𝐈𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐀𝐑𝐊

DATE

Sentada no sofá, S/n analisava algumas pistas com atenção. Sentia que a investigação estava parada e eles não estavam realmente focados em suas atividades, por isso quis dedicar algumas horas da tarde do dia seguinte para analisar algumas das pistas. Ela batucou os dedos no teclado do notebook, nervosa por não conseguir criar uma conexão lógica entre as pistas. Após algum tempo olhando a tela do computador com um chat aberto, ela sentiu patas sobre suas pernas e viu o gato se deitar entre suas pernas. S/n sorriu dócil e tocou o pelo do gato, acariciando o mesmo e o fazendo ronronar.

- Às vezes eu queria trocar de vida com você. - S/n disse se encostando no sofá. - Eu não teria que lidar com tantos pensamentos. Sabe, às vezes sinto que toda essa situação vai me engolir em um piscar de olhos. Eu tenho um mau pressentimento ultimamente, tento não pensar muito nisso mas é quase impossível. - a mulher passou seus dedos no gato e ele a olhou. - Você não sabe da sorte que teve em nascer gato!

- Miau. - o gato ronronou empurrando suas patas na mão de S/n.

- Sei que sooa um pouco egoísta, mas às vezes queria poder fugir disso tudo. Como se eu nunca estivesse estado aqui. - S/n segurou Floquinho em suas mãos. - Mas, se isso acontecesse, eu não encontraria o Jake e nem o Phil. Muito menos você. - ela disse olhando para o gato. - São alguns dos motivos pelos quais eu ainda permaneço aqui, sabia?

A mulher conversava com o gato como se fosse uma pessoa, mas a conversa era confortável como se ele não fosse um gato.

- Conversando sozinha? - Jake perguntou adentrando a sala. - Melhor ainda. Conversando com o Floquinho?

- Ele é um ótimo ouvinte. - S/n sorriu deitando o gato novamente em suas pernas.

Jake esboçou um sorriso e caminhou até a mulher, estendendo para ela uma xícara com café e se sentou ao lado da mesma no sofá.

- Obrigada. - S/n agradeceu bebericando o café em sua xícara.

- O que você está fazendo? - Jake perguntou trazendo a mulher para perto.

S/n se acomodou entre as pernas de Jake e o mesmo tocou seus ombros, em leves apertos.

- Só olhando algumas coisas. - S/n disse indiferente.

- Alguma conclusão? - o homem deslizou delicadamente seus dedos nos ombros dela.

- Nada. - S/n suspirou frustrada. - Apenas o fato de alguma coisa na minha última conversa com o Richy me incomodar.

- O que seria, por exemplo? - Jake perguntou confuso.

- Eu não sei explicar, mas é como se ele tivesse toda aquela conversa preparada, cada frase, o que exatamente dizer. - S/n fez um gesto com as mãos.

- Você vai falar com ele novamente? Tentar descobrir porquê se sente assim? - o homem questionou e S/n negou com a cabeça.

- Não. Eu quero que ele me diga o que está escondendo, quero que ele confie em mim. Não quero ter que pressionar ele. - S/n suspirou e Jake parou a massagem em seus ombros.

Jake puxou a mulher para que ela deite sua cabeça no peitoral dele, enquanto ele afundava seus dedos no cabelo dela. S/n se alinhou à Jake, se permitindo relaxar nos braços dele e aconchegando Floquinho em suas pernas, sorrindo pela cena dócil do gato dormindo profundamente.

- Tudo isso é insano. - S/n disse após alguns minutos de silêncio, apenas aproveitando do carinho de Jake em seu cabelo. - Tenho a sensação que a gente deixou alguma coisa pra trás, alguma coisa ficou escondida. Como se alguém soubesse algo que pudesse desencadear a investigação e tá escondendo isso.