Luar Carmesim

Capítulo 14: Beijos ardentes à luz de velas

No grande salão do palácio real de Shaqiu, integrantes de duas famílias reais distintas se reuniam.

Na lateral do salão, Qi Rong estava em pé ao lado de Lang Qian Qiu, evitando olhar para aquele que se encontrava em frente ao trono do rei, mas mantendo sua postura severa e permanecendo calado. O príncipe, por sua vez, insistia em direcionar olhares preocupados ao outro.

A voz do pai de Qian Qiu ecoou pelo salão: "Nobre aliado, os preparativos foram feitos como combinado, o mensageiro partiu essa manhã."

"Agradeço mais uma vez por seu auxílio e por abrigar minha família. Sempre soube que poderia contar com um cavalheiro tão nobre e estimado quanto vossa alteza." o homem em vestes requintadas respondeu calmamente, curvando-se em uma reverência respeitosa.

O rei de Shaqiu fez um movimento leve com sua mão direita, indicando que não era necessário ser demasiado cortês: "É um grande prazer ajudá-lo a restabelecer o controle de seu reino."

"Não tenha dúvidas, vossa alteza será enormemente recompensado quando eu novamente tomar posse de Yueguang. Eu e minha família fomos exilados de nosso próprio reino, mas os céus irão nos conceder a graça de voltar ao nosso lar."

Naquele salão, integrantes de duas famílias se reuniam: o rei e o príncipe de Shaqiu, assim como o antigo rei de Yueguang, deposto por Hua Cheng.

... ...

Em um reino distante dali, um mensageiro estava chegando, cavalgando apressado. Os guardas que já o conheciam permitiram sua entrada e, assim, ele rumou em direção ao palácio real, acompanhado de alguns soldados daquele reino.

Sendo rapidamente encaminhado ao salão principal, ele adentrou e se ajoelhou respeitosamente, curvando-se até que sua testa se colasse ao chão frio de mármore.

Uma fragrância feminina e agradável tomava o ambiente e a voz delicada ordenou que ele se levantasse. O mensageiro fez como lhe foi dito e assumiu uma postura ereta, preparando-se para comunicar.

"Vossa alteza, o reino de Shaqiu solicita seu apoio na retomada do controle de Yueguang. O antigo rei foi deposto pelo usurpador de tronos, Hua Cheng, e há alguns dias entrou em contato com nosso reino, antigo aliado de Yueguang. A carta redigida por nosso rei expõe todos os detalhes sobre nosso requerimento." ao terminar de falar, o homem retirou uma pequena caixa da bagagem em suas costas e a abriu, exibindo um pergaminho selado com cera avermelhada.

Um servo que estava parado ao lado da maior autoridade daquele reino buscou a caixa e entregou a ela, a qual leu rapidamente seu conteúdo e requisitou a um dos soldados presentes:

"Convoque Chun Zhu e Hai Zhu."

... ...

Mais de duas semanas haviam se passado. Ao longo desse período, Qing Xuan descobriu que não sentia-se mais incomodado com a presença de Lin. Após descobrir que He Xuan não a amava, um certo alívio surgiu dentro de si. Na realidade, não era que ele esperava poder se relacionar romanticamente com o almirante após saber daquela informação, mas alguém que está apaixonado, egoisticamente deseja que nenhuma outra pessoa ocupe o coração do alvo de sua paixão.

E, observando o cenário em sua totalidade, Qing Xuan acabava por deter certa vantagem em relação a Senhorita Lin em se tratando dos sentimentos de He Xuan. O dançarino agora sabia que o almirante tinha grande estima por si, pelo que Suyin havia lhe contado, o que não ocorria com Qiao Lin. Em seu íntimo, a criança egoísta e vaidosa existente dentro de Qing Xuan sorria por conta disso.

E, como era de se esperar, a proximidade entre o almirante e seu servo apenas cresceu. Mesmo quando a Senhorita Lin estava presente, parecia que He Xuan sempre procurava estar mais perto de Qing Xuan ou deliberadamente ignorar os comentários dela, enquanto respondia atentamente aos do dançarino. Não apenas isso, como ele também recusava até onde era possível a companhia da mesma, preferindo almoçar ou jantar com Qing Xuan do que com Lin. A única pessoa que He Xuan gostava que estivesse com eles dois era sua irmã, Suyin, que havia desenvolvido uma amizade crescente com Qing Xuan.