CONNECTIONS

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S/n entrou em seu apartamento, fechou a porta atrás de si e rodou o molho de chaves em seus dedos, olhando ao redor do cômodo. Sozinha outra vez. Ela respirou fundo e caminhou até o sofá, colocando a casinha de Floquinho sobre o sofá e abriu a porta para que o gato saía. Floquinho saiu da casinha e logo se espreguiçou no sofá, rolando para o lado e se deitando. S/n sorriu para ele e esticou seu braço o suficiente para tocar seu pelo, massageando o gato e o mesmo rolou de barriga para cima, dando acesso da área para ela. É somente eles dois apartir de hoje, pelo menos por alguns dias até que Jake esteja de volta a Duskwood. Não se faz nem dez horas que ele saiu e ela já não suportava mais não vê-lo. S/n segurou o arranjo de flores em seu braço e o colocou sobre a mesa central. Pretende arrumar um vaso para colocar as flores e então as levaria até o criado mudo de seu quarto, ao lado de sua cama.

A mulher deixou Floquinho sozinho na sala e seguiu pelo corredor, ansiando por um banho longo e relaxante. Sentia que as últimas horas haviam sido as mais tensas de sua vida. Não podia contar quantas vezes chorou durante a despedida e durante o caminho para o Aurora, depois de volta para o seu apartamento. Onde normalmente seria recebida por braços fortes, um sorriso dócil e beijos que lhe faziam se sentir nas nuvens. Ao invés disso foi recebida por um insuportável silêncio e nada de beijos ou abraços quentes e reconfortantes. S/n caminhou pelo corredor e chegou ao quarto, abriu a porta e entrou no cômodo, não se incomodiu em fechar a porta, já que está sozinha. Ela caminhou até o criado mudo e colocou sua bolsa sobre o lugar, levou as mãos até o casaco de Jake, o qual ele havia a dito para pegar no porão, apesar de não ter tirado a camiseta dele, ela quis colocar o casaco para de certa forma se sentir mais próxima dele e sentir seu perfume.

S/n tirou seu celular do bolso de sua calça e desbloqueou o clã, ganhando visão do papel de parede na tela inicial, uma foto de Floquinho com Jake. Ela sorriu fraco para a foto e passou seu dedo na tela, puxando a barra de notificação. Seu coração rachou em seu peito quando não obteve uma mensagem de Jake. Sabia que a essa hora ele ainda está na estrada e provavelmente não pode ficar no celular, mas não pode negar se sentir decepcionada por não ter uma mensagem dele. Ela suspirou e deixou o celular sobre o criado mudo, tirou o carregador da bolsa e conectou ao celular. Se arrastou até o banheiro, entrou no cômodo e encostou a porta. Levou as mãos até o botão de sua calça e o desabotou, a fazendo cair sobre seus pés e em um chute ela afastou a peça de si. Retirou a camisa de Jake de seu corpo e a dobrou, colocando em um dos apoios de roupa na parede. Terminou de se despir e caminhou até o box, ligou o chuveiro e se colocou embaixo do chuveiro, sentindo a água morna encontrar sua pele e arrepiar todos os cantos.

Passou as mãos em seu rosto e as desceu pelo cabelo, pendeu a cabeça para trás, fazendo com que a água entre em contato com seu rosto. Um suspiro arrastado saiu dos seus lábios e seus dedos se agarraram a suas madeixas, as puxando para trás e infiltrando a água no cabelo. No exato momento que seus olhos se fecharam, sentiu imediatamente a saudades preencher seu corpo, preencher seus pensamentos e contaminar seus sentimentos. Jake. É tudo o que está em sua cabeça, tudo o que seus pensamentos se concentram, tudo o que ela pensa se resume a ele. Pensar que ele está a horas de distância quando deveria estar grudado nela e a abraçando, a destrói. Pensar que Jake poderia estar com ela naquele exato momento, acolhendo seu corpo contra o dele e provavelmente a beijando, isso a destrói por completo.

Sentiu a enorme necessidade de levar suas mãos até os olhos e deixar com que mais lágrimas caíam, mas ao invés disso seus dedos tocaram a tatuagem embaixo de seu braço, dedilhando os traços. Ela inspirou fundo e encarou a parede a sua frente, tocando a tatuagem e a acariciando, como se tivesse sido feita recentemente. Ao invés de chorar como tem feito durante as últimas horas, ela engoliu o nó em sua garganta e manteve seus olhos fixos o suficiente para afastar suas lágrimas, mantendo aquilo que lhe resta de confiança. Seus dedos estudam a tatuagem com precisão, dedilhando o local, deixando com que ela sinta em seu estômago a presença de Jake. Idiota. Sabemos que pode soar, mas de alguma forma, S/n podia o sentir ali com ela, não de forma física, mas em seu subconsciente. Ele está em tudo. Talvez seja isso que Jake quis dizer quando a falou para tocar a tatuagem para senti-lo, porque Nymos é a ligação dos dois, é os que mantém conectados a distância. Ausente mas presente ao mesmo tempo.

𝐈𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐀𝐑𝐊 Onde histórias criam vida. Descubra agora