentado algo sobre isso. Provavelmente, a família real não desejava guardas próximos para evitar que bisbilhotassem suas vidas. Além de arrogantes, eles eram extremamente desconfiados. O servo continuou a falar, trazendo mais algumas informações: "E os guardas que estavam a postos nos locais mais próximos, ainda ficam um pouco distantes daqui."

"Onde estão os guardas que ficam nesses locais?" O príncipe novamente indagou, voltando-se para o servo e para seu pai, que observavam os corpos a alguns passos de distância.

Nesse momento, dois dos guardas que permaneciam do lado de fora da suíte se aproximaram da entrada e um deles falou: "Alteza, nós estivemos a postos durante toda a noite e não notamos nenhuma movimentação incomum. O rei e a rainha de Yueguang chegaram a essa ala logo após o jantar e não deixaram seus aposentos."

Luar CarmesimOnde histórias criam vida. Descubra agora